Lê Moraes comenta na Coluna Jet7
Mitos e verdades sobre o efeito colateral do uso de fitoterápico
Professora de Farmácia da Estácio orienta sobre os principais cuidados, com base na nova cartilha da Anvisa

Recentemente a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou a cartilha sobre o uso de fitoterápicos e plantas medicinais com o objetivo de instruir a população quanto ao uso seguro de plantas medicinais e fitoterápicos.
O objetivo
é desmistificar a máxima de que se é natural “não tem problema” pode ser ingerido a qualquer hora, de qualquer maneira e em qualquer quantidade.
Segundo a professora
de farmácia da Estácio e doutora em ciências farmacêuticas, Mariana Cristina de Morais, assim como todo e qualquer medicamento, os fitoterápicos passam por um rigoroso controle de qualidade.
“Desde a coleta do material vegetal, que inclui a identificação e o processamento correto da planta medicinal e todos os procedimentos de controle de qualidade físico químicos e microbiológicos para que não sejam encontrados contaminantes, como areia, microrganismos, metais pesados, agrotóxicos e outros, provenientes do processo de coleta ou colheita, ou mesmo do processamento da planta medicinal”, explica.
Mariana
conta que o uso de qualquer fitoterápico deve ser orientado por profissionais que conheçam a fitoterapia e que tenham autorização para indicá-los. “A autorização é dada pelo conselho de cada profissão, por exemplo, o Conselho Federal de Medicina, ou de Farmácia, não sendo responsabilidade da Anvisa”, reforça.
Alguns fitoterápicos,
para a farmacêutica, são indicados para doenças de alta gravidade, como é o caso da Valeriana officinalis, que é indicado para ansiedade e distúrbios do sono. “Estes fitoterápicos devem ter acompanhamento médico, sendo que só podem ser prescritos por esses profissionais. Estes medicamentos, quando industrializados, possuem em sua rotulagem uma faixa vermelha com a indicação de que só podem ser prescritos por um médico”, classifica.
Existem
ainda outros fitoterápicos que são isentos de prescrição. “Eles podem ser indicados por outros profissionais, como os farmacêuticos ou nutricionistas, por exemplo a cáscara sagrada californian buckthorn muito utilizada por sua propriedade laxativa”, revela.
Mariana reforça que o mal uso de fitoterápicos pode ocasionar problemas à saúde, como: “alterações na pressão arterial, problemas no sistema nervoso, fígado e rins, que podem levar a internações hospitalares e até mesmo à morte, se a planta for usada de modo incorreto”, cita.
Existe a crença
popular de que ‘um produto natural, se bem não fizer, mal não vai fazer’, mas a professora da Estácio conta que essa afirmação não é verdadeira, e é ainda mais preocupante para fitoterápicos irregulares.
“Existe a possibilidade de estarem contaminados com microrganismos, substâncias tóxicas ou mesmo com medicamentos sintéticos”, adverte.
“A planta é um ser vivo e, por isso, pode sofrer influências da natureza, o que é determinante na presença de contaminantes e na produção de suas substâncias ativas. O mesmo pode ocorrer durante as etapas de limpeza, secagem, armazenamento e produção do fitoterápico”, complementa a doutora.
Os fitoterápicos
regularizados são uma garantia de produtos com qualidade, segurança e eficácia,
“uma vez que estes comprovadamente foram produzidos conforme as melhores práticas de fabricação e com as substâncias adequadas.
Como posso verificar se o meu fitoterápico está regularizado?
Todo fitoterápico registrado tem um número em sua embalagem, o qual sempre começa com o algarismo 1, que identifica os medicamentos registrados na Anvisa, e contém 13 dígitos. Portanto, o número de registro do fitoterápico na Anvisa deve ser: Reg. MS: 1.XXXX.XXXX-XXXX”, orienta Mariana.
A professora
conta que existem também os Fitoterápicos manipulados, que são aqueles preparados em farmácias de manipulação autorizadas pela vigilância sanitária.
Estas foram avaliadas para verificação quanto ao cumprimento das boas práticas de manipulação.
“Outro ponto que vale destacar, existe um tipo de farmácia específica para manipulação de fitoterápicos, denominadas Farmácias Vivas. Sendo estabelecimentos públicos de saúde que cultivam, coletam, processam, armazenam, manipulam e dispensam plantas medicinais e fitoterápicos”, finaliza.
By Lê Moraes




