Parte 2
A Vocação Logística de Anápolis uma discussão para as eleições de 2020.
Situada a 120 quilômetros da Capital da República e a 50 quilômetros da Capital do Estado, a Cidade servia como parâmetro e como fonte geradora de uma série de serviços e produtos que interessavam, diretamente, aos governos Estadual e Federal.
Assim sendo, diante dessa importância, cuidou-se da programação de investimentos de grande monta, melhorando-se as rodovias federais e estaduais, bem como, dotando o Município de uma série de projetos oficiais, visando facilitar o deslocamento de cargas nas mais diferentes dimensões.
Vieram, em seguida, órgãos importantes como uma representação da Receita Federal, cuidando do controle tributário de interesse da União, assim como facilitando o comércio exterior, uma delegacia da Receita Estadual, para o acompanhamento legal das movimentações econômico/financeiras e outros aparelhos fundamentais para facilitarem a implantação de novos empreendimentos comerciais e, principalmente, industriais.
Em pouco tempo, Anápolis se apresentou como uma importante região para se viabilizar os comércios nos mais diferentes aspectos.
Para atender ao comércio exterior foi instalada uma Estação Aduaneira de Interior (Porto Seco Centro Oeste), que dividiu a história desse tipo de atividade econômica. Com o Porto Seco, Anápolis passou a viver outra realidade. O nome do Município atravessou fronteiras nacionais e internacionais, devido à facilitação que ele veio oferecer nas atividades empresariais, tanto de importação, quanto de exportação.
Não seria mais necessário, por exemplo, que o empresariado local recorresse a outras cidades e a outros estados para o desembaraço de mercadorias. Tudo passou a ser feito em Anápolis, com a qualidade e a eficiência dos chamados grandes centros.
Além disso, a partir da década de 1980, iniciou-se a expansão do setor industrial da cidade, pela formação de um complexo farmacêutico e as instalações de uma grande empresa montadora de veículos.
Nesse contexto de vocação e de integração logística, concebeu-se no Distrito Agroindustrial de Anápolis a integração dos diversos modais por meio de um “hub” logístico cujo projeto recebeu o nome de Plataforma Logística Multimodal de Goiás.
O projeto considerou integrar a malha rodoviária e ferroviária ao modal aéreo, por meio a ampliação do aeroporto local para tornar-se um Terminal de Cargas Aéreas, com a capacidade de pouso e decolagem de aeronaves cargueiras, integrando Anápolis a centros produtores nacionais de remonta e a zonas produtoras para exportação.
Entretanto, a operação de um terminal de cargas aéreas não prescinde somente de uma boa pista de pouso e decolagem, mas também a existência de meios de estocagem, desembaraço alfandegário, movimentação de cargas, pátios de manobras, além da estrutura de navegação aérea pertinente.
A experiência de uma integração de modais logísticos numa única plataforma, comum em países desenvolvidos, ainda é considerado uma excentricidade no Brasil, porque nem sempre são reunidas as condições geopolíticas e estruturais suficientes para isso.
Em especial para a região econômica do Estado de Goiás, e mais especificamente para a cidade de Anápolis, o Terminal de Cargas Aéreas de Anápolis é um importante fator motivacional da economia, da consolidação da vocação logística da cidade, da geração de empregos e da integração macroeconômica aos mercados internacionais.
Nesse momento de renovação política municipal, é necessário trazer o projeto à discussão, pois os maiores entraves legais já foram solucionados, bastando que haja um consenso e uma disposição política para ressuscitar o projeto, até porque milhões de reais já foram gastos na Plataforma e no Aeroporto.
Deve ser trazido à discussão, sobretudo, dois grandes players que são o Governo Federal e a iniciativa privada, para que o projeto seja “ressuscitado”, pois do jeito que foram deixadas, as obras e investimentos realizados ferem frontalmente o Princípio da Eficiência da Administração Pública que manda nossa Constituição, com a possibilidade de responsabilização de gestores estaduais e municipais.
Por outro lado, o projeto da Plataforma Logística Multimodal de Goiás é talvez o maior projeto de inovação econômica para o setor Centro Oeste no momento, com a possibilidade de atrair várias empresas, gerar milhares (milhares!) de empregos diretos e indiretos, contribuindo para o desenvolvimento pleno da região de Anápolis pelos próximos trinta anos.
Não é um sonho, é uma realidade, mas que precisa ser construída ou reconstruída, seja pelo estabelecimento de uma empresa pública para administrar o projeto, seja pela montagem de um comitê multidisciplinar e que transpasse as três esferas governamentais.
Esse é o momento certo e essa deve ser a discussão dos senhores candidatos a prefeito e vereadores sobre que futuro querem para Anápolis, pois, do contrário, outros centros logísticos irá se sobrepor à vocação da cidade.
By: Carlos Marcelo Cardoso Fernandes
Coronel Intendente da Reserva da Aeronáutica; Administrador de Empresas; Especialista em Orçamento, Planejamento e Gestão Pública; Especialista em Logística Empresarial, Colaborador do 7Minutos
Imagens e vídeo HDrones
Daia 2020. Plataforma Logística Multimodal de Goiás. Imagem HDrones[/caption]
Carlos Marcelo Cardoso Fernandes Coronel Intendente da Reserva da Aeronáutica; Administrador de Empresas; Especialista em Orçamento, Planejamento e Gestão Pública; Especialista em Logística Empresarial, Colaborador do 7Minutos[/caption]



