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China bloqueia o acesso dos investigadores da OMS a Wuhan

E as demandas da Austrália para a investigação são, em parte, culpadas pela deterioração na relação Austrália-China, com a China cortando bilhões de dólares em comércio em retaliação.

 

Londres: A Organização Mundial da Saúde afirma que a China recusa o acesso a Wuhan a funcionários que investigam as origens da pandemia do coronavírus.

A Austrália liderou as convocatórias para a investigação, que acabou sendo apoiada por uma coalizão global de 137 países, incluindo a China, em uma reunião da Assembleia Mundial da Saúde em maio.

Mas isso ocorreu em meio a preocupações com o acobertamento precoce do vírus por Pequim e o papel que a OMS desempenhou em alertar o mundo sobre a crise de saúde pública.

E as demandas da Austrália para a investigação são, em parte, culpadas pela deterioração na relação Austrália-China, com a China cortando bilhões de dólares em comércio em retaliação.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que dois membros da equipe investigativa já haviam deixado seus países de origem para Wuhan, conforme combinado previamente com a China, quando ficou claro que Pequim não havia emitido a permissão necessária para a equipe entrar no país.

“Estou muito desapontado com esta notícia, visto que dois membros já começaram sua jornada e outros não puderam viajar no último minuto”, disse ele em entrevista coletiva em Genebra.

“Estive em contato com altos funcionários chineses e mais uma vez deixei claro que a missão é uma prioridade para a OMS e a equipe internacional.”

“Estamos ansiosos para iniciar a missão o mais rápido possível”, disse ele.

Adhanom Ghebreyesus disse ter recebido “a garantia de que a China está acelerando os procedimentos internos para o deslocamento mais rápido possível”.

Mas em questionamentos posteriores, não ficou claro quando eles teriam permissão para entrar.

O Dr. Michael Ryan, da OMS, disse que os funcionários não receberam autorização de visto; um funcionário foi mandado de volta para casa e o outro está em um terceiro país até que a China autorize a entrada.

“Confiamos e esperamos que esta seja apenas uma questão logística e burocrática [e] seja resolvida muito rapidamente”, disse ele.

“Isso é frustrante e, como disse o Diretor-Geral, é decepcionante. Confiamos de boa fé em poder resolver esses problemas nas próximas horas e recomeçar o envio da equipe com a maior urgência possível.”

A rara repreensão de Adhanom Ghebreyesus à China ocorre em meio às constantes críticas dos Estados Unidos e da Austrália à resposta da OMS à pandemia, que foi detectada pela primeira vez em Wuhan no final de 2019.

A administração Trump retirou-se da OMS alegando que a organização havia sido corrompida pela China. O novo presidente, Joe Biden, está prestes a fazer com que os EUA voltem após sua posse.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou anteriormente, sem evidências, que o Dr. Tedros foi “anzol e chumbada comprados pelo governo chinês”. A OMS rejeita veementemente a acusação.

A China controla estritamente o fluxo de qualquer informação proveniente de sua própria pesquisa sobre as origens do vírus. A Associated Press obteve um aviso do gabinete chinês, marcado, “não deve ser tornado público”, que exigia que todas as conclusões de qualquer empresa ou instituição fossem aprovadas pelo Conselho de Estado. Ele disse que a comunicação e a publicação da pesquisa devem ser orquestradas como “um jogo de xadrez” sob as instruções de Xi.

By Latika Bourke
Latika Bourke é jornalista do The Sydney Morning Herald e The Age, com sede em Londres.

Link original da matéria:
https://www.smh.com.au/world/europe/china-blocks-who-investigators-access-to-wuhan-20210106-p56rzu.html

[caption id="attachment_91210" align="alignnone" width="1024"] Xi Jinping em um evento em setembro passado para homenagear os envolvidos na batalha contra o COVID-19. CRÉDITO:AP[/caption]
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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