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SpaceX priorizou defesa cibernética

Starlink: entenda como os ucranianos usam internet sem provedores russos

A história de como o homem mais rico do mundo decidiu interferir na guerra da Ucrânia começa com uma provocação feita no Twitter.

Vice-primeiro ministro do país invadido pela Rússia, Mykhailo Fedorov criticou Elon Musk: “Enquanto você tenta colonizar Marte, a Rússia tenta ocupar a Ucrânia”.

O sarcasmo do político

foi acompanhado de um pedido de ajuda:
“pedimos que você forneça as estações Starlink à Ucrânia”. Starlink
é um projeto encabeçado pela SpaceX, que tem Musk como CEO e
fundador, e pretende disponibilizar internet em todas as partes do
mundo através de uma constelação de satélites – atualmente são
pouco mais de 2 mil, número previsto para 4.425 em 2024.

@elonmusk, while you try to colonize Mars — Russia try to occupy
Ukraine! While your rockets successfully land from space — Russian
rockets attack Ukrainian civil people! We ask you to provide
Ukraine with Starlink stations and to address sane Russians to
stand.

— Mykhailo Fedorov (@FedorovMykhailo) February 26, 2022

Assim,

mesmo com o bombardeio russo sobre a Ucrânia, cidadãos do
país conseguem acessar a internet através do serviço
disponibilizado gratuitamente pela empresa de Musk – no Brasil, por
exemplo, quem quiser assinar o serviço deve pagar um total de R$
5.167, o que inclui o kit com antena, cabos, fonte de energia,
roteador de Wi-Fi, mensalidade de R$ 530, impostos e frete de
entrega do equipamento.

Relatos

divulgados em redes sociais mostram o funcionamento da
internet da Stalink com velocidade de 136 mega bites por segundo
(mbps) na Ucrânia. A qualidade da navegação deve aumentar assim que
mais satélites integrarem o ambicioso projeto espacial.

Para usar a internet da Starlink

é preciso o equipamento, que
chegou não se sabe como à Ucrânia. Em entrevista ao site Space
News, Musk desconversou e disse que “gostaria de poder dizer mais.
Estranho que a SpaceX pode fazer isso (enviar o equipamento de
acesso à internet a um país em guerra)”.

Porém,

apesar do acesso à internet via Starlink permitir a
divulgação de vídeos, fotos, relatos em tempo real e de contar a
história do massacre russo na Ucrânia sem a dependência de
servidores russos, Musk pediu cuidado. Ele pediu, também no
Twitter, que usuários usem o serviço apenas quando necessário e
alertou ao uso de camuflagem sobre a antena para evitar detecção
visual pelo exército russo.

“A Starlink é o único sistema de comunicações não russo operando em
algumas partes da Ucrânia, então a probabilidade de se tornar um
alvo é alta. Por favor, usem com cautela”, alertou Musk.

Neste final de semana,

a SpaceX priorizou a defesa cibernética de
seu serviço e conseguiu resolver a interferência de sinal que
atrapalhava o funcionamento da Starlink na Ucrânia. Segundo
comentários de Musk no Twitter, alguns terminais Starlink próximos
a áreas de conflito estavam sendo bloqueados, o que foi resolvido
com uma atualização de software.

Musk

ainda negou o bloqueio de notícias russas pela
Starlink.

”Alguns governos (não a Ucrânia) pediram à Starlink que
bloqueie as fontes de notícias russas. Não o faremos a menos que
apontem um revólver contra a nossa cabeça”,

afirmou o magnata no Twitter.

“Lamento ser um absolutista da liberdade de expressão”.

 

[caption id="attachment_111137" align="alignnone" width="1024"] Equipamentos para uso da Starlink que chegaram misteriosamente à Ucrânia (Crédito: Reprodução/Twitter/FedorovMykhailo)[/caption]
  • Fonte da informação:
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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