Simbolicamente, o desfile dos 116 anos serviu também para mostrar que sempre é tempo de se reparar erros cometidos no passado, no caso de Anápolis, no que tange à sua maior riqueza, a água.

O desfile cívico-militar em comemoração aos 116 anos de Anápolis, desta feita realizado na Av. Brasil Sul, em frente ao Centro Administrativo, marcou emblematicamente a data mais importante do município.

Ao mostrar seu potencial, representado pela Base Aérea, Polícia Militar, Administração Pública, entidades e instituições dos mais diferentes segmentos e, de forma especial, pela presença de mais de oito mil pessoas nas arquibancadas.

O desfile comemorativo tornou-se um fator de motivação para a atual e futuras gerações continuarem contribuindo com o crescimento e o desenvolvimento da melhor cidade do interior de Goiás para investir e viver.

Emblematicamente, o evento ocorreu às margens do Ribeirão das Antas que corre por debaixo do Centro Administrativo e, há mais de um século, corria por entre acampamentos dos viajantes que pousavam em suas margens, descansando e desfrutando de suas águas antes de seguirem adiante.

Simbolicamente, o desfile dos 116 anos serviu também para mostrar que sempre é tempo de se reparar erros cometidos no passado, no caso de Anápolis, no que tange à sua maior riqueza, a água.

Entrecortada por quase uma dezena de córregos que formam a bacia do Ribeirão das Antas e nele desaguam, em sua maioria, na zona urbana, a cidade cresceu às margens de todos esses cursos d’água, mais densamente, às margens do Antas.

Ao adensar em torno de seu mais precioso bem, a cidade o sufocou, poluiu e engessou.

Sem poder espraiar suas águas, como no passado, o ribeirão e seus afluentes começaram a invadir as áreas adensadas e a provocar tragédias, algumas delas com vítimas fatais.

Simbolicamente, a transferência do desfile cívico-militar para as margens do Ribeirão das Antas soa como um sinal a alertar para a necessidade premente de se reparar os erros do passado.

Outros sinais foram dados em um passado recente como as frequentes inundações do plenário da Câmara Municipal, ainda no antigo prédio do Legislativo construído por Henrique Santillo, mas ninguém atentou para o alerta da natureza.

Agora, em 2023, um desfile cívico-militar nos lembra que é chegado o momento de revitalizar nossos cursos d’água, um desafio para todos nós que já se iniciou com o João Cesário e que, ao ser vencido, nos deixará orgulhosos ao ouvirmos a frase

“Parabéns, anapolinos!”

Por Odilon Alves Rosa
Jornalista da Revista Planeta Àgua, também é colunista no 7Minutos

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