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O retorno da polêmica

Bolsonaro diz à PF que trocou diretor por ‘falta de interlocução’

Presidente da República nega tentativa de interferir nos trabalhos da corporação com a substituição de Maurício Valeixo

No depoimento presencial prestado à Polícia Federal na noite de quarta-feira 3, no âmbito do inquérito que investiga sua suposta tentativa de interferência na corporação, o presidente Jair Bolsonaro negou qualquer intenção de atrapalhar as atividades dos policiais e alegou “falta de interlocução” como um dos motivos que o levaram a trocar o então diretor-geral do órgão, Maurício Valeixo, no ano passado.

A saída de Valeixo foi o estopim para a demissão do então ministro da Justiça e da Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro, que saiu do governo acusando Bolsonaro de tentar interferir na PF.

No mês passado, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fixou um prazo de 30 dias para que o chefe do Executivo fosse ouvido presencialmente. Bolsonaro respondeu a todas as perguntas dos policiais.

A PF divulgou o registro do depoimento do presidente da República. O documento é uma transcrição da fala de Bolsonaro aos investigadores.

“Que confirma que em meados de 2019 solicitou ao ex-ministro Sergio Moro a troca do diretor-geral da Polícia Federal (DPF), Valeixo, em razão da falta de interlocução que havia entre o presidente da República e o diretor da Polícia Federal. Que não havia qualquer insatisfação ou falta de confiança com o trabalho realizado pelo DPF Valeixo, apenas uma falta de interlocução”, registou a PF no documento.

“Que nunca teve como intenção, com a alteração da direção geral, obter informações privilegiadas de investigações sigilosas ou de interferir no trabalho de Polícia Judiciária ou obtenção diretamente de relatórios produzidos pela Polícia Federal”, prossegue o registro da fala do presidente à PF.

Moro e a indicação para o STF
No depoimento à PF, Bolsonaro reiterou o que já havia afirmado publicamente algumas vezes.

Segundo o presidente, o ex-juiz teria concordado com a nomeação de Alexandre Ramagem para a diretoria-geral da PF — desde que isso acontecesse depois de sua indicação para uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o que acabou não se concretizando.

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Conteúdo do Política ao Minuto

Bolsonaro diz à PF que Moro usou indicação ao STF para negociar comando da polícia

Bolsonaro é suspeito de interferir na cúpula da corporação para proteger parentes e aliados

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal interrogou o presidente Jair Bolsonaro na noite desta quarta-feira (3) sobre a acusação de interferência política na corporação.

Nesta semana vencia o prazo de 30 dias estipulado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal), para que fosse colhido o depoimento.

Bolsonaro é suspeito de interferir na cúpula da corporação para proteger parentes e aliados, suspeita levantada pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

No depoimento, Bolsonaro negou interferência na PF e afirmou que trocou seu comando por questão de diálogo.

Ainda disse que Moro teria concordado com a nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da PF desde que ocorresse após sua indicação para ministro do Supremo Tribunal Federal.

Segundo o ex-ministro da Justiça, o chefe do Executivo pressionou pela mudança em agosto de 2019 e em janeiro, março e abril do ano passado.

O presidente nega interferência na PF, mas tentou forçar a substituição do chefe da corporação no Rio de Janeiro, base eleitoral do presidente e de dois dos seus filhos -o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

No pedido de abertura de inquérito, de abril do ano passado, o procurador-geral da República, Augusto Aras, citou oito crimes que podem ter sido cometidos: falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, obstrução de Justiça, corrupção passiva privilegiada, prevaricação, denunciação caluniosa e crime contra a honra.

Em relação aos três últimos tipos penais listados por Aras, o alvo da apuração é o próprio Moro.

O ex-ministro e ex-juiz da Lava Jato reafirmou as acusações feitas ao pedir demissão do Executivo e detalhou sua relação com Bolsonaro. Sobre a suposta intromissão no trabalho da polícia, Moro revelou que, por mensagem, o presidente cobrou a substituição na Superintendência da PF no Rio de Janeiro.

“Moro você tem 27 superintendências [estaduais], eu quero apenas uma, a do Rio”, disse Bolsonaro pelo WhatsApp, segundo transcrição do depoimento de Moro à PF.

Além disso, o ex-ministro ressaltou que o chefe do Executivo teria reclamado e demonstrado a intenção de trocar a chefia da corporação em Pernambuco.

O formato do depoimento que Bolsonaro deveria prestar à PF seria alvo de julgamento do STF no mês passado, mas o chefe do Executivo, após resistir por mais de um ano, manifestou interesse em fazê-lo presencialmente.

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[caption id="attachment_105324" align="alignnone" width="1024"] Polícia Federal divulgou a transcrição do depoimento do presidente Jair Bolsonaro | Foto: Isac Nóbrega/PR[/caption]
[caption id="attachment_105325" align="alignnone" width="1024"] Moro © Getty[/caption]
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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