Vander Lúcio comenta no 7Minutos
Feminicídio, a epidemia diária que envergonha o Brasil
Não há um dia sequer que a mídia deixe de publicar casos de violência contra a mulher neste País.
Violência de todas as formas.
Social, econômica, psicológica, ou física.
E, segundo os dados oficiais, os autores são, em sua esmagadora maioria, homens que com elas convivem.
O aprendizado da violência está no cerne do comportamento masculino agressivo:
70% dos homens que praticam atos violentos presenciaram violência na infância.
Nasce dessa convivência e eles incorporam um padrão de agressão nas suas relações afetivas.
O que foi experimentado quando criança, será trazido para os relacionamentos.
Se esse homem viveu experiências parecidas de agressão, se aprendeu isso e não elaborou, ele vai reproduzir.
Só tem esse exemplo na cabeça.
Estas são conceituações da promotora de justiça Valéria Scarance e da psicóloga Marilene Kehdi, ambas de São Paulo, ao tentarem explicar o fenômeno social hoje denominado e tipificado pela Lei Penal como Feminicídio.
O feminicídio, extermínio de mulheres, não é exclusivo do Brasil, mas arraigado historicamente.
Apesar de avanços legais recentes, os índices brasileiros são alarmantes.
Cerca de 14 feminicídios ocorrem diariamente no país, de Norte a Sul, Leste a Oeste, em uma onda crescente e assustadora, refletindo o ódio, intolerância e preconceito contra as mulheres.
Cientistas sociais, psicólogos, policiais, Judiciário e outras instituições têm buscado explicar o feminicídio, sem sucesso definitivo.
A “matança de mulheres” ocorre por diversos motivos, todos injustificáveis e intoleráveis.
O fenômeno tem aumentado, infelizmente, acontecendo em casebres, rincões longínquos, mansões e apartamentos de luxo, na cidade e no campo. Homens matam mulheres em uma realidade que precisa ser mudada.
Apesar dos esforços ao longo dos anos, uma explicação lógica e definitiva ainda não foi apresentada à sociedade.
O feminicídio é um assunto complexo que requer mais estudos.
É difícil compreender como um homem que faz juras de amor pode se tornar um assassino.
O impacto nas famílias é devastador: pais que criam filhas com sacrifício as perdem para indivíduos que, por motivos injustificáveis, tiram suas vidas.
A situação se agrava quando a vítima deixa filhos indefesos.
A sociedade não pode se acostumar com essa realidade ou aceitar que não há como mudar o curso da vida.
É possível mudar, mas é necessário vontade e coragem.
Não devemos nos conformar com essa situação, mas sim buscar formas de prevenir e combater o feminicídio.
Por Vander Lúcio Barbosa –
Vander Lúcio Jornalista e editor do Jornal Contexto, também é colunista do Portal 7Minutos @vanderlucio.jornalista