A revelação do Pastor Sandro Rocha
O conflito entre a Bic e a Montblanc
Neste caso, não são as instituições funcionando. É a usurpação por um poder do direito de outro.

O roteiro do ministro Alexandre de Moraes era o mesmo que Sergio Moro queria seguir ou sonhava seguir. Ser Ministro da Justiça e, na sequência ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Tudo rápido e a queima roupa. De ex-secretário de Segurança de São Paulo, ativista do PSDB de carteirinha, aliado do Presidente Michel Temer, a sua carreira do Planalto para a corte suprema foi meteórica.
O pastor Sandro Rocha, que ficou conhecido por prever a vitória de Trump nos EUA, de Bolsonaro no Brasil teve uma nova revelação. Ele disse que viu uma grande explosão no STF, quatro forcas e quatro homens enforcandos. O Reino de Deus está acima do STF. Estão zombando de Deus
— Oswaldo Eustáquio (@oswaldojor) June 19, 2020
A casa que deveria ser a guardiã do Constituição coloca de lado a presunção de inocência e condena por antecipação o presidente Jair Bolsonaro, na nomeação do diretor-geral da Polícia Federal, proibindo a posse do delegado Alexandre Ramagem.
Age como Moro agiu e comandou a operação para impedir a posse do ex-presidente Lula na Casa Civil. Um ato perfeito, apoiado pela Constituição, e abatido por uma decisão monocrática de um único titular do STF, produzindo efeitos midiáticos e políticos.
Neste caso, não são as instituições funcionando.
É a usurpação por um poder do direito de outro.
O contraponto está no discurso de posse do novo ministro da Justiça, André Mendonça, que enterrou de vez as viúvas do ex-Sergio Moro.
Até a Rede Globo foi obrigado a elogiar a escolha.
A mesma caneta Bic que nomeou Mendonça, nomeou Ramagem.
Já o uso político da caneta Montblanc pelo Judiciário desafia cada vez mais o bom senso e reafirma a sensação de as Cortes estarem afinadas com interesses políticos.
By *Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã
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