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Imagens pós-apocalípticas de Brasília criadas com IA provocam reflexão sobre pandemia e futuro
Arena de Notícias lança série de imagens da capital federal tomada pelo caos e abandono, remetendo às angústias da pandemia e ao universo de séries como The Last of Us.

Após o sucesso das representações pós-apocalípticas elaboradas pelos designers do Arena de Notícias, que utilizaram inteligência artificial (IA) para criar visões inquietantemente realistas de como ficariam os principais marcos das cidades de Goiânia e Anápolis se seus habitantes desaparecessem subitamente, chegou a vez de Brasília ser envolta em sombras.
As representações macabras das cidades goianas repercutiram rapidamente pela internet, e agora, o desafio foi estendido à capital federal.
Pontos emblemáticos como a Catedral Metropolitana, o Congresso Nacional, o Museu de Arte de Brasília, a Ponte JK e a Torre de TV foram retratados com contornos aterrorizantes.
As imagens trazem à tona a sensação opressiva de vazio, desolação e ruína, reminiscente do isolamento mais profundo vivido durante o ápice da pandemia de COVID-19, como se estivéssemos em cenas de séries como The Walking Dead e The Last of Us.
Foram 8h30 de trabalho para a finalização das imagens de Brasília,
conta Luiz Cláudio Cavalcante, editor de Conteúdos do Arena de Notícias, sobre o grande esforço empregado para alcançar um resultado final satisfatório.
Foi um desafio lançado em uma reunião de pauta, quando, sem compromisso com o resultado final,
nosso time de designers decidiu empregar a IA com comandos precisos, conforme o briefing elaborado.
Após várias horas de testes e ajustes, conseguimos atingir o que imaginávamos, e o resultado foi surpreendente e impactante para todos nós, detalhou.
A rodoviária do Plano Piloto, tomada pela vegetação, com ônibus abandonados, antes praticamente imparáveis e sempre lotados, agora se encontra vazia.
O ponto turístico que exibe o letreiro de Brasília, que recebe dezenas de visitantes em busca do melhor clique, foi transformado em um espaço nada “instagramável”.
Um dos maiores símbolos do poder, o Congresso Nacional, totalmente esvaziado, cede à força da natureza.
E, o que dizer da Torre de TV, um lugar sempre concorrido, agora transformado em um cenário desolador?
É difícil não sentir um pouco desse caos total, especialmente ao recordar o lockdown necessário para conter a COVID-19, que esvaziou lugares frenéticos.
The Walking Dead é uma série de televisão baseada na HQ de mesmo nome, criada por Frank Darabont, que estreou em 2010.
A trama acompanha um grupo de sobreviventes em um mundo devastado por um apocalipse zumbi, liderado por Rick Grimes, um ex-policial que acorda do coma para encontrar a civilização destruída.
Ao longo das temporadas, a série explora temas como sobrevivência, moralidade e os desafios de viver em um mundo sem leis, em que os humanos se tornam tão perigosos quanto os mortos-vivos.
The Last of Us também retrata esse cenário de caos.
Originalmente uma franquia de jogos da Naughty Dog, lançada em 2013 para PlayStation 3, o jogo segue Joel e Ellie, dois sobreviventes em um mundo pós-apocalíptico dominado por um fungo que transforma humanos em criaturas monstruosas.
Em 2023, a história foi adaptada para a TV pela HBO, com grande sucesso de crítica e público.
A segunda temporada estreou em 13 de abril de 2025 na HBO e na plataforma de streaming Max.
Os novos episódios se passam cinco anos após os eventos da primeira temporada e seus cenários lembram muito os produzidos pela equipe do Arena de Notícias, ao mostrar a destruição e a força da natureza retomar espaços antes ocupados por seres humanos.
O enredo dessas séries tornou-se ainda mais relevante durante a pandemia de COVID-19.
O vírus do jogo, o Cordyceps, espalha-se rapidamente e destrói sociedades, enquanto o mundo enfrenta o colapso da ordem social — algo que ressoou com a realidade de milhões de pessoas ao redor do planeta.
A série foi produzida e lançada em meio a um contexto global de incertezas devido à pandemia real, fazendo com que temas como isolamento, medo, sobrevivência e adaptação ao novo se tornassem ainda mais impactantes para o público.
The Walking Dead também aborda temas de sobrevivência em meio ao colapso social, isolamento e a luta constante contra uma ameaça invisível, transformando a vida cotidiana em um desafio mortal.
Ao escrever essa matéria, confesso duas coisas: apesar de ser um sucesso absoluto, The Walking Dead não me conquistou, mas The Last of Us me pegou de uma forma que fiquei obcecada pela história.
Tanto que estou assistindo à primeira temporada novamente, para me preparar para a segunda.
As cenas com zumbis, que provavelmente foram o grande atrativo de Walking Dead para muitos, não me agradaram, e logo nos primeiros episódios decidi abandonar a série. Já em The Last of Us, os “bichos escrotos” não têm tanto destaque.
O que realmente chama a atenção é o suspense de saber que eles podem aparecer a qualquer momento, criando um clima tenso e imprevisível.
Além disso, a história dos protagonistas é uma jornada fascinante de resiliência em meio ao caos, o que torna a narrativa ainda mais envolvente.
Os cenários de The Last of Us também são incríveis.
Quando o Luiz me mostrou as imagens de Goiânia apocalíptica, imediatamente me lembrei dessas séries.
As fotos nos transportam de volta à pandemia, mas também nos fazem imaginar como seria se ela se prolongasse ainda mais.
Ao ver imagens de locais conhecidos, somos forçados a refletir sobre os impactos de uma pandemia ainda mais devastadora.
A angústia do lockdown, a sensação de que o mundo estava em suspensão, as milhares de mortes e internações, a perda de amigos e familiares, a incerteza sobre o retorno à normalidade… tudo isso podemos reviver nas imagens de Goiânia, Anápolis e Brasília, reinterpretadas pela inteligência artificial no projeto do Arena de Notícias.
É impossível não sentir a inquietação ao observar esses cenários, que não são apenas uma representação do apocalipse fictício, mas também uma reflexão dolorosa sobre o que poderia acontecer caso uma crise global ainda mais grave nos atingisse.
As imagens elaboradas pelo Arena de Notícias remetem a esses sentimentos e aproximam o espectador, ao retratar espaços brasileiros, familiares ao público.
O impacto emocional, tanto das séries com enredos pós-apocalípticos quanto das imagens do Arena, pode ser visto como uma reflexão sobre as dificuldades humanas em tempos de crise.
As relações interpessoais e a luta pela sobrevivência são temas universais, exacerbados pelo cenário da pandemia, tornando histórias de ficção em uma espécie de espelho das nossas próprias lutas durante momentos de adversidade global.
Podemos trazer à tona questões sobre como o entretenimento lida com questões sociais e de saúde, com a pandemia de COVID-19 tornando ainda mais urgente a discussão sobre como estamos preparados (ou não) para lidar com uma crise global que pode mudar para sempre a forma como vivemos.
Realizar essa releitura a partir de um cenário do nosso cotidiano nos leva a refletir:
o que realmente importa?
É o possuir ou o ser?
Grandes obras servem exatamente para quê?
Nas imagens, podemos ver que, sem nós, seres humanos, muito do que se investe ficará para um futuro que, a julgar pelas muitas ações do homem,
apresenta-se como um cenário melancólico, triste e vazio, concluiu o editor-chefe do Arena de Notícias, Cláudio Curado.
Por: Nádia Lima
Link original da matéria
Arena de Notícias
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