É a matriz de risco Intermediária
Nas ruas, população subestima poder da Covid-19. Positivos passam de 500
503 Confirmados – 9 Mortos – 212 Isolados – 16 Internados – 4 Em UTI – 266 Curados – 917 Suspeitos
Esta é a situação na cidade de Anápolis, na metade do mês de junho. E na metade do mês de julho… quem arrisca dizer como será?
Em um mês, a cidade de Anápolis viu quadruplicar o número de casos confirmados de Covid-19. No dia 14 de maio, conforme boletim da Secretaria Municipal de Saúde, eram 93 casos. No dia 14 de junho, esse número chegou a 493. Um aumento foi de 430% em 31 dias.
As internações aumentaram em mais de seis vezes. Em 14 de maio, havia apenas três pessoas internadas com Covid-19 no município. Atualmente, são 19 com a doença causada pelo coronavírus ocupando leitos. Além disso, existem 10 pessoas de outras cidades, com Covid-19, internadas em Anápolis.
No mês passado, não havia habitantes de outros municípios em hospitais sediados em território anapolino.
As mortes, assim como os casos, quadruplicaram também. Em maio, eram dois óbitos. No último boletim antes do fechamento dessa edição, a oitava vítima fatal da doença já havia sido confirmada. Também houve aumento de casos suspeitos.
Eram 862 em maio e 917 agora, 55 a mais. Até o dia 14 do mês passado, 656 pessoas residentes na cidade haviam sido testadas.
Atualmente, são 1.508 testes RT-PCR aplicados, o que representa uma taxa de 3.897 por milhão de habitantes, ainda considerada baixa pelos padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O número de recuperações também seguiu a tendência de casos e mortes e mais que quadruplicou. Eram 49 em maio e agora são 229.
Abertura do Comércio
Analisando os boletins diários publicados pela prefeitura, percebe-se que o maior aumento do número de infectados aconteceu entre os dias 15 de maio e 1º de junho.
Período que coincide com a flexibilização do isolamento promovido pelo decreto que adotou medidas proporcionais à chamada Matriz de Risco, considerada baixa naquele momento. O número de infectados saltou de 96 para 232, ou seja, quase triplicou (140%) apenas nessa estreita faixa de tempo.
Na época, o município reagiu, impondo rígida fiscalização e realizando trabalho de conscientização, obrigando tanto o comércio, quanto a população, a se adaptarem à nova realidade. O uso constante de máscaras, a aplicação de álcool em gel e o distanciamento dentro de estabelecimentos passaram a ser rigorosamente respeitados.
O resultado foi que, nos quinze dias seguintes a curva freou. O número de casos passou de 232 para 493, grande em números absolutos, mas representando 112% em relação ao balanço anterior.
Esse aumento mostra a relação direta entre o volume de circulação de pessoas e a velocidade do contágio, que tende a seguir a chamada Progressão Geométrica, dobrando de tamanho na metade do tempo observado na dobra anterior.
Economia x Casos
De acordo com o secretário Municipal de Saúde, o médico Lucas Leite Amorim, a reabertura do comércio foi considerada importante para a saúde da economia da cidade, mas não foi feita sem critérios. Segundo ele, assim que o Ministério da Saúde criou o protocolo baseado na Matriz de Risco, o município adaptou as regras à realidade de Anápolis, seguindo todas as medidas necessárias para garantir o melhor equilíbrio possível entre economia e número de casos.
Essa espécie de custo-benefício é regulada de acordo com o número de leitos de UTI para pacientes com Covid-19 disponíveis.
Lucas explica que o fechamento inicial se deu por dois motivos. Primeiro porque se tratava de uma situação nova em que não havia informação suficiente para que decisões fossem tomadas de forma assertiva em relação à doença.
Posteriormente, esse isolamento, popularmente chamado de “lockdown”, foi postergado para que o sistema de saúde local fosse adequado às projeções de especialistas sobre a evolução da doença sobre a população.
Uma vez disponível o novo protocolo e atendendo ao anseio dos comerciantes e consumidores, foi verificada a matriz de risco e a reabertura das atividades começou.
“Vivemos até agora a Matriz de Risco verde, ou de baixo risco, o que significa que menos de 20% dos leitos de UTI estão ocupados por pacientes graves contaminados pelo novo coronavírus”, contabilizou ele.
De acordo com o secretário, novas medidas só precisarão ser tomadas caso a taxa de ocupação atinja 21%. Nesse caso, atividades menos essenciais ficam proibidas de funcionar.
Com entre 21% e 70% de UTIs ocupadas, a rotina segue parcialmente suspensa, num cenário parecido com o que foi observado na segunda metade do mês de março, quando 70% do comércio e do setor de serviços ficou proibido de funcionar.
É a matriz de risco Intermediária ou amarela.
Finalmente, se a taxa de ocupação atingir 71% ou mais, Anápolis entraria no que prevê a matriz vermelha ou crítica. Aí sim, haveria o verdadeiro “lockdown”, que é o fechamento de tudo o que não for essencial para a satisfação das necessidades mais básicas, mantendo praticamente toda a população em casa.
Lucas garante que, apesar do recente aumento no número de casos confirmados, as medidas preventivas adotadas atualmente estão absolutamente dentro do que prevê o Governo Federal para o enfrentamento da pandemia dentro dos municípios.
“Estamos dentro daquilo que é aceitável e em condições de atender o volume de casos apresentado até agora. Mas é algo que pode mudar. Por isso a importância de consumidores e empresários adotarem todos os cuidados necessários para fazer com que a taxa de ocupação continue dentro dos 20%”.
By José Aurélio Soares
Nas ruas, população subestima poder da Covid-19. Positivos passam de 500. Imagem PContexto[/caption]



