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Vander Lucio comenta no 7Minutos

Brasil tem o segundo maior número “nem-nem”. Nem estuda e nem trabalha

O Brasil se destaca como o segundo país com maior proporção de jovens, entre 18 e 24 anos, que não estudam e não trabalham, ficando atrás apenas da África do Sul

Segundo o relatório Education at a Glance, de 2022, da OCDE, 36% dos jovens brasileiros estão nessa situação, o que os coloca em risco de afastamento duradouro do mercado de trabalho.

A pesquisa revela que a condição nem-nem, como é conhecida, afeta principalmente os jovens de baixa renda e das famílias mais pobres.

Desafios do emprego
Carlos Alberto Santos, 18 anos, é um dos jovens que enfrentam esse desafio. Após concluir o ensino médio e um curso técnico de administração, ele está há dez meses em busca de uma oportunidade de trabalho.

Pertencente a uma família de baixa renda, Carlos busca seguir o conselho do pai, já falecido, que valorizava o estudo como meio de realização pessoal.

Com qualificação e esforço, Carlos mantém a esperança de encontrar uma colocação e almeja futuramente estudar psicologia e contribuir com o Projeto Quixote, onde participou de formações para o mundo do trabalho.

Causas da situação
A condição nem-nem é mais comum entre os jovens de famílias carentes, especialmente entre as mulheres, que muitas vezes precisam deixar de estudar para cuidar de tarefas domésticas e familiares.

Enquanto nas famílias mais ricas, é mais recorrente entre jovens de faixa etária mais baixa, geralmente enquanto se preparam para a faculdade.

O desemprego e a falta de acesso a mais anos de estudos e capacitação profissional são algumas das vulnerabilidades enfrentadas pelos jovens, particularmente aqueles que são negros, resultando em desigualdade de renda.

Impactos da pandemia
A pandemia agravou a situação desses jovens, que tiveram que interromper a educação e a formação profissional.

Isso resultou em consequências negativas a longo prazo, como a falta de experiência profissional e a dificuldade de inserção no mercado de trabalho. Isso reforça ainda mais a necessidade de políticas públicas e programas de apoio para reintegrar esses jovens ao mercado de trabalho e à sociedade.

Medidas necessárias
Para enfrentar o desafio da condição nem-nem, são necessárias medidas como a busca ativa dos jovens desengajados, oferecendo-lhes oportunidades de escolarização e capacitação profissional, incluindo programas de aprendizagem nas empresas.

Além disso, a capacitação socioemocional e a mentoria individual são fundamentais para preparar esses jovens para o mercado de trabalho.

Também é preciso ampliar políticas de permanência e assistência estudantil, garantindo que os jovens possam ingressar e permanecer nas escolas e universidades, mesmo em famílias de baixa renda.

OPINIÃO CONTEXTO

O desafio enfrentado pelo Brasil com a alta proporção de jovens desempregados e sem estudar requer ações efetivas do poder público, empresas e da sociedade civil.

Investir na capacitação, inserção e desenvolvimento socioemocional desses jovens é essencial para garantir seu futuro e reduzir as desigualdades sociais.

Somente com um esforço coletivo será possível transformar essa realidade e oferecer oportunidades para uma geração mais preparada e engajada no mercado de trabalho e na sociedade.

Com informações da Agência Brasil

Por: Vander Lúcio Barbosa
Vander Lúcio Jornalista e editor do Jornal Contexto, também é colaborador do Portal 7Minutos

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  • Vander Lúcio

    Fundador e diretor do Jornal Contexto; foi repórter mirim, aos 15 anos, do Jornal de Brasília; editor, repórter e apresentador da TV Tocantins e editor de vários jornais, revistas e publicações periódicas. Também foi presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE e diretor de comunicação da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (ACIA), dentre outras atividades.

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