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A economia da Era Bolsonariana

Guedes prepara avaliação e pode promover mudanças na equipe econômica

O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, disse a pessoas próximas que pretende deixar o Ministério da Economia, por motivos pessoais

BRASÍLIA — Quase um ano depois do início do governo Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se prepara para fazer um balanço e uma avaliação da equipe econômica.

A análise que o ministro fará junto aos integrantes de seu time pode resultar em mudanças importantes na atual composição do Ministério da Economia, segundo fontes que acompanham as discussões.

Guedes fez uma avaliação de sua equipe com seis meses de governo. E fará uma nova, com um ano de mandato. Com isso, já há expectativa de mudanças dentro do governo.

O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, disse a pessoas próximas que pretende deixar o Ministério da Economia, por motivos pessoais. Nesse caso, Guedes ainda tenta demover o economista e evitar sua saída do governo.

Mansueto é considerado um dos fiadores da agenda de responsabilidade fiscal em curso no governo e participou da elaboração das propostas de reformas apresentadas por Guedes nas últimas semanas.

De carreira do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Mansueto é remanescente do governo do ex-presidente Michel Temer.

Foi secretário de Política Econômica do ex-ministro Henrique Meirelles e é secretário do Tesouro desde abril de 2018.

A saída de Mansueto, porém, não deve ocorrer nos próximos dias. Se for concretizada, seria apenas em janeiro ou fevereiro.

Mansueto entrou de férias nesta semana e quer apresentar o resultado das contas públicas em 2019, quando o governo deve registrar um rombo de cerca de R$ 80 bilhões, o melhor resultado em cinco anos.

De toda forma, interlocutores de Guedes já estão em busca de um substituto para Mansueto.

A avaliação do ministro da Economia pode resultar em mudanças em pelo menos três nomes, os dos secretários especiais Salim Mattar, Marcos Troyjo e Carlos da Costa, de acordo com interlocutores do ministério.

O secretário de Desestatização, Salim Mattar, poderia ser substituído, diante de uma avaliação sobre a sua condução do processo de privatizações.

Troyjo, secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, pode ir para o banco dos Brics — grupo que reúne Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. Já Carlos da Costa, secretário de Produtividade, poderia ser transferido para o Banco Interamericano (BID).

Outro técnico que está com a situação incerta é o diretor do Departamento de FGTS, Igor Villas Boas de Freitas, que está desgastado dentro do governo por conta da defesa que fez pelo fim do monopólio da Caixa no Fundo.

As mudanças na equipe, porém, ainda não foram definidas. Segundo interlocutores de Guedes, o processo de avaliação ainda não foi concluído e, por isso, não há decisão.

Guedes considera esse processo de avaliação e de eventuais trocas na equipe como naturais. No ministério, ele se comporta como um chefe de uma empresa, dizem pessoas próximas a Guedes.

Com isso, ele traça metas e cobra resultados semanalmente de cada integrante da equipe.

No primeiro ano do governo, já houve três trocas importantes dentro da equipe econômica.

O ex-presidente do BNDES Joaquim Levy deixou o cargo depois de uma nomeação criticada por Bolsonaro.

O ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra foi substituído pelo auditor fiscal José Barroso Tostes Neto por conta da sua insistência em ressuscitar um imposto nos moldes da CPMF.

E Caio Megale saiu da equipe de Carlos da Costa para integrar a assessoria de Guedes.

By Manoel Ventura

Link original da matéria:
https://oglobo.globo.com/economia/guedes-prepara-avaliacao-pode-promover-mudancas-na-equipe-economica-24110231?utm_source=notificacao-geral&utm_medium=notificacao-browser&utm_campaign=O%20Globo

O ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: OLIVIER DOULIERY / AFP
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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