Na história da sociedade
Sentido, saúde mental e pertencimento: o que move a Geração Z no mundo do trabalho
Enquanto no passado o salário era o principal fator de decisão profissional, hoje muitos jovens priorizam o propósito

Na história da sociedade em sua totalidade, o mundo do trabalho passou por uma série de metamorfoses até atingir os mecanismos que fundamentam as relações trabalhistas atualmente, seja no âmbito cultural ou econômico.
Nesse sentido, especialmente nas últimas décadas, a relação entre as novas gerações está passando por outro movimento de transformação.
A Geração Z, que comporta aqueles nascidos entre 1997 e 2012, além de firmar-se como umas das principais forças de trabalho do tempo presente, também trouxe consigo novas prioridades para as empresas.
De acordo com as projeções da Zurich Insurance, no ano de 2025, a Geração Z deve representar cerca de 27% da força de trabalho em escala global até o final do ano.
Esse número também aparece nas estimativas levantadas pelo Fórum Econômico Mundial. Mas o que está mudando, de fato, nesse processo?
Em síntese, essa geração, durante muito tempo, foi chamada de preguiçosa.
No entanto, é preciso compreender que essas pessoas cresceram expostas ao clássico American Dream, pautado na seguinte lógica: ir para faculdade, fazer algum estágio não remunerado e, logo em seguida, ser efetivado com um salário digno, constituir família e viver a vida sem muitos percalços.
No entanto, por questões econômicas que perpassam as micros e macro escalas das relações produtivas, o sonho americano deixou de ser uma realidade para muitos.
O mercado atualmente mostra que os recrutadores evitam em muitos casos contratar recém-formados, os empregos estão tornando-se cada vez mais específicos, movimento que fez essa geração adotar novos hábitos em relação aos seus antecessores.
Geração Z e os novos hábitos no ambiente de trabalho
Uma pesquisa da Meeting Canary, realizada em 2024, mostrou que 70% dos trabalhadores da geração baby boomers não tolera chegar atrasado no trabalho.
No entanto, os trabalhadores da Geração Z acreditam que chegar entre cinco e dez minutos atrasados ainda é ser pontual.
Outro tipo de reclamação relacionado às pessoas dessa geração é que geralmente optam por usar inteligência artificial (IA) em algumas tarefas e optar por férias silenciosas.
Outro aspecto das mudanças relaciona-se às roupas usadas no trabalho. Os boomers, por exemplo, costumam utilizar trajes mais tradicionais e formais dependendo do cenário de atuação.
No entanto, a Geração Z está mudando esses hábitos, optando por usar roupas mais confortáveis, ou emular tendências de modas famosas nas redes sociais.
Além disso, outro ponto elementar dessa dinâmica de transformação é o foco na saúde mental.
A solidão afeta trabalhadores de todas as idades, mas a Geração Z enfrenta impactos mais severos.
Segundo estudo da Metlife (2025), jovens relatam mais depressão, exaustão e isolamento do que outras faixas etárias.
Somente 60% se dizem engajados no trabalho, contra 79% dos boomers, evidenciando um cenário um tanto preocupante.
Os boomers sofreram suas tensões globais, mas a Geração Z, ao contrário, preferiu normalizar a terapia e a expressão aberta de suas emoções.
A Geração Z, nesse sentido, opta por estabelecer um limite claro entre o trabalho e sua vida pessoal, considerando que o trabalho não é o ponto gravitacional no qual suas existências devem orbitar.
Essa mudança de perspectiva pode ser percebida nas escolhas acadêmicas, por exemplo.
Áreas como psicologia, pedagogia, serviço social, biologia e ciências ambientais têm atraído esses jovens.
Entre os mais procurados, destaca-se a faculdade de psicologia que tem atraído jovens interessados em compreender melhor o comportamento humano, promover saúde mental e contribuir com a coletividade.
No fim, a Geração Z quer mais do que um emprego: quer fazer parte de algo maior, algo que dê propósito e sentido à vida.
A satisfação de contribuir com o mundo de alguma forma, nesse sentido, vale mais do que qualquer salário. Trata-se de um novo paradigma que parece ter vindo para ficar.
Siga o ‘ 7Minutos’ nas redes sociais
X (ex-Twitter)
Instagram
Facebook
Telegram
Truth Social