Cultura Música
Jimmy Cliff, lenda do reggae, morre aos 81 anos
Morte foi anunciada pela esposa do cantor, Latifa
Jimmy Cliff morreu aos 81 anos.
A notícia foi divulgada pela mulher do cantor jamaicano, considerado uma lenda do reggae, nesta segunda-feira, 24.
Segundo Latifa, a causa da morte foi uma convulsão seguida por pneumonia.
É com profunda tristeza que informo que meu marido, Jimmy Cliff, faleceu devido a uma convulsão seguida de pneumonia.
Sou grata à sua família, amigos, colegas artistas e colaboradores que compartilharam esta jornada com ele.
A todos os seus fãs ao redor do mundo, saibam que o apoio de vocês foi a força dele ao longo de toda a sua carreira.
Ele realmente apreciava o amor de cada um dos fãs.
Gostaria também de agradecer ao Dr. Couceyro e a toda a equipe médica, que foram extremamente prestativos e solidários durante este difícil processo.
Jimmy, meu querido, que você descanse em paz.
Cumprirei seus desejos.
Espero que todos possam respeitar nossa privacidade durante estes tempos difíceis.
Mais informações serão fornecidas em uma data posterior, escreveu a esposa.
Lenda do reggae
Nascido em St. James, na Jamaica, Jimmy começou a cantar ainda adolescente e, aos 14 anos, mudou-se para Kingston determinado a seguir carreira artística.
Adotou o sobrenome “Cliff” como símbolo das alturas que pretendia alcançar.
Os primeiros passos vieram no início dos anos 1960, com gravações que o aproximaram do ska e do rocksteady e o colocaram entre os jovens talentos mais promissores do país.
Ainda adolescente, começou a se apresentar na Jamaica e rapidamente despontou como uma das vozes que conduziriam a sonoridade para além do país.
Entre seus clássicos estão : I Can See Clearly Now, Many Rivers to Cross, The Harder They Come, You Can Get It If You Really Want, Wonderful World, Beautiful People e Reggae Night.
A presença do artista também marcou o cinema.
Em 1972, ele protagonizou Balada Sangrenta, filme que ampliou o alcance internacional do reggae e ajudou a apresentar a cultura rastafári a novos públicos.
Décadas depois, seguiu ligado ao audiovisual e manteve forte influência sobre artistas de diferentes estilos.
Entre os anos 1970 e 1980, Cliff lançou discos regularmente, fez turnês contínuas e colaborou com nomes como os Rolling Stones, Rancid e Elvis Costello.
Em 2003, Cliff recebeu a Ordem do Mérito, maior honraria de seu país.
Ele também tornou-se um dos poucos jamaicanos incluídos no Rock and Roll Hall of Fame, onde é descrito como o primeiro campeão do reggae, fundamental para difundir o reggae para além da Jamaica.
Ao longo da carreira, foi indicado ao Grammy sete vezes e venceu duas delas com Cliff Hanger (1985) e Rebirth (2012) — este último listado entre os melhores álbuns daquele ano pela Rolling Stone.
Seu último lançamento foi Human Touch, em 2021, single que retomava sonoridades dos anos 1960 e refletia sobre o isolamento vivido no período da pandemia.
Vínculos com o Brasil
A relação com o Brasil ocupou um capítulo à parte na vida do músico.
Ele desembarcou no Rio de Janeiro em 1968 para participar do Festival Internacional da Canção e começou a compor ali mesmo trechos de Wonderful World, Beautiful People.
Em 1994, ele lançou Jimmy Cliff in Brazil, álbum com versões em inglês de clássicos nacionais.
O artista viveu no Brasil por anos, se dividindo entre Rio de Janeiro e Bahia.
Comente NABIYAH E hoje eu recebo a multifacetada Nabiyah Be, cantora, compositora, atriz…. Ela falou sobre seu pai, o incrível @jimmycliff , sua infância entre a Bahia e a Jamaica, a carreira de atriz em Los Angeles, Nova York, sua participação no filme Pantera Negra pic.twitter.com/BPj3fqA687
— 7Minutos Notícias (@7minutos_news) November 24, 2025
Foi em Salvador que nasceu sua filha, Nabiyah Be, fruto do relacionamento com a psicóloga brasileira Sônia Gomes da Silva.
Além de Nabiyah, Jimmy deixou outros dois filhos: Lilty e Aken.
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