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Ela é uma condição de saúde crônica

Epilepsia ainda enfrenta o peso do estigma mesmo com avanços no tratamento

Doença neurológica afeta milhões de pessoas, mas segue cercada por mitos e desinformação que atrasam diagnósticos e dificultam convivência social

Imagine conviver com uma condição neurológica que afeta milhões de pessoas no mundo e que, apesar de conhecida desde a Antiguidade, ainda é cercada de mitos e preconceitos.

Esta é a realidade de quem tem epilepsia, doença que provoca descargas elétricas anormais no cérebro e gera crises convulsivas recorrentes.

Estima-se que cerca de 65 milhões de pessoas sofram de epilepsia globalmente.

No Brasil, a enfermidade atinge cerca de 2% da população, mas por muito tempo permaneceu às sombras e silenciada pelo medo, pela desinformação e pelo estigma social que a cerca.

Uma condição comum e antiga, ainda incompreendida

A epilepsia está entre as doenças neurológicas mais comuns e integra um grupo de transtornos que, juntos, se tornaram um dos maiores desafios de saúde no mundo.

Duas em cada cinco pessoas ao redor do mundo apresentam alguma condição que afeta o sistema nervoso, como derrame, enxaqueca, demência e também epilepsia.

De acordo com reportagem publicada pelo Correio Braziliense, em março de 2024, pela primeira vez, problemas neurológicos ultrapassaram as doenças cardiovasculares em impacto na saúde global, medida em anos de vida perdidos por doenças.

Apesar disso, a epilepsia ainda enfrenta medo e incompreensão pública, mesmo sendo uma das condições médicas mais antigas registradas na história.

Conforme explica a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), mantida pelo Ministério da Saúde, muitas pessoas relutam em falar sobre o assunto por receio de discriminação.

Para muitos que vivem com a doença,

os equívocos e o preconceito podem ser mais difíceis de superar do que as próprias convulsões,

destaca o material oficial.

 

Quebrando o estigma

Durante séculos, a condição foi associada a visões deturpadas: de possessão espiritual a doença mental contagiosa. Hoje sabe-se que nada disso é verdade: a epilepsia é um distúrbio neurológico que não limita a capacidade intelectual nem o convívio social.

Ainda assim, muitos pacientes escondem o diagnóstico até mesmo de colegas de trabalho.

O Dia Internacional da Epilepsia, celebrado anualmente na segunda segunda-feira de fevereiro, oferece uma plataforma para que pacientes compartilhem suas experiências.

No Brasil, o “Março Roxo” também vem ganhando espaço como mês de conscientização. As informações estão reunidas na página oficial da campanha hospedada na BVS.

O diagnóstico precoce faz toda a diferença

Em crianças, o diagnóstico precoce pode evitar prejuízos ao desenvolvimento cerebral.

Segundo reportagem do Jornal da USP, publicada em fevereiro de 2024, perturbações cerebrais na infância, como crises convulsivas não tratadas, podem se associar a maior risco de transtornos psiquiátricos no futuro.

O estudo citado foi conduzido pelo pesquisador Rafael Naime Ruggiero, do Instituto de Biociências da USP.

Ademais, informações da Biblioteca Virtual em Saúde indicam que cerca de 70% das pessoas com epilepsia conseguem controlar as crises com medicação adequada.

Os outros 30% convivem com formas refratárias e precisam de tratamentos complementares.

Controle das crises e esperança de vida normal

A adesão ao tratamento é apontada como um dos pilares mais importantes para o controle da doença.

Segundo artigo do portal Medscape, o tratamento medicamentoso adequado pode transformar a vida dos pacientes, permitindo que levem rotinas praticamente normais.

Medicamentos como oTopiramato 25 mg, por exemplo, fazem parte da rotina de tratamento para pessoas com epilepsia, muitas vezes administrado em baixas doses para evitar crises.

O fármaco é citado na literatura médica internacional como uma opção eficaz em diferentes tipos de epilepsia, inclusive no tratamento de epilepsias focais e generalizadas, sendo incluído nas diretrizes clínicas por neurologistas de referência.

O avanço das pesquisas, a atualização de protocolos do SUS e as iniciativas de conscientização vêm garantindo mais visibilidade e acesso ao tratamento.

A tendência, segundo especialistas citados pelo Correio Braziliense, é que a epilepsia deixe de ser vista como um estigma para se consolidar como uma condição de saúde crônica que pode e deve ser tratada com respeito, empatia e informação correta.

 

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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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