Com a crescente digitalização, é imprescindível que os pais estejam não apenas atentos, mas também engajados na educação de seus filhos nesse universo virtual.

É para discutir esses e muitos outros temas que surge o **Pai Legal Podcast**, apresentado por André Quintão.

Hoje o assunto é o Deepfake

Deepfake é uma tecnologia baseada em inteligência artificial que tem o potencial de espalhar desinformação de forma alarmante.

Trata-se de vídeos ou áudios manipulados para fazer parecer que uma pessoa disse ou fez algo que, na verdade, nunca aconteceu.

Essa tecnologia pode ser usada de forma inofensiva, como na criação de vídeos engraçados, mas também tem o poder de causar danos graves, desde fraudes até cyberbullying.

Os vídeos deepfake são os mais comuns.

A IA é utilizada para substituir o rosto ou o corpo de alguém em um vídeo existente, criando imagens extremamente realistas.

Um exemplo seria fazer com que uma celebridade pareça dizer algo controverso ou um âncora de notícias relate histórias falsas.

Aém disso, o áudio deepfake, ou clonagem de voz, pode manipular a voz de alguém para que pareça ser outra pessoa.

Esse tipo de golpe tem se tornado cada vez mais comum, sendo usado, por exemplo, para enganar pais em telefonemas de supostos filhos pedindo dinheiro.

A criação de deepfakes pode ter motivações diversas. Enquanto alguns criadores têm intenções aparentemente inocentes, como fazer as pessoas rirem, até mesmo conteúdos aparentemente inofensivos podem gerar desinformação, causar confusão e enfraquecer a confiança no que vemos e ouvimos online.

Riscos e Danos das Deepfakes

As deepfakes não são apenas uma ferramenta de entretenimento. Podem ser usadas para fins mais sinistros, como disseminar desinformação, manipular conversas políticas, extorquir dinheiro ou arruinar a reputação de figuras públicas.

O uso dessas tecnologias pode prejudicar gravemente indivíduos, especialmente crianças e jovens, que são mais vulneráveis aos impactos emocionais e psicológicos de vídeos e áudios falsos.

Infelizmente, casos de pornografia de vingança envolvendo deepfakes têm surgido, onde criminosos manipulam imagens ou vídeos para coagir e extorquir vítimas.

Cyberbullying, assédio e abuso também podem ser facilitados pela criação de deepfakes, usados para humilhar ou intimidar alguém online.

Um relatório da Internet Watch Foundation (IWF) de 2023 alertou para o crescimento de conteúdo de abuso infantil gerado por IA, destacando que mais de 20.000 imagens desse tipo foram identificadas na dark web em apenas um mês.

Protegendo Crianças e Jovens

As crianças e adolescentes, por ainda estarem desenvolvendo suas habilidades de pensamento crítico, podem ser facilmente enganados por deepfakes.

Com a tecnologia de IA se tornando cada vez mais acessível, é provável que mais pessoas consigam criar esse tipo de conteúdo, ampliando os riscos.

É crucial ajudar os jovens a reconhecer esses perigos e fornecer ferramentas para se protegerem online.

Algumas dicas para ajudar a proteger as crianças de deepfakes:

Incentive a comunicação aberta: Falar sobre segurança online é essencial. Explique o que são deepfakes, como são criados e quais são os perigos envolvidos.

Mantendo conversas regulares, as crianças podem se sentir mais confortáveis em discutir problemas que encontrem online.

Desenvolva a literacia mediática: Ensine as crianças a questionar o que veem e ouvem online.

Incentive-as a buscar sinais de que um vídeo ou áudio possa ser falso, como movimentos estranhos ou inconsistências na qualidade de imagem e som.

Configure limites e controles parentais: Use controles parentais em redes e dispositivos para limitar o acesso a conteúdo impróprio. Trabalhem juntos para definir limites saudáveis sobre o uso de dispositivos, garantindo que as crianças não fiquem expostas a riscos desnecessários.

Fale sobre cidadania digital: É importante educar as crianças sobre o comportamento responsável online. Incentive-as a não criar ou compartilhar conteúdo falso, mesmo que seja por brincadeira, e a pensar nas consequências disso.

Verificação de fontes: Ensine a importância de verificar as informações antes de compartilhá-las. Mostre sites de verificação de fatos e incentive-os a sempre checar as fontes de notícias e vídeos antes de acreditar no que veem.

Proteção da privacidade: Converse sobre a importância da privacidade online. Explique que imagens públicas podem ser usadas para qualquer finalidade e, por isso, é essencial limitar as fotos e informações que compartilham sobre si mesmos.

As deepfakes representam uma ameaça crescente no ambiente digital, especialmente para crianças e jovens, que podem ser mais vulneráveis a seus efeitos prejudiciais.

Manter-se informado e incentivar a literacia mediática são passos fundamentais para proteger os mais jovens dos riscos dessa tecnologia.

A comunicação aberta, o desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico e a educação para o comportamento online responsável são as principais ferramentas que pais e educadores têm à disposição para garantir a segurança de crianças e adolescentes no mundo digital.

Por: André Quintão

### Quem é André Quintão?

André Quintão é um verdadeiro exemplo de que a paternidade envolve aprendizado e transformação.

Mineiro de Belo Horizonte, atualmente vivendo na Europa, ele é pai de dois meninos e casado com uma Anapolina.

Hoje mora na Europa e da dicas sobre o assunto no 7Minutos