Míriam Leitão falou no Bom Dia Brasil sobre a indicação do economista Marcio Pochmann para assumir a presidência do IBGE. A decisão causou controvérsia no governo.

A indicação de Pochmann foi feita pelo presidente Lula, mesmo com o fato do IBGE ser subordinado ao Ministério do Planejamento, comandado por Simone Tebet. A escolha de Lula pegou a ministra de surpresa. E para a comentarista, a escolha mostrou certo desacordo com o governo.

“É importante entender que a ministra do Planejamento foi atropelada. É um órgão subordinado ao ministério. Eu a entrevistei às 13h e ela disse que não conhecia o Marcio Pochmann, e que esse assunto não era para ser tratado agora porque seria um desrespeito com o atual presidente”, relatou.

Poucas horas depois da gravação da entrevista, o Palácio do Planalto anunciou a mudança.

Pochmann é reconhecidamente próximo ao governo, e já foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) entre 2007 e 2012. Depois, presidiu a Fundação Perseu Abramo, organização ligada ao PT.

Míriam, no entanto, relembrou que a gestão de Pochmann no Ipea não foi boa por ter sido ideologicamente direcionada. Fator que, somado à falta de conversas com a ministra do Planejamento, pode gerar preocupação com a afinação entre setores do governo.

“Além de chegar já desse jeito estranho, Marcio Pochmann foi presidente do Ipea e fez uma gestão muito ruim. Fez uma gestão direcionada, intervencionista, demitiu gente que não concordava com ele. (…) Então tudo é muito perigoso”, contou a jornalista.