E no Brasil? Combustíveis
Preço do petróleo despencou.
Quando a gasolina vai ficar mais barata para o brasileiro?

A queda acentuada na cotação do petróleo no mercado internacional tem colocado pressão sobre a Petrobras por uma redução nos preços de combustíveis em suas refinarias.
O assunto, no entanto, gera divergências no governo e na estatal.
Na quarta-feira (9), o valor do barril de petróleo cru Brent, utilizado como referência nos mercados europeu e asiático, chegou a ser cotado a US$ 58,64, o menor valor desde fevereiro de 2021.
Em janeiro, o indicador estava acima de US$ 80.
Na sexta (11), o preço voltou a oscilar próximo de US$ 65.
A retração é consequência, em parte, do tarifaço promovido pelos Estados Unidos, que levantou temores entre analistas do mercado de uma possível recessão global, o que reduziria a demanda pela commodity.
Além disso, o anúncio de aumento de produção por parte de oito países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) a partir de maio, aprofundou a derrocada nos preços.
Na terça-feira (8), em entrevista coletiva, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que acredita na possibilidade de uma redução nos preços dos combustíveis caso seja mantida a atual cotação.
Considerando o preço do Brent dessa semana, nós temos um preço que tem todas as condições de ser reduzido, afirmou.
Agora, é importante dizer que o preço que está refletido essa semana no Brent leva muito em consideração as loucuras cometidas pelo presidente dos Estados Unidos.”
Segundo a CNN Brasil, dias antes Silveira teria entrado em contato diretamente com a diretoria da Petrobras para avaliar um possível corte nos preços dos combustíveis.
Refinaria privada já reduziu preço da gasolina e do diesel
Na quarta, a refinaria privada de Mataripe, pertencente à Acelen, reduziu o preço do óleo diesel A em R$ 0,16 por litro, e o da gasolina A em R$ 0,33.
Nesta sexta, segundo relatório da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) produzido em parceria com a StoneX, o preço médio da gasolina estava 5% acima do preço de paridade de importação, enquanto o do óleo diesel era superior em 3%.
A Petrobras não comenta de forma antecipada decisões sobre reajuste de combustíveis.
Na semana passada, em um relatório anual encaminhado à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão do governo dos Estados Unidos que regula o mercado de ações,
a petroleira afirmou que
os reajustes de preços continuarão sendo feitos sem uma periodicidade previamente definida,
evitando a transferência da volatilidade conjuntural das cotações internacionais
e da taxa de câmbio para os preços domésticos.
“No passado, nossa administração ajustou periodicamente os preços de petróleo, gás e derivados.
No futuro, poderá haver períodos durante os quais os preços dos nossos produtos não estarão em paridade com os preços internacionais dos produtos.
Ações e legislações impostas pelo governo federal brasileiro, como nosso acionista controlador, poderão afetar essas decisões de preços”, diz trecho do documento.
Instabilidade global e flutuação do dólar podem inibir queda do preço da gasolina
Uma das principais razões para a cautela do comando da Petrobras em reduzir o valor dos combustíveis em suas refinarias estaria no fato de ainda não estar claro se a queda na cotação do petróleo perdurará por muito tempo, avalia Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital.
A gente atravessa um período em que os ativos, incluindo commodities e o dólar,
que são os principais determinantes nos preços dos combustíveis, estão muito voláteis, diz.
Então, qualquer alteração nesse período especificamente é reflexo de uma foto da economia, e não de uma conjuntura.
Então, por isso, eu acho que a Petrobras está mais conservadora nesse aspecto, analisa.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, afirma que, apesar da desvalorização do barril de petróleo no contexto global, a valorização do dólar frente ao real nos últimos dias impede uma redução nos preços dos combustíveis no mercado brasileiro.
A gente estava fazendo essa conta aqui e infelizmente não dá para fazer nenhum reajuste por enquanto por conta do câmbio,
diz.
Todo esse espaço que a gente viu de defasagem em relação ao preço internacional se esvaiu com o câmbio desvalorizando, explica.
Teria que ter pelo menos um reajuste cambial, uma moeda um pouco mais forte, para a gente conseguir ter esse reajuste.
Por: Por Célio Yano
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