Há dias venho me debruçando sobre uma questão que me inquieta: a honestidade.

Não a honestidade que se veste de conveniência, mas a honestidade nua e crua, aquela que não tem medo de mostrar a cara, mesmo que ela não seja tão bonita quanto gostaríamos.

A honestidade que não busca aplausos, mas sim a verdade.

“Doces ou Travessuras”, uma frase tão inocente, tão infantil, tão cheia de risos e sorrisos. Mas, por trás dessa frase, vejo uma metáfora perfeita para a situação em que nos encontramos.

Doces ou Travessuras é a nova versão de Mentiras ou Verdades.

Vivemos em uma sociedade onde a verdade é muitas vezes mascarada por doces palavras, enquanto as travessuras são escondidas atrás de mentiras convenientes.

As pessoas querem a verdade, mas só se ela for doce e agradável.

E quando a verdade é amarga, quando ela não corresponde aos seus desejos e expectativas, elas se fecham, se ressentem, se revoltam.

Querer é poder, dizem. Mas querer nem sempre é poder.

E na falta de poder ter algo que agrade, as pessoas ficam um pouco chateadas quando não têm seus anseios por elogios ou concordância atendidos.

Elas emburram com a mesma facilidade que sorriem para quem lhes diz:

Você está correto.

Mas a verdade não se importa se você está correto ou não.

A verdade não se importa se você a quer ou não.

A verdade simplesmente é.

E é aí que reside a sua beleza e a sua crueldade.

Então, da próxima vez que você se deparar com a escolha entre

Doces ou Travessuras,

lembre-se de que a verdade nem sempre é doce, e as mentiras nem sempre são travessuras inofensivas.

E talvez, apenas talvez, estejamos prontos para enfrentar a verdade, não importa quão amarga ela possa ser.

Por Luiz Claudio Cavalcante