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Uma reação está a caminho....

PF, MPF e STF estão no rastro do dinheiro que financia ato antidemocrático

Um senador e 10 deputados bolsonaristas têm o sigilo bancário quebrado por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, no inquérito que investiga quem organiza e banca manifestações pedindo o fechamento da Corte e do Congresso

A Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF) e o Supremo Tribunal Federal (STF) começaram a fechar o cerco contra os suspeitos de organizar e financiar movimentos antidemocráticos no país. Nesta terça-feira (16/6), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a quebra de sigilo bancário de 10 deputados federais e de um senador bolsonaristas, além do cumprimento de 21 mandados de busca e apreensão como parte da Operação Lume (leia reportagem na página ao lado).

O pedido de quebra do sigilo partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A investigação foi aberta em 20 de abril, a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, e está em andamento no STF por causa da suspeita de envolvimento de parlamentares. O inquérito apura quem organiza e financia grupos que promovem manifestações pedindo o fechamento do Congresso e do STF e a volta do AI-5, medida mais dura da ditadura militar. O presidente Jair Bolsonaro chegou a discursar em um desses atos, em 19 de abril, em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília.

Uma das deputadas que teve o sigilo bancário quebrado, Carla Zambelli (PSL-SP) disse não ter sido notificada oficialmente. “Se alguém espera encontrar algo que me comprometa terá uma grande decepção”, pontuou. Colega de partido, a catarinense Caroline de Toni, por sua vez, disse que tomou conhecimento do fato pela imprensa. “Não há nenhum fato ou fundamento jurídico que a justifique. Não tenho mais dúvida de que estamos vivendo num estado de exceção”, escreveu (veja quadro).

Os outros parlamentares alvo da quebra de sigilo são Bia Kicis (PSL-DF), General Girão (PSL-RN), Daniel Silveira (PSL-RJ), Alê Silva (PSL-MG), Guiga Peixoto (PSL-SP) e Aline Sleutjes (PSL-PR), todos da ala bolsonarista da legenda, além do deputado Otoni de Paula (PSC-RJ), Cabo Junio do Amaral (PSD-MG) e o senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ).

Na última segunda-feira, a PF prendeu a extremista Sara Giromini, que se intitula Sara Winter, também no âmbito do mesmo inquérito que atingiu os parlamentares. O pedido de detenção temporária dela e de outras cinco pessoas indicadas como líderes do movimento 300 do Brasil foi expedido por Alexandre de Moraes, em atendimento à PGR. Em depoimento à PF, Sara negou que o grupo tenha conexão com qualquer dos três poderes e disse que o movimento não recebe “nenhum tipo de apoio financeiro ou de outra espécie do governo”.

https://twitter.com/allantercalivre/status/1273078541643591687

Em nota, o MPF informou que tem indícios de que o grupo “continua organizando e captando recursos financeiros para ações que se enquadram na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/1983)” e que o objetivo das prisões temporárias é “ouvir os investigados e reunir informações de como funciona o esquema criminoso”.

https://twitter.com/blogdojefferson/status/1273265661951737858

Os ministros do STF demonstraram preocupação com os movimentos antidemocráticos e a atuação de terceiros para financiar, organizar e impulsionar manifestações do tipo no país. Os magistrados se posicionaram, ontem, na abertura da sessão da Segunda Turma da Corte. O decano Celso de Mello foi enfático ao afirmar que “é preciso resistir com as armas legítimas da Constituição e das leis da República”. “É inconcebível e surpreendente que ainda subsista, na intimidade do aparelho de Estado, um inaceitável resíduo autoritário que insiste, de modo atrevido, em dizer que poderá desrespeitar o cumprimento de ordens judiciais, independentemente de valer-se, como cabe a qualquer cidadão, do sistema recursal previsto pela legislação processual”, afirmou.

Celso de Mello também disse ser essencial “relembrar as lições da história cuja advertência é implacável, como assinalava o saudoso ministro Aliomar Baleeiro em manifestação que, em livre reprodução, lembrava ao nosso país que, enquanto houver cidadãos dispostos a submeter-se ao arbítrio, sempre haverá vocação de ditadores”. “Sem juízes independentes, jamais haverá cidadãos livres.”

https://twitter.com/DBatta2/status/1273179167085998080

A presidente da Segunda Turma, ministra Cármen Lúcia, alertou que os movimentos antidemocráticos são contra o Brasil. “Atentados contra instituições, contra juízes e contra cidadãos que pensam diferente se voltam contra todos, contra o país”, ressaltou. “Que não se cogite que a ação de uns poucos conduzirá a resultado diferente do que é a convivência democrática; que não se cogite que se instalará algum temor ou fraqueza nos integrantes da magistratura brasileira.” Na mesma linha, o ministro Edson Fachin destacou que é preciso “sair da crise sem sair da democracia”.

Link original da matéria:
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2020/06/17/interna_politica,864377/pf-mpf-e-stf-estao-no-rastro-do-dinheiro-que-financia-ato-antidemocra.shtml 

[caption id="attachment_83048" align="alignnone" width="1024"] Uma das deputadas que teve o sigilo bancário quebrado, Carla Zambelli (PSL-SP) disse não ter sido notificada oficialmente. “Se alguém espera encontrar algo que me comprometa terá uma grande decepção”, pontuou. (foto: Marcos Correa/PR)[/caption]
  https://youtu.be/jmb_DA4hD38 https://youtu.be/KMfw6ZCcnis https://youtu.be/ySp5AvXVEMo https://youtu.be/G4Hn2lU6UlQ https://youtu.be/TsD_Q8M_PLs https://youtu.be/2pw8jU3jj8E
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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