Agro7 : Pecuária

preocupação para os agricultores.

Queda do preço do milho é alívio para pecuária de Mato Grosso.

Segundo lideranças o custo de produção caiu em um momento de falta de pastos no Estado

Motivo de preocupação para os agricultores, a queda nos preços do milho gerou um alívio para o setor pecuário de Mato Grosso. O movimento reduziu o custo dos criadores com a alimentação animal em época de falta de pastos com a intensificação da seca.

Com isso, já houve uma reação na intenção de confinamento para este ano no Estado ante uma queda brusca de 32% observada em abril. A previsão é que o número de cabeças confinadas siga próximo ao patamar de 2022, quando foram mais de 700 mil animais para a terminação intensiva.

O DDG, produto com mais concentração de proteína obtido a partir do processamento do cereal pelas usinas de etanol, caiu para menos de R$ 1 mil a tonelada. A escala de abates dos frigoríficos em Mato Grosso, que chegou a quase 30 dias, ficou próxima de 10 dias no fim de junho, e já melhorou o cenário para o pecuarista. “O ideal seria uma escala de seis dias”, diz Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).

A conjuntura interrompeu o movimento de baixa da arroba do boi gordo, que estabilizou acima de R$ 206 nas últimas semanas. “O fundo do poço já passou, a procura aumentou, o que ajuda a estabilizar o preço”, afirma Vilmondes Tomain, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).

Nem mesmo o abate recorde de fêmeas, influenciado pelo ciclo pecuário, reduziu o número total de bovinos no Estado, que está próximo de 33 milhões de cabeças. Os dados, segundo Ribeiro Júnior, mostram que o avanço da agricultura, com cultivo de soja, milho e algodão, em áreas que antes eram pastagens, não afeta a evolução da pecuária em Mato Grosso.

O dirigente afirma que essa conversão de áreas tem resultado em uma “reorganização da cadeia”, que é vista como positiva pelas lideranças pecuaristas. “Onde cresce a agricultura, cresce também a pecuária, pois é onde a alimentação do gado está perto”. Segundo ele, os confinamentos e semiconfinamentos têm migrado para essas regiões onde também são instaladas fábricas de ração.

Para ajudar a melhorar o cenário, criadores do principal Estado produtor de carne bovina do país defendem novas habilitações de frigoríficos para exportar à China. A Acrimat também espera que seja alterado o item do protocolo sanitário com os chineses que obriga a auto-suspensão por parte do Brasil quando houver a identificação de caso atípico de vaca louca, como ocorreu em fevereiro. O episódio derrubou os preços do boi.

O interesse chinês pela carne brasileira segue alto. Em junho, comitiva da Sinomach Hainan Development, gigante estatal e multissetorial chinesa, esteve na planta da Marfrig em Várzea Grande (MT). A Sinomach já importa do Brasil, mas não daquela unidade.

A visita foi coordenada pelo Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), que esteve no país asiático recentemente para promover a “carne sustentável” do Estado. “Temos a possibilidade real de ampliar nossas exportações de carne bovina e derivados para a China”, diz Bruno Andrade, diretor da entidade.

Ribeiro Júnior, da Acrimat, diz ainda que o setor tem trabalhado para que o Brasil tenha um laboratório certificado para os exames que fazem a tipificação da doença. Atualmente, as amostras coletadas precisam ser enviadas ao Canadá para saber se são casos atípicos ou clássicos. A habilitação pela Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa) de uma unidade no país daria mais agilidade no esclarecimento dos episódios.

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  • Rosiane Stephanie

    Rosiane é editora de conteúdo de várias editorias no portal 7Minutos.

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