Correio Brasiliense em 04 de Janeiro de 2004.

A primeira estação virou pasto para bois e vacas

O mineiro José Matias Resende (foto), 77 anos, alterna momentos de entusiasmo com melancolia quando fala da Rede Ferroviária Federal.

‘‘Tenho muitas saudades dos colegas. Mas do serviço, não. Fomos muito explorados’’, desabafa.

Ele entrou para a RFFSA em 1945. Começou trabalhando na construção de linhas férreas, em São João Del-Rei, sua terra natal. Menos de dez anos depois chegou ao posto de maquinista.

A ascensão profissional não diminuiu o peso do trabalho. José Resende teve o braço esquerdo queimado pela água quente da caldeira da maria fumaça que guiava, em 1957.

Quatro anos antes, se feriu quando a locomotiva descarrilhou e tombou. Na mesma década, uma chapa de ferro da máquina quebrou seu pé direito numa colisão.
Resende passava até 10 dias seguidos na cabine, sem receber horas extras.
Tanto esforço lhe rendeu uma aposentadoria equivalente a 7,5 salários mínimos em 1982.

‘‘Se somassem minhas horas extras, seriam mais de 60 anos’’, calcula.

Hoje, ele não ganha mais do que R$ 800 mensais líquidos, e mora em uma casa de adobe, construída por um ex-colega da Rede, às
margens dos trilhos que cortam a cidade. No mesmo lugar vivem outras famílias de ferroviários, que também sobrevivem das aposentadorias magras.
Pires do Rio foi o primeiro município goiano a ter uma estação da estrada de ferro.

Os trilhos trouxeram o desenvolvimento, a partir dos anos 20. Pela Estação Roncador — a 6km do centro da cidade — passavam trens de
passageiros com destino a Brasília, Goiânia, São Paulo e Belo Horizonte.

Hoje, a estação só recebe trens de carga. Apenas um homem por plantão cuida do lugar. As oito casas de alvenaria que abrigavam ferroviários e suas famílias estão abandonadas. O pátio serve de pasto a vacas e cavalos da vizinhança.

As boas lembranças da ferrovia voltam à memória de José Resende quando ele tira do armário os antigos quepe, gravata e paletó marinhos da
RFFSA. ‘‘Era uma festa aquela estação’’, recorda.

A sua mulher, Ernestina Ribeiro Resende, 74, também não esconde a paixão pela ferrovia.

‘‘Não saio daqui porque consigo ver o trem todo dia.’’

Este foi um grande momento deste grande brasileiro numa materia do Correio Brasiliense em 04 de Janeiro de 2004.

Hoje José Matias Resende , aos 93 anos, recebe de sua família os  “Resende e Rezende” e os Ribeiro em uma homenagem em seu aniversário comemorado no domingo (24/02) na cidade de Pires do Rio.

Homem de fibra religioso tem “7 filhos naturais e uma do coração”, 14 netos , 7 bisnetos , um a caminho e 1 tataraneto todos com vida resolvidas e bem empregados.

Funcionário da Rede Ferroviária iniciou os serviços em 23/09/1950 e se aposentando 30/09/1982 como maquinista.

Em 1956 foi um dos fundadores  da liga católica de Goiandira, nos 60 anos da entidade,  membros da liga compareceram em Pires do Rio para celebrarem a data

Amoroso e com muita regra manteve o padrão de família cristã e bem comportada.

O estudo foi o primordial para os filhos  terem o futuro que têm hoje.

O momento desta homenagem a este grande homem fez com que toda a família próxima na maneira bem goiana se reunisse com todo o carinho que ele é merecedor.

Com uma missa celebrada pelo Frei Paulo, amigo da família, que ali compareceu para a tradicional oração do terço às 14 horas.

E não se pode esquecer ele foi um dos fundadores da liga Católica de Goiandira-Goiás em 1956.

Todo o evento foi realizado com muito carinho e felicidade para ambas as famílias.