neurocirurgião Marcos Spadoni,
Goiânia registra primeiro tratamento de aneurisma cerebral com dispositivo inovador no Hospital Mater Dei
Procedimento minimamente invasivo utilizou tecnologia recém-aprovada no Brasil e reduziu tempo de internação da paciente
O Hospital Mater Dei Goiânia realizou pela primeira vez em Goiás um procedimento para tratar aneurisma cerebral utilizando um dispositivo de última geração criado para redirecionar o fluxo de sangue dentro das artérias do cérebro.
A intervenção foi conduzida pelo neurocirurgião endovascular Marcos Spadoni, da Unidade de Neurocirurgia do Hospital, e aplicou uma tecnologia que acaba de receber autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no Brasil.
O dispositivo utilizado — conhecido no meio médico como p64 — possui um revestimento especial que ajuda a diminuir riscos relacionados ao pós-operatório.
Spadoni explicou que a inovação permite um cuidado mais simples após a intervenção.
Esse revestimento diminui a chance de formação de coágulos e de complicações no pós-operatório.
Assim, a paciente necessita menor uso de medicação para o procedimento, afirmou.
Procedimento sem cortes e com recuperação rápida
A paciente foi tratada por meio de uma técnica chamada embolização, que dispensa cortes e não exige a abertura do crânio.
O método usa um cateter introduzido pela artéria da perna ou do punho até alcançar o aneurisma dentro do cérebro.
Com isso, o médico consegue corrigir o problema por dentro dos vasos sanguíneos.
Através desse acesso conseguimos chegar diretamente ao aneurisma e fazer o tratamento de maneira rápida.
Alguns casos têm tempo total de 30 minutos, explicou o especialista.
Segundo ele, por ser uma abordagem menos invasiva, o risco de complicações é reduzido, e a alta costuma ocorrer em cerca de 24 horas, dependendo da evolução clínica.
A liberação do dispositivo pela Anvisa amplia as possibilidades de escolha do médico para cada caso.
Para o especialista, isso favorece abordagens mais personalizadas.
Com esta aprovação,
nós neurocirurgiões vasculares temos mais uma opção e conseguimos adequar a melhor escolha individualizada a cada paciente,
baseado na anatomia, fatores de risco e dificuldade técnica, por exemplo, afirmou.
Outro ponto destacado pelo neurocirurgião é a relação da nova tecnologia com o uso de medicamentos antiagregantes, que ajudam a evitar a formação de coágulos após o procedimento.
Esses medicamentos aumentam riscos de sangramentos. Normalmente são pequenos hematomas, mas em situações mais raras podem ocorrer sangramentos digestivos.
Com esse dispositivo, estamos habilitados, baseados nas últimas publicações, a utilizar apenas uma medicação e diminuir esses riscos, disse o neurocirurgião.
Estrutura do Hospital Mater Dei Goiânia possibilitou o primeiro caso no Estado
A realização do primeiro procedimento de Goiás também esteve relacionada à estrutura disponível no Hospital Mater Dei Goiânia.
A instituição conta com equipamentos específicos para intervenções neurológicas de alta complexidade, incluindo recursos voltados para técnicas minimamente invasivas.
No Mater Dei Goiânia possuímos toda a estrutura necessária para realizarmos qualquer tipo de procedimento neurocirúrgico,
especialmente os minimamente invasivos, sem cortes. Aparelho de hemodinâmica com reconstrução em 3D e uma UTI altamente capacitada para o pós-operatório, afirmou Spadoni.
O neurocirurgião também destacou informações gerais sobre aneurismas cerebrais, condição que pode causar hemorragia grave quando rompe.
Ele explicou que o quadro está entre as causas de AVC hemorrágico e apresenta índices elevados de mortalidade.
A mortalidade pode ultrapassar 70%.
Ou seja, a cada 10 pacientes com aneurisma que rompem, 7 podem falecer, disse.
Como o aneurisma geralmente não causa sintomas antes de romper, Spadoni ressaltou a importância de atenção médica em pessoas com fatores de risco como pressão alta, colesterol alterado, obesidade e diabetes, além de quem tem familiares que já sofreram AVC.
Com o uso dessa tecnologia no Hospital Mater Dei Goiânia, o Estado passa a contar com mais uma alternativa para o tratamento minimamente invasivo de aneurismas cerebrais, aplicada em casos selecionados e baseada em dispositivos recentemente incorporados ao país.
FOTOS:
FOTO 1- Marcos Spadoni, Neurocirurgião Endovascular. Unidade de Neurocirurgia do Hospital Mater Dei Goiânia
FOTO 2- Equipe de médicos do Hospital Mater Dei Goiânia
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