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Coronel Marcelo Fernandes comenta

O fabuloso caso da empresa ENRON – Qualquer semelhança é MERA COINCIDENCIA?

O caso Enron, como ficou conhecido, foi o maior escândalo de corrupção, maquiagem de contabilidade, falta de ética, falta de transparência e falta comprometimento de uma empresa nos Estados Unidos e da sua auditoria independente contratada, a Arthur Andersen.

 

A Enron Corporation

era uma empresa de energia, commodities e serviços dos EUA, baseada em Houston, Texas. Empregava cerca de 21 000 pessoas, tendo sido uma das empresas líderes no mundo em distribuição de energia (eletricidade, gás natural) e comunicações.

Seu faturamento atingia 101 bilhões de dólares em 2000, pouco antes do escândalo financeiro que ocasionou sua falência. Ela protagonizou um dos maiores e controversos escândalos contábeis do começo do século XXI.

 

Um pequeno grupo de auditores

internos da empresa vinha desconfiando que algo estava errado na contabilidade da empresa e esse grupo passou a fazer uma investigação secreta, que envolvia trabalhar nos finais de semana e nas madrugadas, com receio da reação da governança da empresa.

 

Assim,

descobriu-se em 2001 que a empresa estava usando lacunas contábeis para esconder bilhões de dólares de dívidas incobráveis ao mesmo tempo em que inflacionava os ganhos da empresa.

 

O escândalo

resultou em acionistas perdendo mais de US $ 74 bilhões, enquanto o preço da ação da Enron caiu de cerca de US $ 90 para menos de US $ 1 em um ano.

Uma investigação posterior da SEC Securities and Exchange Commission (a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, que é uma agência federal independente de regulamentação e controle dos mercados financeiros) revelou que o CEO da empresa, Jeff Skillings, e o ex-CEO da Ken Lay, mantiveram bilhões de dólares em dívidas no balanço da empresa.

 

Além disso,

pressionaram a empresa de auditoria da Enron, a Arthur Andersen, a ignorar o problema.

Os dois foram condenados com base no testemunho do ex-empregado Sherron Watkins da Enron.

No entanto, Lay morreu antes de cumprir o tempo na prisão, mas Jeff Skillings foi condenado a 24 anos de prisão.

 

A Enron pagou à Arthur Andersen US$ 46,8 milhões

em honorários por auditoria, consultoria comercial e tributação no exercício fiscal encerrado em 31 de agosto de 1999; US $ 58 milhões em 2000; e mais de US $ 50 milhões em 2001.

 

A Andersen

estava coletando um milhão de dólares por semana da Enron no ano anterior ao seu colapso. Mais da metade desse valor foi referente a taxas cobradas por serviços não relacionados à auditoria.

 

Em 2000, por exemplo,

a Enron pagou à Andersen US $ 25 milhões por serviços de auditoria e US $ 27 milhões por consultoria e outros serviços, como serviços de auditoria interna.

O escândalo da Enron

e de uma série de outros ocorridos em outras empresas tais como WorldCom, AOL, Computer Associates, Merck, Xerox e Kmart, levou à preocupação de se estabelecerem, nos Estados Unidos, de mecanismos de prevenção ou mitigação de fraudes corporativas.

Assim, em 30 de julho de 2002,

foi assinada, nos Estados Unidos, a Lei Sarbanes-Oxley (Sarbanes-Oxley Act), fruto do trabalho do Senador democrata Paul Sarbanes e do Deputado republicano Michael Oxley.

Essa lei, também conhecida como SOX tem como finalidade a criação de mecanismos de auditoria e segurança confiáveis nas empresas, incluindo, ainda, regras para a criação de comitês encarregados de supervisionar suas atividades e operações, de modo a mitigar riscos aos negócios; e evitar a ocorrência de fraudes ou assegurar que haja meios de identificá-las quando ocorrem, garantindo a transparência na gestão das empresas.

 

Grandes empresas

com operações financeiras no exterior passaram a seguir a lei Sarbanes-Oxley, incluídas dezenas de empresas brasileiras que mantém ADRs (American Depositary Receipts) negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).

 

Apesar do mercado brasileiro

de ações possuir muitas regras bem definidas, o recente caso das Lojas Americanas parece apontar na direção de que uma reforma desse conjunto de legislações precisa ser feita no Brasil para que os investidores tenham segurança e tranquilidade.

E qualquer semelhança com o ocorrido na empresa Enron com empresas brasileiras é, talvez, mera coincidência.

 

By: Carlos Marcelo Cardoso Fernandes

Coronel Intendente da Reserva da Aeronáutica; Administrador de Empresas; Especialista em Orçamento, Planejamento e Gestão Pública; Especialista em Logística Empresarial. Colaborador do 7Minutos

 

O caso Enron, como ficou conhecido, foi o maior escândalo de corrupção, maquiagem de contabilidade, falta de ética, falta de transparência e falta comprometimento de uma empresa nos Estados Unidos e da sua auditoria independente contratada, a Arthur Andersen.
O escândalo da Enron e de uma série de outros ocorridos em outras empresas tais como WorldCom, AOL, Computer Associates, Merck, Xerox e Kmart
Coronel Intendente da Reserva da Aeronáutica; Administrador de Empresas; Especialista em Orçamento, Planejamento e Gestão Pública; Especialista em Logística Empresarial. Colaborador do 7Minutos
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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