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50 anos do Escândalo Watergate: relembre a história que marcou os EUA

Pela primeira e única vez na história dos EUA, um presidente eleito foi obrigado a renunciar para evitar o impeachment

Foi na madrugada de um sábado qualquer que os norte-americanos conheceram pela primeira e única vez o escândalo envolvendo a administração de um presidente dos EUA.

 

Eleito pelo partido

Republicano em 1968, Richard Nixon (1913-1994) foi obrigado a deixar o comando da Casa Branca depois do Escândalo de Watergate ter exposto práticas antidemocráticas durante o seu governo, com o objetivo de garantir a derrota do candidato democrata George McGovern nas eleições de 1972.

 

O fator que levaria Nixon,

o 37º presidente dos EUA, a renunciar depois de dois anos de sua reeleição começou por volta da meia-noite de 17 de junho de 1972. Naquele dia, cinco ladrões (James McCord, Bernard L. Barker, Eugenio R. Martinez, Frank A. Sturgis e Virgilio R. Gonzalez) foram presos instalando escutas e furtando documentos na sede do Partido Democrata, localizado no completo de escritórios Watergate, em Washington, a capital do país.

 

Um dia depois

do crime acontecer, a agência de notícias Associated Press identificou um dos ladrões, o ex-agente da CIA (Central Intelligence Agency) James McCord, como o chefe de segurança da campanha de reeleição de Richard Nixon. “Este homem e as outras pessoas não estavam operando em nosso nome ou com nosso consentimento”, afirmou à época John Mitchell, ex-procurador-geral dos EUA que comandava a campanha do presidente. “Não há lugar em nossa campanha, ou no processo eleitoral, para esse tipo de atividade.”

 

Entretanto,

os repórteres Bob Woordward e Carls Bernstein, do jornal Washington Post, começaram a investigar mais a fundo a relação entre a Casa Branca e o suposto assalto no completo de Watergate. A dupla de jornalistas recebia informações de uma fonte anônima, apelidada de Deep Throat (“garganta profunda”). A fonte só foi identificada em 2005 como Mark Felt, um ex-agente do FBI. O informante revelou que a invasão à sede do Partido Democrata estava relacionada com a campanha ilegal de Nixon para vencer as eleições contra George McGovern.

 

Apesar do escândalo,

Richard Nixon derrotou o democrata no dia 7 de novembro de 1972 com 60% dos votos. Entretanto, três meses após as eleições presidenciais o Senado dos EUA decidiu por unanimidade estabelecer um comitê para investigar o caso de Watergate.

 

As fitas

Mas foi apenas em 16 de julho que explodiria de vez o Escândalo de Watergate. Naquele dia, o assessor júnior da Casa Branca e ex-secretário de Richard Nixon, Alexander P. Butterfield, revelou durante um depoimento televisionado que o presidente dos EUA havia ordenado a construção de um sistema secreto de gravações na sede oficial do poder executivo. Segundo Alexander, Nixon registrava todas as suas conversas desde a primavera de 1971.

Depois da notícia ter sido capa da maioria dos jornais da época, a Suprema Corte dos EUA decidiu por unanimidade que Nixon deveria entregar as fitas ilegais. Dentre as gravações, foi descoberto uma conversa entre o presidente e o assessor da Casa Branca RH “Bob” Haldeman seis dias depois da invasão à Watergate. Durante a conversa, Nixon acaba revelando o plano para que a CIA bloqueie a investigação sobre o crime contra a sede do Partido Democrático.

 

No dia 8 de agosto de 1972

o republicano anuncia a sua renúncia durante um discurso televisionado para todo o país. Por volta do meio-dia de 9 de agosto, o vice-presidente Gerald Ford faz o juramento de posse e assumiu o cargo de presidente dos EUA.

Link original da matéria:
https://revistaoeste.com/mundo/50-anos-do-escandalo-watergate-relembre-a-historia-que-marcou-os-eua/

Richard Milhous Nixon, o 37º presidente dos Estados Unidos | Foto: Reprodução/Flickr
Richard Milhous Nixon, o 37º presidente dos Estados Unidos | (Foto: Reprodução Wikimedia Commons)
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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