Economia reconhecida
Governo comemora convite à OCDE: “Reconhecimento de que somos grandes”
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico aprovou processo de entrada do país no grupo que reúne nações desenvolvidas
O governo federal comemorou, nesta terça-feira (25/1), o convite para dar início à entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O grupo reúne as nações mais
desenvolvidas do mundo e estimula o progresso econômico e o comércio
mundial (leia sobre o convite mais abaixo).
Durante declaração à imprensa, no Palácio do Planalto, o ministro das
Relações Exteriores, Carlos França, disse que o presidente Jair
Bolsonaro (PL) já assinou a carta de resposta sobre o ingresso no
grupo.
Segundo ele,
assim que o documento chegar na OCDE, o conselho da
entidade deve preparar um roteiro e novas discussões serão feitas para
dar continuidade ao processo. Também participaram do encontro com
jornalistas os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Paulo Guedes
(Economia).
Em sua fala,
o ministro Ciro Nogueira elogiou Guedes e França. Sobre o
titular da Economia, disse que o ministro é considerado “um dos
melhores do mundo”.
“A decisão [da OCDE] reflete o compartilhamento dos valores
fundamentais da OCDE: a defesa da democracia, das liberdades, da
economia de mercado, da proteção do meio ambiente e dos direitos
humanos, sendo prioridade comum do nosso país e da organização”, disse
o ministro.
Segundo Nogueira,
no passado, o Brasil preferia se alinhar a “países
periféricos e sem a menor importância” para o país e o mundo.
Guedes fala em “três dimensões de potência”
Para Guedes, o processo de entrada no Brasil na OCDE é o
“reconhecimento” de que o Brasil é um “grande país”.
“Estamos no G20, estamos no Brics e agora estamos sendo convidado à
OCDE. Somos o único país que está nessas três dimensões de potência
econômica”, afirmou o ministro.“É o reconhecimento pela nossa agenda e ao mesmo tempo um reforço, um
compromisso de seguirmos nesses trilhos dessas reformas de
modernização, regulamentação ambiental, tributária, financeira e
principalmente institucional. O Brasil é uma grande economia de mercado
e o Brasil é uma grande democracia”, prosseguiu Guedes.
Brasil e mais cinco países foram convidados
O processo de entrada no grupo foi aprovado durante reunião do conselho
da OCDE, em Paris. O pedido para o Brasil ingressar no grupo foi
formalizado em maio de 2017. Além do Brasil, cinco países também
receberam o convite para ingressar na OCDE. São eles: Argentina, Peru,
Croácia, Bulgária e Romênia.
Em nota,
a OCDE disse que fará uma avaliação rigorosa e aprofundada do
alinhamento dos respectivos países às normas, políticas e práticas do
órgão.
“Antes de qualquer convite para ingressar na organização como membros,
serão necessárias mudanças na legislação, na política e nas práticas
adotadas dos países candidatos para alinhá-los com os padrões e
melhores práticas da OCDE, servindo assim como um poderoso catalisador
da reforma”, informou a organização, em comunicado.
Historicamente,
o ingresso de países na OCDE é formalizado de três a
quatro anos após o convite de entrada. O Brasil, no entanto, quer
reduzir esse prazo ao máximo e deve trabalhar para atingir alinhamento
completo junto à entidade antes de 2025.
Benefícios
Para fazer parte do grupo, o Brasil deve aderir a uma série de boas
práticas – entre elas, a simplificação do sistema de cobrança de
impostos com uma reforma tributária e o combate à corrupção.
Fazem parte da OCDE:
Austrália, Canadá, Dinamarca, França, Alemanha,
Israel, Itália, Japão, Noruega, Portugal, Espanha, Suécia, Suíça,
Turquia, Estados Unidos e Reino Unido, entre outros. Atualmente, o
grupo conta com 38 países integrantes, que, juntos, somam 80% do
comércio e do investimento mundiais.
Os países do bloco
trocam informações e alinham políticas para
potencializar o crescimento econômico e colaborar com o desenvolvimento
de todos os demais países-membros.
De acordo com o Itamaraty,
o ingresso do Brasil na OCDE tem o poder de
estimular investimentos e a consolidação de reformas econômicas.
Do ponto de vista econômico, o ingresso brasileiro é importante para o
mercado internacional de negócios. Segundo o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), a entrada do Brasil na OCDE pode aumentar em
0,4% o Produto Interno Bruto (PIB) anual.
By: Mayara Oliveira & Talita Laurino
Link original da matéria:
https://www.metropoles.com/brasil/economia-br/governo-comemora-convite-a-ocde-reconhecimento-de-que-somos-grandes?
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