
Liberar saques do FGTS, dos recursos do PIS e do PASEP, oficializar o pagamento da metade do 13º Salário para os aposentados e pensionistas. Três medidas anunciadas pelo Governo, tidas como formas de se jogarem R$ 900 bilhões na economia como um todo. Na verdade, o clamor midiático até que convence. Afinal de contas, para quem está sem um centavo no bolso, de repente sacar 500 reais, não deixa de ser uma boa coisa. Até porque, quando do anúncio, o Governo publicou, em paralelo, que milhões e milhões de brasileiros estão devendo, até, 500 reais. Resta saber, entretanto, se eles sacarão estes 500 reais para pagarem as contas, ou, se, irão destiná-los a outro fim. Em tese, o dinheiro é deles e eles o gastam da forma que lhes convier. E a segunda alternativa é a mais provável.
A lei diz que o Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço tem destinações específicas: quando da demissão; quando das aposentadorias, quando da aquisição da casa própria e, por aí, vai. O mesmo perfil é dado ao PIS e ao PASEP. São poupanças do trabalhador para situações definidas. Liberar, por liberar, sob a argumentação de que este dinheiro vai solucionar as demandas sociais é meio que utópico. É certo que 500 reais não resolve o problema de muita gente: isto é pouco mais do que meio salário mínimo.
O de que nós, brasileiros, precisamos é de políticas sedimentadas, concretas, realistas e de evolução econômica. Dinheiro tirado de cofrinho (com todo o respeito aos fundos) é coisa de imediatismo, fugaz, passageira. Acaba logo e nem se sente quando acabou.
A população necessita de projetos qualificados, de emprego, de carteira assinada, de comida na mesa, de segurança trabalhista.
Esses recursos ora anunciados têm duração efêmera.
Então, que o Congresso Nacional se conscientize e aprove logo as reformas (Previdenciária e Tributária, principalmente), crie condições para o trabalhador ganhar seu salário sem a necessidade de se retirarem as pequenas poupanças que atendem pelos três nomes: FGTS, PIS e PASEP.
O resto, é perfumaria.
Vander Lúcio Barbosa
