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J. R. Guzzo

José Roberto Dias Guzzo: trajetória e legado

José Roberto “J. R.” Guzzo faleceu na madrugada deste sábado, 2 de agosto de 2025, em São Paulo.

Segundo a revista Oeste, da qual foi fundador e colunista, ele sofreu um infarto aos 82 anos.

Nascido em 10 de julho de 1943, na capital paulista, Guzzo iniciou sua carreira jornalística em 1961 no jornal Última Hora.

Passou pelo Jornal da Tarde e atuou como correspondente internacional em Paris e Nova York, cobrindo eventos decisivos como a Guerra do Vietnã e a visita de Nixon à China.

Em 1968, foi convidado por Mino Carta para integrar a redação da Veja, ainda em seu lançamento.

Ocupou diferentes cargos até se tornar diretor de redação, função que exerceu de 1976 a 1991.

Sob sua liderança, a revista passou de uma circulação semanal de cerca de 175 000 exemplares para aproximadamente 1 milhão, tornando-se a mais influente do país e uma das mais distribuídas no mundo.

Após deixar a directoria da Veja, teve uma fase de menor visibilidade até que retornou como colunista em 2008.

Em 2019, deixou a publicação após polêmica envolvendo um artigo crítico ao STF, que não foi publicado. Nesse período, passou a escrever para veículos como O Estado de S. Paulo, Gazeta do Povo, Exame,

O Tempo, o portal Metrópoles e, principalmente, a Revista Oeste, da qual também participou do conselho editorial.

Reconhecido por sua coragem intelectual, clareza e estilo contundente, tornou-se referência do jornalismo conservador no Brasil.

Em suas colunas, jamais suavizou opiniões: falava com profundidade sobre liberdade de expressão, cultura democrática e os limites do poder institucional.

A perda de J. R. Guzzo representa o fim de uma era em que o jornalismo opinativo aliava erudição, indignação e autoridade moral.

Líder e mentor de gerações, sempre reforçou o papel do jornalista como agente de transparência e reflexão crítica.

Instituições como o Grupo Estado e o Estadão reconheceram publicamente sua coragem e lucidez, destacando sua independência editorial como raro exemplo a ser seguido.

Para o público mais conservador, Guzzo foi mais do que um articulista: foi a voz da resistência contra narrativas que considerava equivocadas ou ideológicas.

Seus textos mobilizavam e reafirmavam valores como liberdade individual, moralidade pública e patriotismo.

Em suas últimas publicações, manteve a crítica incisiva ao STF, ao governo e ao que via como erosão institucional.

Muitos leitores declararam nas redes sociais e portais que a ausência de sua voz provocará uma lacuna difícil de preencher, já que poucos têm a mesma combinação de clareza, cultura e firmeza intelectual.

Mesmo quem discordava de suas ideias reconhecia sua honestidade intelectual e rigor analítico.

Sua morte reflete não apenas o desaparecimento de um jornalista, mas de um formador de opinião que dialogava com o Brasil real de forma direta e desafiadora.

J. R. Guzzo deixa um legado que será lembrado como exemplo de jornalismo com propósito: aquele que informa, provoca, esclarece e mantém viva a chama do debate civilizado.

Sua trajetória, do repórter iniciante ao grande articulista da imprensa nacional, mostra um compromisso inabalável com a verdade e a liberdade — valores essenciais em qualquer tempo.

Que descanse em paz um dos mastros mais sólidos do jornalismo brasileiro moderno.

Por Marcelo Fernandes
Coronel da Força Aéria Brasileira

 

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  • Marcelo Fernandes

    Coronel Intendente da Reserva da Aeronáutica; Administrador de Empresas; Especialista em Orçamento, Planejamento e Gestão Pública; Especialista em Logística Empresarial. Hoje é tambem uma grande autoridade no assundo de Drones e suas legislações do bom uso.

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