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O que há para comemorar?

Goiania completa 86 anos.

Já não é uma "jovem senhora", como candidamente alguns apregoam.

A cidade, que nasceu da necessidade de uma nova e arrojada capital para o Estado de Goiás, foi corretamente planejada para os “tempos modernos”, com uma boa estrutura viária e prédios públicos em art noveau.

Porém, uma cidade é um organismo vivo, e a falta de um planejamento adequado, somado à falta de um contingente político comprometido primeiro com as necessidades desse organismo, transformaram a Capital numa terra de ninguém para a exploração imobiliária sem regras, a atração de mais e mais moradores do interior para o crescimento dos efetivos eleitorais direcionados à manutenção dos status quo políticos, a política de falta de expansão dos serviços de qualidade, a destruição e deteriorização sistemática dos espaços públicos e o inchamento generalizado da periferia.

Até hoje não há um plano estratégico para a cidade, que sofre dos mandos e desmandos de uma elite descompromissada em prover meios para melhorar as condições econômicas do município, hoje com um enorme endividamento de longo prazo, inúmeras obras contratadas com o apoio do Governo Federal, mas paralisadas pela gestão deficiente (creches, hospitais e postos de saúde).

Foi preciso que um grave acidente mostrasse que o Parque Mutirama não possuía corpo técnico, nem supervisão dos órgãos de controle de engenharia e um plano mínimo de manutenção.

Até hoje o imbroglio entre empresas formais e vendedores ambulantes de roupas e acessórios não foi resolvido, o que provoca conflitos na região da rua 44 e uma insegurança para os investidores.

Por conta de uma visão política sem aprofundamento, a cidade não possuiu grandes empreendimentos industriais que possam oferecer melhores salários e estabilidade profissional, ao passo que outras cidades no entorno rapidamente se desenvolveram nesse sentido.

A infraestrutura viária na região de Campinas, onde é gerada renda e empregos para a cidade, está totalmente deteriorada. A avenida Castelo Branco sofre com asfalto irregular, estacionamento indevido de veículos sem fiscalização do município, estreitando ainda mais a via, ao passo que a cada esquina foi instalado um caça niqueis para a municipalidade.

A principal artéria da cidade, a Avenida Anhanguera, convive com o sistema de via exclusiva para um sistema de ônibus tocado por uma empresa estatal atolada em dívidas e processos trabalhistas. As estações desse sistema são ruins, inadequadas e sem que o respeito ao trabalhador e ao usuário aconteça de forma digna.

Experimente passar de carro pela Avenida Anhanguera na Praça A, região do Camelódromo, ao meio dia.

Faça uma visita aos postos de saúde, muitos sem condições de funcionamento adequado à população que ali pretende achar paz e acolhimento para seus problemas de saúde.

As obras do sistema de ônibus rápido deveriam ter sido concluídas no final de 2017 em toda sua extensão. Não ocorreu porque o Tribunal de Contas da União determinou diligências e a paralisação das obras para solução dos problemas encontrados, quase todos ligados à falta de planejamento e o uso da obra para fins eleitorais.

A Avenida Perimetral, principal via de acesso para caminhões e trabalhadores no sentido longitudinal da cidade e saída para as cidades de Trindade e Anápolis, não recebe uma reforma adequada há muitos anos, com asfalto deteriorado, sinalização ruim e falta de fiscalização. O que há para comemorar?

O povo dessa cidade, uma gente que trabalha, se dedica, ama essa cidade. Aqui existem profissionais de primeira linha, que lutam contra as dificuldades e que espera por dias melhores, quando a classe política acordar do sonho da cidade ainda nos tempos da sua fundação.

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Coronel Intendente R1 Carlos Marcelo C. Fernandes

[caption id="attachment_74344" align="alignnone" width="1024"] A cidade, que nasceu da necessidade de uma nova e arrojada capital para o Estado de Goiás, foi corretamente planejada para os "tempos modernos", com uma boa estrutura viária e prédios públicos em art noveau.[/caption]
[caption id="attachment_74345" align="alignnone" width="1024"] A cidade, que nasceu da necessidade de uma nova e arrojada capital para o Estado de Goiás, foi corretamente planejada para os "tempos modernos", com uma boa estrutura viária e prédios públicos em art noveau.[/caption] [caption id="attachment_74346" align="alignnone" width="1024"] Foi preciso que um grave acidente mostrasse que o Parque Mutirama não possuía corpo técnico, nem supervisão dos órgãos de controle de engenharia e um plano mínimo de manutenção.[/caption] [caption id="attachment_74347" align="alignnone" width="1024"] Foi preciso que um grave acidente mostrasse que o Parque Mutirama não possuía corpo técnico, nem supervisão dos órgãos de controle de engenharia e um plano mínimo de manutenção.[/caption]
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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