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Qual o verddeiro papel da imprensa

Reflexões Sobre o Jornalismo e o Poder: O Caso do Rio de Janeiro

Em meio ao cenário político e criminal do Rio de Janeiro, a imprensa desempenha um papel crucial na formação da opinião pública, com uma abordagem que merece ser analisada à luz dos recentes acontecimentos envolvendo figuras políticas e a segurança pública.

A relação entre criminalidade, política e forças policiais no Rio de Janeiro encontra ampla ressonância nos veículos de comunicação locais.

Este cenário foi novamente evidenciado com a recente detenção de suspeitos ligados ao assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, um evento que, apesar de sua gravidade, não representa uma novidade no contexto da violência política na região.

Historicamente, setores conservadores no Rio têm gozado de considerável cobertura favorável por parte da mídia, o que tem contribuído para a marginalização de vozes progressistas.

Esta tendência na cobertura jornalística não apenas reflete, mas também intensifica divisões políticas, beneficiando indivíduos e grupos associados ou favorecidos por organizações criminosas.

A mídia brasileira, de modo geral, demonstra uma abordagem diferenciada ao reportar falhas e escândalos, dependendo da orientação política dos envolvidos. Há uma percepção de que as infrações cometidas por figuras de direita ou extrema-direita tendem a ser minimizadas ou menos enfatizadas em comparação com aquelas atribuídas a políticos de esquerda.

Esta disparidade na cobertura sugere uma influência significativa dos proprietários de veículos de comunicação nas narrativas políticas.

Críticos podem argumentar que tais observações emanam de uma perspectiva esquerdista; contudo, elas se baseiam na análise de padrões de cobertura jornalística e na interação entre a mídia e o poder político.

As acusações frequentemente dirigidas pela direita à esquerda parecem, paradoxalmente, descrever práticas igualmente presentes entre seus próprios membros.

Quando os argumentos políticos se voltam para questões de moralidade e costumes, como a união civil entre pessoas do mesmo sexo, a criminalização do aborto e a legalização das drogas, percebe-se uma estratégia de desvio que explora a falta de acesso à informação de qualidade por parte da população, fortalecendo assim os discursos conservadores através de uma grande exposição midiática.

O debate sobre a qualidade da educação emerge como um ponto de contenda, sugerindo que limitações no acesso à educação de qualidade podem favorecer a perpetuação de uma narrativa política dominante, desinformada e polarizadora.

Observa-se, também, uma preocupação com a segurança pública, especialmente em relação à resistência ao uso de câmeras corporais por parte das forças policiais, uma medida que poderia aumentar a transparência e a responsabilidade nas operações de segurança. A falta de implementação dessa tecnologia reflete uma resistência maior à accountability no âmbito da segurança pública, muitas vezes com o aval de autoridades governamentais.

Por Luiz Claudio Cavalcante
Jornalista

[caption id="attachment_166042" align="alignnone" width="1024"] Um evento que, apesar de sua gravidade, não representa uma novidade no contexto da violência política na região.[/caption]
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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