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macroeconomia em alta

Dólar em queda e bolsa em alta relevam que mercado ignora bravatas e ameaças de golpe

Assim como na vida, parece que o tempo é o senhor da razão nos negócios e na política brasileira.

Ao perceber que a macroeconomia tem se descolado da verborragia do presidente Jair Bolsonaro, fica mais do que evidente que poucos dão crédito às bravatas do chefe do Executivo em véspera de tentativa desesperada de reeleição.

 

Os fatos falam por si.

Na última semana, o Messias palaciano se
comportou como Judas Iscariotes no escândalo bolso-evangélico que
resultou na exoneração do ministro da Educação, Milton Ribeiro.

Logo depois, o liberal intervencionista demitiu o presidente da
Petrobras, Joaquim Silva e Luna, por discordar da política de
preços que ele mesmo defendia.

Para fechar com chave de ouro, na
sexta-feira – curiosamente, 1º de abril – fez uma nova ameaça
golpista em cerimônia de posse do ministro da Defesa, Paulo Sérgio
Nogueira.

“Vivemos um momento onde há decisões que, em última
análise, fogem do campo político e vão pro campo militar”,

afirmou.

Apesar de tudo isso, o dólar caiu (1,97% na semana, a R$
4,66) e a bolsa subiu (2,1%, a 121 mil pontos).

Nem todos

os fatores que têm puxado para cima o real e a bolsa são
internos, mas o descrédito dos discursos de Bolsonaro é notório no
mercado e nos indicadores financeiros.

Em outros tempos, as
ameaças de Bolsonaro incomodavam investidores e influenciavam os
números da economia.

A restrição cognitiva e a clara incapacidade
de articulação política – que não consegue aprovar o voto impresso
no Congresso nem mesmo entre seus comparsas do Centrão – fazem com
que o presidente da República seja visto como um inimputável menor
impúbere (é como o vocabulário jurídico define o jovem
absolutamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida
civil).

Uma realidade triste,

mas de certo modo positiva até que
as eleições de outubro corrijam o erro de quatro anos atrás.

Insinuar publicamente

que poderá usar as Forças Armadas para impor
suas obsessões hoje assusta tanto quanto as ofensas berradas ao
microfone no último 7 de Setembro.

Para quem não se lembra,

depois de excitar seus eleitores com a promessa de descumprimento de
qualquer ordem que viesse do ministro Alexandre de Moraes, do STF,
Bolsonaro disse que foi tudo um mal entendido e que se tratava
apenas de uma ameaça “no calor do momento”.

O capitão valentão
comprovou, tanto para seus eleitores e para os desafetos, que
aquilo que fala hoje não vale para amanhã.

O presidente Jair Bolsonaro insinuou o uso da força no lugar da política em cerimônia de posse do novo ministro da Defesa, na sexta-feira, 1º de Abril (Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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