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Alerj decide instaurar processo de impeachment contra Wilson Witzel
Dos 69 deputados votantes, todos foram favoráveis ao início do processo de afastamento. Chamado, Rosenverg Reis (MDB) não respondeu
O presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano (PT), podia tomar a decisão abertura do impeachment monocraticamente, mas optou por submeter a escolha ao plenário da Casa.
A Alerj tem hoje 14 pedidos de impeachment protocolados contra Witzel, e a ideia é que alguns dos ofícios sejam juntados numa única denúncia.
A disposição da Alerj de votar o impeachment disparou ontem após parlamentares afirmarem terem sido chatageados com dossiês, que seriam produzidos pelo Palácio Guanabara, para pressioná-los a votar contra o afastamento.
— Quero tomar uma decisão conjunta com o plenário. Essa decisão não é um pré-julgamento (sobre o afastamento).
É só para botar para andar o procedimento — disse Ceciliano. — Essa é uma oportunidade que a gente vai ter de trazer as explicações do governador. Voto sim para dar prosseguimento ao processo de impeachment — afirmou o petista, sexto a votar pela ordem alfabética.
Até mesmo o deputado Bruno Dauaire, do mesmo partido de Witzel, o PSC, votou a favor da abertura do impeachment. Dauaire chegou, inclusive, a ser convidado pelo governador na semana passada para ser líder do governo na Alerj.
— Acho que é uma oportunidade para o governador apresentar suas explicações. Não se trata de um pré-julgamento, mas de uma oportunidade para o governador trazer informações importantes. Eu voto sim.
Após a sessão, Ceciliano afirmou que deu seguimento ao pedido de impeachment referente ao processo 5328/2020, protocolado pelos deputados Luiz Paulo e Lucinha, ambos do PSDB.
Os pedidos de impeachment protocolados no último mês têm como base denúncias do Ministério Público Federal que colocam Witzel como suspeito em esquema de desvio de recursos públicos na Saúde e votação do Tribunal de Contas do Estado que recomendou pela reprovação das contas do governo referentes a 2019.
Como vota cada deputado:
Acompanhe o voto de cada deputado pela abertura do processo de impeachment:
1- Alana Passos (PSL) – sim
2- Alexandre Freitas (Novo) – sim
3- Alexande Knoploch (PSL) – sim
4- Anderson Alexandre (SD) – sim
5- Anderson Moraes (PSL) – sim
6- André Ceciliano (PT) – sim
7- André Corrêa (DEM) – sim
8- Bebeto (Podemos) – sim
9- Bruno Dauaire (PSC) – sim
10- Capitão Paulo Teixeira (Republicanos) – sim
11- Carlos Macedo (Republicanos) – durante a explicação do voto, ocorreu problema no áudio, mas havia sinalizado que “sim”
12- Carlos Minc (PSB) – sim
13- Chicão Bulhões (Novo) – sim
14- Chico Machado (PSD) – sim
15- Chiquinho da Mangueira (PSC) – sim
16- Coronel Salema (PSD) – sim
17- Dani Monteiro (PSOL) – sim
18- Danniel Liberlon (Republicanos) – sim
19- Delegado Carlos Augusto (PSD) – sim
20- Dionísio Lins (PP) – sim
21- Dr. Deodalto (DEM) – sim
22- Dr. Serginho (Republicanos) – sim
23- Eliomar Coelho (PSOL) – sim
24- Enfermeira Rejane (PCdoB) – sim
25- Fábio Silva (DEM) – sim
26- Filipe Soares (DEM) – sim
27- Filippe Poubel (PSL) – sim
28- Flávio Serafini (PSOL) – sim
29- Franciane Motta (MDB) – sim
30- Giovani Ratinho (PTC) – sim
31- Gustavo Schmidt (PSL) – sim
32- Gustavo Tutuca (MDB) – sim
33- Jair Bittencourt (Progressistas) – sim
34- João Peixoto (DC) – sim
35- Jorge Felippe Neto (DEM) – sim
36- Léo Vieira (PSC) – sim
37- Lucinha (PSDB) – sim
38- Luiz Martins (PDT) – sim
39- Luiz Paulo (PSDB) – sim
40- Marcelo Cabeleireiro (DC) – sim
41- Marcelo do Seu Dino (PSL) – sim
42- Márcio Canella (MDB) – sim
43- Márcio Gualberto (PSC) – sim
44- Márcio Pacheco (PSC) – sim
45- Marcos Abrahão (Avante) – sim
46- Marcos Muller (SDD) – sim
47- Marcus Vinicius Neskau (PTB) – sim
48- Marina Rocha (PMB) – sim
49- Martha Rocha (PDT) – sim
50- Max Lemos (PSDB) – sim
51- Mônica Francisco (PSOL) – sim
52- Pedro Brazão (PL) – sim
53- Pedro Ricardo (PSL) – sim
54- Renan Ferreirinha (PSB) – sim
55- Renata Souza (PSOL) – sim
56- Renato Cozzolino (PRP) – sim
57- Renato Zaca (sem partido) – sim
58- Rodrigo Amorim (PSL) – sim
59- Rodrigo Bacellar (SD) – sim
60- Rosane Felix (PSD) – sim
61- Rosenverg Reis (MDB) – chamado para apresentar seu voto, não respondeu
62- Samuel Malafaia (DEM) – sim
63- Subtenente Bernardo (PROS) – sim
64- Thiago Pampolha (PDT) – sim
65- Val Ceasa (Patriota) – sim
66- Valdecy da Saúde (PHS) – sim
67- Vandro Família (SD) – sim
68- Waldeck Carneiro (PT) – sim
69- Welberth Rezende (Cidadania) – sim
70- Zeidan (PT) – sim
Os próximos passos do rito de impeachment:
- Publicação em Diário Oficial em até 48 horas
- Partidos indicam representantes para comissão especial que analisa se a denúncia deve ser aceita
- Acusados têm até 10 sessões para se defender
- Comissão Especial tem 48 horas para se reunir, escolhendo relator e presidente
- Comissão Especial emite parecer sobre admissibilidade da denúncia em até 5 sessões a partir do recebimento da defesa (se a defesa
não se manifestar, o parecer deve ser emitido no prazo de 10 sessões) - Parecer da Comissão Especial é lido no plenário e incluído na votação da ordem do dia
- Deputados discutem e questionam o relator, que responde as perguntas. Discussão pode durar mais de um dia
- Encerrada a discussão, é aberta votação nominal
- Deputados votam se recebem a denúncia, por maioria absoluta (são necessários 36 votos). Se a denúncia for aceita, Witzel é afastado do cargo
- O Tribunal de Justiça força um tribunal misto (juízes e deputados) para decidir. Neste caso são necessários sete votos, (2/3), pela cassação.
Witzel se diz ‘absolutamente tranquilo’
Após a decisão da Assembleia Legislativa, Witzel se manifestou por meio de nota:
- “Recebo com espírito democrático e resiliência a notícia do início da tramitação do processo de impeachment pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
- Estou absolutamente tranquilo sobre a minha inocência. Fui eleito tendo como pilar o combate à corrupção e não abandonei em nenhum momento essa bandeira. E é isso que, humildemente, irei demonstrar para as senhoras deputadas e senhores deputados.
- Como bem ressaltaram o presidente da Alerj, André Ceciliano, e a maioria dos parlamentares, terei direito à ampla defesa e tenho certeza absoluta de que poderei demonstrar que nosso governo não teve tolerância com as irregularidades elencadas no processo que será julgado.
- Vou seguir nas minhas funções como governador e me preparar para a minha defesa. Tenho certeza que os parlamentares julgarão os fatos como eles verdadeiramente são”.
Link original da matéria:
https://oglobo.globo.com/rio/alerj-decide-instaurar-processo-de-impeachment-contra-wilson-witzel-24472760
O governador Wilson Witzel Foto: Reprodução[/caption]



