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CPI da COVID: ouça áudio que levou à prisão de Roberto Dias
O presidente da CPI, senador Omar Aziz, deu voz de prisão contra o depoente por ter mentido e ter omitido informações

O ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, saiu da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) preso nesta quarta-feira (7/7).
O presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), acusou o depoente de ter mentido e omitido informações. Uma delas foi a afirmação de que o encontro em um restaurante teria sido imprevisto. Esta foi a primeira prisão determinada pela CPI.
Uma mensagem de áudio enviada por WhatsApp pelo cabo da Polícia Militar, Luiz Paulo Dominguetti, em 23 de fevereiro, mostraria que o encontro com Roberto Ferreira Dias foi combinado. “Rafael, tudo bem? A compra vai acontecer, tá? Estamos na fase burocrática. E em off, fique sabendo, quem vai assinar é o Dias mesmo, tá? Caiu no colo do Dias. E a gente já se falou, né? E quinta-feira [ou seja, dia 25] a gente tem uma reunião para finalizar com o ministério”.
Ouça o áudio:
#CPIdaCOVID : ouça áudio que levou à prisão de Roberto Dias
O presidente da CPI, senador Omar Aziz, deu voz de prisão contra o depoente por ter mentido e ter omitido informações.Saiba mais: https://t.co/0yGjOp4nM5 pic.twitter.com/iUeZCXRA7I
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Na CPI, Dias disse aos senadores que foi um encontro inesperado. “No dia 25 de fevereiro, fui tomar um chope com um amigo no restaurante Vasto. Em dado momento, se dirigiu à mesa o Coronel Blanco, acompanhado de uma pessoa que se apresentou como Dominguetti”, afirmou.
Ao fim, o presidente Omar Aziz deu voz de prisão contra o depoente por ter mentido e ter omitido informações durante depoimento à comissão. Ele justificou o ato dizendo que a CPI não pode “virar chacota”.
Reveja o momento da #CPIdaCOVID em que Omar Aziz decreta a prisão de Roberto Dias, ex-diretor do Ministério da Saúde
Durante o depoimento, Aziz acusou Roberto Dias de ter mentido e ter omitido informações à comissão.
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Entenda
O ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, compareceu à CPI da COVID, no Senado Federal, nesta quarta-feira (7/7). Os parlamentares o questionam sobre a suspeita de que ele teria pedido propina para autorizar a compra da vacina AstraZeneca pelo governo federal.
A denúncia foi feita pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, com sede nos Estados Unidos. Em depoimento à CPI, ele afirmou ter recebido um pedido de propina para a compra de 400 milhões de doses do imunizante. Segundo Dominguetti, o ex-diretor de Logística teria cobrado US$ 1 por dose.
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— LANA F 🚩🚩❤❤❤🌟🌟🌟💫💫💫 (@BritobritoJG) July 7, 2021
Roberto Dias assumiu o cargo público em 28 de janeiro de 2019. Sua nomeação foi assinada pelo então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Em outubro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a indicar Dias para compor a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele foi exonerado da pasta logo depois das acusações de propina.
Os requerimentos para a convocação foram apresentados pelos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Otto Alencar (PSD-BA). Nos pedidos, os parlamentares querem esclarecer também o suposto envolvimento do ex-diretor em irregularidades também na compra do imunizante indiano Covaxin.
A CPI da COVID apura possíveis ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia do coronavírus e repasses de verbas a estados e municípios. A comissão foi instalada em 27 de abril deste ano.
O que é uma CPI?
As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.
Para ser instalado no Senado Federal, uma CPI precisa do aval de, ao menos, 27 senadores; um terço dos 81 parlamentares. Na Câmara dos Deputados, também é preciso aval de ao menos uma terceira parte dos componentes (171 deputados).
Há a possibilidade de criar comissões parlamentares mistas de inquérito (CPMIs), compostas por senadores e deputados. Nesses casos, é preciso obter assinaturas de um terço dos integrantes das duas casas legislativas que compõem o Congresso Nacional.
O que a CPI da COVID investiga?
Instalada pelo Senado Federal em 27 de abril de 2021, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), a CPI da COVID trabalha para apurar possíveis falhas e omissões na atuação do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus. O repasse de recursos a estados e municípios também foi incluído na CPI e está na mira dos parlamentares.
O presidente do colegiado é Omar Aziz (PSD-AM). O alagoano Renan Calheiros (MDB) é o relator. O prazo inicial de trabalho são 90 dias, podendo esse período ser prorrogado por mais 90 dias.
Link original da matéria:
https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2021/07/07/interna_politica,1284451/cpi-da-covid-ouca-audio-que-levou-a-prisao-de-roberto-dias.shtml?utm_source=onesignal&utm_medium=push

(foto: Agência Senado)[/caption]