ECONOMIA - FINANÇAS
Ibovespa tem alta descolada de NY e anota melhor semana desde março
O Ibovespa subiu 1,33%, para 106.927,79 pontos.
SÃO PAULO (Reuters) – O principal índice da bolsa brasileira subiu forte nesta sexta-feira, encerrando sua melhor semana desde o início de março, em movimento descolado de Wall Street.
As ações do setor bancário e os papéis da Petrobras foram os principais
suportes para o índice local na sessão.
O Ibovespa subiu 1,33%, para 106.927,79 pontos.
Na semana, o índice acumulou
ganho de 4,1%, melhor desempenho desde a semana encerrada em 5 de março do ano
passado.
O volume financeiro foi de 26,1 bilhões de reais.
O Dow Jones
cedeu nesta sexta-feira em Nova York, após divulgação de balanços
por grandes bancos incluindo JPMorgan e o Citigroup, enquanto o Nasdaq
Composite e o S&P 500 fecharam no azul. Os três índices fecharam a semana no
negativo.
Segundo Filipe Villegas,
estrategista da Genial Investimentos, o desempenho do
Ibovespa nos últimos pregões frente às bolsas norte-americanas pode ser
explicado por um movimento de rotação, com investidores reduzindo posições em
empresas de crescimento, como tecnologia, para alocar em empresas de valor,
como bancos e exportadoras.
O movimento ocorre
diante da expectativa por alta de juros nos EUA nos próximos
meses, o que afetaria mais as empresas de que dependem de financiamento. Como o
Ibovespa tem relevante participação de bancos e empresas relacionadas às
commodities, o índice local acaba sendo mais beneficiado, explica ele.
Além disso,
a recuperação de papéis que, na visão de Villegas, estavam
descontados, como de construtoras e de shoppings, além da falta de notícias
políticas internas de maior peso no mercado também ajudaram no desempenho
positivo, de acordo com o analista.
Internamente,
as vendas no varejo no Brasil expandiram 0,6% em novembro na
comparação com o mês anterior, informou nesta sexta-feira o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística. A expectativa de analistas em pesquisa
da Reuters era de recuo de 0,2%. O dado vem um dia após o volume de serviços
também superar as projeções do mercado.
Ainda assim, diz Villegas, esses “dados parecem ser atrasados”, já que desde
novembro a taxa Selic voltou a subir, o que deve afetar os dois setores, e
houve a propagação da variante Ômicron, também de potencial impacto na
atividade econômica.
DESTAQUES
– BRMALLS ON disparou 7%, após rejeitar proposta de fusão enviada pela rival
ALIANSCE SONAE, cujas ações avançaram 2,3%. A brMalls disse que a proposta
“subavalia, consideravelmente, o valor econômico justo” da companhia e de seu
portfólio de ativos.
Apesar disso, a brMalls segue aberta
a discutir uma
possível operação de fusão ou aquisição, disse uma fonte próxima às negociações
à Reuters.
– PETROBRAS PN subiu 3,7%, para 31,45 reais,
e está próximo das máximas
históricas do papel, enquanto ON teve alta de 2,1%. O petróleo Brent subiu
1,9%, impulsionado por restrições de oferta e temores de um potencial ataque
russo na Ucrânia. A estatal ainda informou redução na meta de produção de 2022.
– INTER UNIT saltou 7,9%,
após leilão de ações da empresa nesta sexta-feira.
Notícias citam venda de 30 milhões de papéis por acionista.
– VALE ON subiu 0,6%,
apesar de queda nos preços do minério de ferro na China.
Siderúrgicas tiveram desempenho misto.
– BANCO DO BRASIL ON subiu 2,6%, SANTANDER BRASIL UNIT avançou 1,1%, BRADESCO
PN ganhou 1,6%, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,8%. Movimento ocorreu em meio
à divulgação de relatórios por analistas sobre o setor e diante de movimento de
rotação de papéis.
– MINERVA ON subiu 1,7%, após anunciar que avalia migrar sua base acionária
para o exterior. A empresa está inclinada a mudar para a norte-americana
Nasdaq, disse à Reuters uma fonte próxima à companhia.
– MAGAZINE LUIZA ON subiu 3,9% e AMERICANAS ON avançou 2,4%, enquanto VIA ON
cedeu 0,5%, após dado de varejo surpreender positivamente.
– LOCAWEB ON cedeu 4,1%, sua terceira baixa consecutiva, enquanto POSITIVO ON
caiu 3,9%.
– CAMIL ON, que não está no Ibovespa, afundou 9,6%, maior queda em uma sessão
do papel desde que entrou na bolsa em 2017, após divulgar balanço financeiro.



