BR-060/BR-153, saída para Brasília.
ANÁPOLIS – Erosão da Av. JK volta após 34 anos Tragédia anunciada ameaça descer a ladeira

Destruição da camada verde por aterramento no topo da encosta próxima ao entroncamento BR-060/BR-153, saída para Brasília.
ANÁPOLIS – Erosão da Av. JK volta após 34 anos
Destruição da camada verde por aterramento no topo da encosta próxima ao entroncamento BR-060/BR-153, saída para Brasília. Soterramento de várias nascentes do Córrego Água Fria, tributário do Ribeirão das Antas. Assoreamento do Lago JK e do leito do Córrego Água Fria.
Poluição, inundação e desmoronamento nas áreas ribeirinhas do afluente do Ribeirão das Antas. Realidade de uma tragédia anunciada que chega a Anápolis após as primeiras chuvas fortes da temporada.
A ganância imobiliária produz a terceira versão da erosão da Avenida JK, temida mais pela sua velocidade do que pelo seu tamanho. Com 25% de desnível pode levar tudo que estiver no seu caminho 3,5 km ladeira abaixo.
A ameaça de nova erosão antrópica naquele local fatídico foi denunciada, há mais de dois anos, em artigo publicado pelo Diário da Manhã. Não foi por falta de aviso. Nesta fase aguda da devastação é praticamente impossível controlar a força da água sobre terra fofa.
Discorre-se que um documento antigo da Prefeitura libera a edificação no topo da encosta, ação tipificada na atualidade como crime ambiental.
Neste momento crítico é impossível executar uma força tarefa capaz de evitar ou reduzir os efeitos da destruição. O processo de erosão já amoleceu a encosta do aterro.
Onde existia consistente camada verde agora só tem lama, terra solta e tudo o que foi enterrado nos final dos anos 1980 (incluindo chorume).
Erosões e supressão de nascentes são problemas recorrentes desde os primórdios de Anápolis, que surgiu e cresceu incorporando recursos hídricos suprimidos e modificados por canalização, urbanização desordenada, aterramento e outras ações antrópicas responsáveis pela deterioração da qualidade ambiental da bacia hidrográfica do Ribeirão das Antas, extremamente importante para o desenvolvimento sustentável da cidade e da região.
A falta de fiscalização e punição e sobretudo a carência de uma tomada de posição conservacionista da sociedade sinalizam que a era de degeneração somente será quebrada após a degradação geral da bacia hidrográfica da cidade.
Nenhum rio, córrego ou fio de água vem de fora do perímetro urbano. Seria tarde demais para salvar o Antas e seus tributários, como o Córrego Água Fria.
Nos dias atuais o predador é geralmente defendido pela família (“ele é dono”), aceito pelos gestores públicos (“ele é contribuinte”) e apoiado pela comunidade (“ele investe aqui”).
No ciclo da inteligência ambiental crimes contra a natureza serão condenado por todos.
Nem mãe vai perdoar.
By: MANOEL VANDERIC – jornalista
MVANDERIC – jornalista; diretor da sucursal do jornal FOLHA de GOIAZ, em Anápolis, e do jornal CORREIO BRAZILIENSE, em Goiás escreve hoje para o 7Minutos

