Mounjaro pode causar impotência?
Especialista de Anápolis analisa efeitos da “medicação do momento”
Casos de disfunção erétil em homens que usam tirzepatida levantam dúvidas sobre a segurança sexual do medicamento, apesar de os números ainda serem baixos.

A tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, tem revolucionado o tratamento da obesidade e diabetes tipo 2, com resultados expressivos na perda de peso.
Porém, um novo questionamento começa a ganhar força: o remédio pode causar impotência?
Especialistas e relatos de pacientes levantam esse possível efeito colateral, especialmente entre homens acima dos 60 anos.
Apesar de serem poucos os registros oficiais, os relatos de disfunção sexual relacionados ao uso do Mounjaro chamam a atenção de médicos em todo o mundo.
Em Anápolis, o endocrinologista Jorge Cecílio Daher destaca que a investigação deve ser criteriosa, com acompanhamento individual e diálogo aberto entre médico e paciente.
Sinal de alerta
Relatórios internacionais indicam cerca de 200 casos de disfunção sexual em usuários da tirzepatida, número pequeno diante da ampla utilização do medicamento em todo o mundo.
Ainda assim, os relatos apontam sintomas como queda do desejo sexual, cansaço acentuado e dificuldade de ereção, sobretudo entre homens mais velhos. Especialistas alertam que esse número pode estar subestimado, já que nem todos os pacientes relacionam esses sintomas ao remédio ou os relatam formalmente.
Estudos clínicos, por outro lado, indicam que a tirzepatida pode melhorar fatores que beneficiam a saúde sexual, como a perda de gordura abdominal, a sensibilidade à insulina e o aumento da testosterona livre.
Uma pesquisa recente publicada no National Library of Medicine mostrou que usuários da tirzepatida tiveram 30% menos risco de desenvolver disfunção erétil em comparação com pacientes que usavam outros antidiabéticos.
Essa dualidade reforça a necessidade de um olhar atento e individualizado.
O que dizem os especialistas
Para o endocrinologista Jorge Cecílio Daher, de Anápolis, a discussão é válida e deve ser conduzida com responsabilidade.
A maioria dos meus pacientes relata melhora na disposição, autoestima e até na vida sexual após iniciar o uso da tirzepatida.
Mas sim, há relatos pontuais de fadiga e perda de libido, principalmente em homens mais velhos, destaca.
Daher reforça que esses sintomas podem estar associados a diversos fatores, incluindo a rápida perda de peso, queda de massa muscular ou questões emocionais.
É por isso que sempre orientamos um acompanhamento clínico completo,
com avaliação hormonal, hábitos de vida e saúde mental.
O uso da medicação exige um olhar integrado, afirma.
O papel do acompanhamento médico
O especialista orienta que pacientes fiquem atentos a alterações no desejo sexual, energia ou desempenho.
A perda de peso traz benefícios enormes para a saúde cardiovascular, hepática e até para a função hormonal.
Mas se houver qualquer sinal de queda da libido ou impotência, o ideal é comunicar ao endocrinologista.
Há estratégias seguras para investigar e intervir, sem abandonar o tratamento principal, explica Daher.
Ele ainda destaca que o uso de Mounjaro deve ser sempre prescrito por médico, com análise criteriosa dos benefícios e possíveis efeitos adversos.
O remédio é excelente, mas não é isento de efeitos.
O segredo está no uso consciente, com atenção às respostas do corpo.
A função sexual também faz parte da qualidade de vida, conclui.
Por José Aurélio
Jornalista
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