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'Apague seus arquivos'

Padre Robson teria ficado sabendo de operação de desvio de dinheiro e pedido para irmã destruir documentos:

E pedido para irmã destruir documentos: Na mensagem, religioso também teria pedido para destruir computador e apagar 'documentos comprometedores'. Processo que investigava o padre Robson de Oliveira por desvio de dinheiro na Afipe foi interrompido pela Justiça.

O padre Robson de Oliveira, que era investigado por desvio de dinheiro na Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), teria recebido informações privilegiadas sobre a Operação Vendilhões e pedido para a irmã destruir “qualquer documento comprometedor” que pudesse ser obtido pelos investigadores. Em mensagens obtidas com exclusividade pela TV Anhanguera, o padre ainda ordenaria que todas as conversas fossem apagadas.

O processo que investiga as supostas irregularidades está interrompido pela Justiça. O Ministério Público já apresentou recurso no Superior Tribunal de Justiça, mas ele ainda não foi analisado.

A conversa foi em maio de 2019. As mensagens constam em um HD que foi entregue na Justiça. Na transcrição não aparece o nome do padre, mas sim a identificação “proprietário”. Essa denominação é usada nas quebras de sigilo telefônico.

A defesa do padre disse que “essa conversa é uma montagem mal feita, não é verdadeira, tanto que nunca foi apresentada e deve ser desconsiderada, bem como punido quem as criou”.

A reportagem não conseguiu localizar a irmã do padre Robson até a última atualização do caso para comentar o caso.

Entenda a operação do MP

‘Apague seus arquivos’
Na transcrição, o proprietário diz:

“Adrianne, não guarde dinheiro em casa. Apague seus arquivos com qualquer documento comprometedor. Zere as mensagens do Whatsapp. O computador onde você escreveu contrato de compra e venda ou coisas que sejam comprometedoras, troque o HD ou queime. Não guarde documentos meus: recibos e qualquer outra coisa”.

Na mensagem, atribuída ao padre, ele segue dizendo que não pode explicar a situação no momento, mas pede que a irmã seja cuidadosa.

“Recebi informações ruins hoje. Provavelmente vão fazer busca e apreensão em todos os lugares que você possa imaginar. Esse povo olha até no chão do quintal”, continua.

O padre ainda teria pedido para que a irmã avisasse a mesma coisa para “o Jeferson e a Joselice”.

Os dois seriam os outros dois irmãos de Robson de Oliveira. Na sequência, ele ordena:

“Apaguem essas conversas urgente. Não deixem isso no celular”.

A irmã responde apenas com “beleza”. Por fim, Robson de Oliveira diz que vai ficar fora da cidade “caso aconteça”.

A provável busca e apreensão à qual o padre Robson se referia na mensagem só aconteceu em agosto de 2020 e foi batizado de Operação Vendilhões. Na época promotores do Ministério Público apreenderam diversos documentos e equipamentos eletrônicos. A investigação apontava que ele teria desviado dinheiro de ofertas dos fiéis, que seria usada na construção da nova Basílica de Trindade, para comprar fazendas, casa na praia e até um avião.

Impasse na Justiça
Em outubro, a Justiça tinha determinado que as investigações deveriam ser interrompidas por entender que não estavam presentes no processo os crimes apontados pelos promotores. No entanto, em 4 de dezembro, a decisão do presidente do Tribunal de Justiça de Goiás autorizou a retomada da apuração.

Dez dias depois, outra sentença, desta vez dada pelo desembargador do TJ-GO Leobino Chaves Valente, voltou a determinar o bloqueio do mesmo processo. Em 17 de dezembro, uma sentença do Superior Tribunal de Justiça reforçou a decisão do magistrado.

O Ministério Público chegou a denunciar o padre ou outras 17 pessoas por organização criminosa e lavagem de dinheiro. Os promotores de Justiça afirmam que o padre comandava uma organização criminosa e transferia grandes valores para empresas, com o objetivo de utilizar o dinheiro das entidades religiosas criadas por ele como seu, sem prestar contas nem se submeter às regras associativas.

Impasse na Justiça
Em outubro, a Justiça tinha determinado que as investigações deveriam ser interrompidas por entender que não estavam presentes no processo os crimes apontados pelos promotores. No entanto, em 4 de dezembro, a decisão do presidente do Tribunal de Justiça de Goiás autorizou a retomada da apuração.

Dez dias depois, outra sentença, desta vez dada pelo desembargador do TJ-GO Leobino Chaves Valente, voltou a determinar o bloqueio do mesmo processo. Em 17 de dezembro, uma sentença do Superior Tribunal de Justiça reforçou a decisão do magistrado.

O Ministério Público chegou a denunciar o padre ou outras 17 pessoas por organização criminosa e lavagem de dinheiro. Os promotores de Justiça afirmam que o padre comandava uma organização criminosa e transferia grandes valores para empresas, com o objetivo de utilizar o dinheiro das entidades religiosas criadas por ele como seu, sem prestar contas nem se submeter às regras associativas.

Por Vitor Santana e Honório Jacometto, G1 GO e TV Anhanguera

[caption id="attachment_91574" align="alignnone" width="1024"] Padre Robson Oliveira Pereira Afipe Associação Filhos do Pai Eterno Trindade Goiás — Foto: Reprodução/Instagram[/caption]
[caption id="attachment_91575" align="alignnone" width="1024"] Mensagem que seria entre padre Robson de Oliveira e a irmã fala sobre destruição de documentos — Foto: Reprodução/TV Anhanguera[/caption] [caption id="attachment_91576" align="alignnone" width="1024"] Padre Robson Oliveira Pereira Afipe Associação Filhos do Pai Eterno Trindade Goiás — Foto: Reprodução/Instagram[/caption]
https://youtu.be/7soMVmSEe_k  
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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