em Goiânia
Médica condenada após diagnosticar refluxo em paciente que morreu de problemas cardíacos
Segundo o processo, a vítima não fez exames complementares para receber o diagnóstico correto. Herdeiros vão receber R$ 20 mil de indenização por danos morais e materiais.
Uma médica foi condenada por homicídio culposo depois de errar no diagnóstico de um paciente que morreu com problemas de coração.
Sem pedir exames complementares, conforme narra a denúncia, a médica prescreveu remédios para refluxo gástrico diante da queixa de dores no peito apresentada pelo paciente.
A sentença da juíza Maria Umbelina Zorzetti fixou pagamento de danos materiais e morais aos herdeiros da vítima em R$ 20 mil e prestação de uma hora diária de serviços comunitários.
A vítima tinha 32 anos e deixa dois filhos.
A magistrada entendeu que a tese da defesa da médica que pediu absolvição por ausência de provas vão contra os elementos colhidos no processo e que
“comprovaram com segurança que a acusada agiu com culpa e foi a responsável pelo resultado morte da vítima”.
Segundo a juíza, a médica não observou os protocolos de atendimento conhecidos para dores torácicas.
O advogado da médica foi procurado e disse que não vai comentar a decisão. O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), também procurado, não informou se a médica é investigada em processo administrativo disciplinar interno e não vai se pronunciar sobre a sentença.
Atendimento
Segundo o processo, o paciente procurou o pronto socorro de um hospital no dia 31 de março deste ano, com dores leves na região do coração e recebeu o primeiro atendimento.
A médica que fez o primeiro atendimento também foi denunciada por homicídio, mas foi absolvida pela juíza porque seguiu o protocolo correto de atendimento e pediu exames de sangue e eletrocardiograma, que não detectaram, à época, indícios de infarto ou outro problema cardíaco.
Com o aumento das dores no peito e no abdome após o primeiro atendimento, a vítima procurou outro hospital, onde recebeu o diagnóstico de má digestão e a alta hospitalar.
O paciente morreu três horas depois sentado no sofá de casa.
O laudo da autópsia cadavérica constatou que a causa da morte foi a ruptura de dissecção da aorta, lesão que faz com que o sangue invada as camadas mais internas da aorta e, assim, diminui a irrigação dos órgãos.
Sentença que condena a médica pelo diagnóstico errado que causou a morte do paciente, em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera[/caption]



