No alvorecer desta quinta-feira, 28, a histórica cidade de Goiás (GO), situada a 140 km de Goiânia, foi palco da emblemática Procissão do Fogaréu.

Este evento singular, que revive a busca dos soldados romanos por Jesus Cristo, mobilizou milhares de espectadores e participantes, mesmo sob a ameaça iminente de chuva.

Cerca de 40 participantes, conhecidos como farricocos, encenaram a perseguição, iniciando sua marcha à meia-noite a partir do Museu de Arte Sacra da Boa Morte. Equipados com tochas e vestes que ocultam completamente suas formas, incluindo as cabeças, os farricocos criaram uma atmosfera de intensidade e devoção.

Conforme informado pela prefeitura local, a procissão contou com a presença de pelo menos 20 mil espectadores.

Este número é especialmente significativo, considerando que o evento foi retomado após uma pausa de dois anos devido à pandemia, marcando assim sua terceira edição desde o hiato.

À medida que a noite cedia lugar ao dia, as luzes artificiais da cidade foram substituídas pelo brilho místico das tochas, enquanto os farricocos atravessavam as ruas históricas.

A procissão, que durou mais de uma hora, foi seguida de perto por uma multidão diversificada, composta por visitantes de diversas partes do Brasil.

Esta tradição, que tem suas raízes na Idade Média, foi iniciada em 1745 pelo padre espanhol João Perestrello de Vasconcelos Espíndola e, em 2018, recebeu o título de patrimônio cultural e imaterial do Estado de Goiás.

Atualmente, a organização do evento está sob a responsabilidade da Organização Vilaboense de Artes e Tradições (OVAT).

O evento culmina com a simbólica prisão de Jesus na Igreja de São Francisco, representando o Monte das Oliveiras, encerrando a cerimônia com um profundo significado espiritual.

A OVAT, em colaboração com a Prefeitura de Goiás, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, e com o suporte de doações, garante a continuidade dessa expressiva celebração de fé e tradição.

Por:Luiz Cláudio Cavalcante