Conteúdo Terra Brasil
CUT pede para Tarcísio parar operação contra crime organizado em São Paulo “repudiamos”.
A reação violenta e ilegal por parte da PM de São Paulo é um gravíssimo problema estrutural da segurança pública do país.
A CUT, em decorrência dos recentes acontecimentos envolvendo ações policiais em comunidades da cidade de Guarujá, litoral sul de São Paulo, manifesta sua preocupação e discordância com relação à postura do governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem defendido tais ações que resultaram em fatalidades oficialmente registradas de pelo menos 12 pessoas.
Nesta terça-feira (1º), relatos de moradores divulgados pela imprensa indicam a possibilidade de um número ainda maior de vítimas, chegando a 19.
Veja a nota abaixo:
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) repudia veementemente a ação truculenta e sanguinária contra os moradores das comunidades da Vila Júlia e Vila Zilda, na cidade de Guarujá, determinada pela Secretaria de
Segurança do estado de São Paulo, sob a gestão do governador Tarcísio de Freitas após o assassinato do policial da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) Patrick Reis, na última quinta-feira (27), com tiro de um “sniper”, que o acertou no tórax a 50 metros de distância, quando fazia patrulhamento.
A violência da “Operação Escudo”, que reuniu 600 agentes, teve início na sexta-feira (28), no dia seguinte à morte do policial e fez até agora doze mortos, segundo os moradores dessas comunidades. A Ouvidoria da PM diz que foram dez os mortos, enquanto o governo de estado diz que foram oito. Nos solidarizamos com os familiares das vítimas e com as comunidades vítimas desta assombrosa violência.
Mesmo após o maior suspeito do crime ter se entregado e ter pedido em vídeo que o secretário de segurança do estado, Guilherme Derrite, parasse com a “matança” de inocentes, o governo do estado diz que a operação deverá durar mais 30 dias.
A reação violenta e ilegal por parte da PM de São Paulo é um gravíssimo problema estrutural da segurança pública do país e segue os mesmos moldes de operações realizadas no Rio de Janeiro que, de acordo com levantamento do Instituto Fogo Cruzado e o Grupo de Estudo dos Novos Legalismos (Geni), acumula até maio de 2022, 178 mortes e 39 chacinas. O RJ se destaca pela violência policial, sendo o estado em que a polícia mais mata e mais morre.
O mesmo acontece na Bahia, que de acordo com a 15ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2020, o estado alcançou 1.137 mortes pelas polícias, o maior número da série histórica desde 2008, perpetuado pelo modelo de “guerra às drogas”.
O que se vê no Brasil é terrorismo de Estado, consequência de um modelo de polícia militarizado herdado da ditadura que vigorou no Brasil entre 1964 e 1984. O que temos hoje é um modelo de “guerra às drogas”, que aumenta a disputa por controle territorial, principalmente nas periferias, e, em consequência, a tensão, a ação repressiva do Estado e a violência.
Estamos vivendo um novo momento no nosso país, com a vitória de um programa democrático e popular, comprometido com a reconstrução e a transformação do Brasil. Para transformar o Brasil é imperativo enfrentar e propor uma mudança de rumos na segurança pública o quanto antes.
Não podemos continuar aceitando a perpetuação desse modelo baseado na violência contra a população pobre, no racismo e no extermínio de jovens, nos territórios onde vive a classe trabalhadora.
É preciso uma reforma estrutural na segurança pública, com a participação de vários setores da sociedade, aproximando os policiais da comunidade, com participação da população e combinada com a presença do estado na execução de políticas sociais e de segurança baseada nos princípios de Direitos Humanos.
Repetir os velhos erros e investir em ações policiais violentas, com violações dos direitos humanos, sem inteligência ou investigação nos trouxe até a barbárie nas periferias. Ao mesmo tempo em que somos o país onde a polícia mais mata, somos também onde policiais mais morrem.
Registramos recordes de mortes promovidas por policiais e, ao mesmo tempo, vimos o crime organizado se expandir e diversificar sua atuação, mantendo parcelas expressivas da população sob o controle violento.
O governador Tarcísio de Freitas tem o dever de agir na legalidade para que atos como esse não ocorram no estado de São Paulo e que o direito à vida dos cidadãos seja preservado.
Além disso, precisamos de uma atuação forte e imediata do governo federal, visando a mudança do modelo de polícia militar para uma polícia baseada no respeito a dignidade humana, que sirva aos cidadãos e não espalhe terror, violência e morte para a população.
São Paulo, 01 de agosto de 2023.
Sérgio Nobre Pesidente
Aparecido Donizeti da Silva Scretário-Geral
Jandyra Uehara Alves Secretária Nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos
Com informações: CUT.
Link original da matéria:
https://terrabrasilnoticias.com/2023/08/cut-pede-para-tarcisio-parar-operacao-contra-crime-organizado-em-sao-paulo-repudiamos-veja-nota
Conteúdo Pleno News
Erickson David da Silva, de 28 anos, apontado como autor dos disparos que matou o policial militar Patrick Bastos Reis, da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), em Guarujá, litoral paulista, gravou um vídeo antes de se entregar a polícia. Nele, o homem pede ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o fim da matança na região.
Sniper do tráfico que atirou em policial teve a cara de pau de afirmar que se entregou para @tarcisiogdf e @DerriteSP parar com a matança dos seus companheiros: "já chega, me entrego"
Erickson David da Silva, preso suspeito de matar um policial das Rondas Ostensivas Tobias… pic.twitter.com/HmeJ0aN5cN
— Uelton Costa🇧🇷 (@ueltoncosta_) July 31, 2023
🌩
🇧🇷🚨 Teatro: Gravação feita antes de se entregar por criminoso q matou PM foi orientação de advogado.
Em áudio, homem pede que Erickson David da Silva cite no vídeo nomes de Tarcísio e Derrite para responsabilizá-los diretamente pelas mortes ocorridas durante operação . pic.twitter.com/Iq9i6SqFf8— O Despertar 💫 (@AnnaMonteiroAn1) July 31, 2023
Gravação feita antes de se entregar por criminoso que matou PM foi orientação de seu advogado
Em áudio, homem pede que Erickson David da Silva cite no vídeo nomes de Tarcísio e Derrite para responsabilizá-los diretamente pelas mortes ocorridas durante operação no litoral de SP. pic.twitter.com/8jVq2pxGsC
— José Mendes (@ZazaS_) July 31, 2023
Eis o vídeo gravado por Erickson David da Silva citando Tarcísio e Derrite, conforme a orientação. pic.twitter.com/U0Xhmprdpv
— Gazeta Brasil (@SigaGazetaBR) July 31, 2023
Erickson David da Silva, PM Patrick Bastos Reis e governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas Foto: Redes Sociais/ Divulgação Polícia Militar de São Paulo e Governo do Estado de São Paulo[/caption]
