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Resposta natural do envelhecimento

Por que esperar para ouvir melhor?

A perda auditiva em pessoas acima dos 50 anos é um processo natural do organismo

A perda da audição é uma resposta natural do envelhecimento que afeta 25% dos indivíduos a partir dos 55 anos, mas existem medidas que podem atenuar o problema

A perda auditiva em pessoas acima dos 50 anos é um processo natural do organismo, que ocorre quando parte das células auditivas se degeneram. Cerca de 25% dos indivíduos iniciam esse processo já a partir dos 55 anos, período em que as pessoas passam a ser caracterizadas como pré-idosas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A demora na busca por ajuda médica diminui as chances de reabilitação. Quem faz o alerta é a médica otorrinolaringologista Juliana Caixeta.

Os sintomas da perda auditiva no idoso, chamada de presbiacusia, são dificuldade de compreensão de fala em ambientes ruidosos e ao conversar ao telefone, zumbido e maior dificuldade em ouvir vozes femininas em comparação às masculinas.

Segundo Juliana Caixeta, é comum que os pacientes não percebam a conexão entre esses indícios

Os primeiros sintomas da perda auditiva não são relacionados pelos pacientes com a sensação de surdez.

A médica explica que no início do processo de perda auditiva o indivíduo percebe que ouve, mas não entende, os familiares e amigos percebem que é necessário repetir o que foi dito, ou falar de frente, pois a leitura labial ajuda a compreensão.

Esses ajustes dão a impressão momentânea de que a questão foi resolvida, isso adia a procura por ajuda médica, por isso muitos pacientes aparecem quando a perda auditiva já está grave.

Dados da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia revelam que as pessoas demoram cerca de sete anos para procurar um especialista após perceberem algum dano à audição e mais de dois anos para escolherem um tratamento.

A perda auditiva proveniente do envelhecimento não tem cura, mas existem tratamentos, informa a médica.

Os tratamentos variam de acordo com o grau da perda auditiva, podendo ir de acompanhamento médico e fonoaudiológico para a realização de exames e terapias periódicas até o uso de aparelho auditivo, opção eficiente na maioria dos casos.

O aparelho auditivo evita o agravamento da surdez e das dificuldades de comunicação que surgem com os sintomas, esclarece Juliana Caixeta.

Os aparelhos auditivos são uma tecnologia determinante para pessoas com deficiência auditiva, possibilitam a manutenção da qualidade de vida e do processo de comunicação, destaca a otorrinolaringologista.

Desde 2002, próteses auditivas são oferecidas gratuitamente aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Medo do preconceito

Juliana Caixeta destaca que os motivos frequentes da demora na procura de tratamentos são a vergonha e o medo do preconceito.

Existe ainda muita rejeição social com relação ao uso de aparelhos auditivos e, com muita frequência, os pacientes são resistentes à sua indicação.

A médica explica que os pacientes encontram pretextos para não procurar o tratamento

Muitos dizem que ainda ouvem bem, e que o problema são os outros, que falam muito baixo.

A médica orienta os pacientes a romperem com os tabus e buscarem o melhor envelhecimento.

O meu conselho é que ninguém deve se envergonhar de cuidar da sua saúde, de querer aproveitar a vida com tudo o que ela oferece.

Juliana Caixeta enfatiza que

cuidar da audição significa ter qualidade de vida, de interação e de socialização, então não é preciso se preocupar com o que os outros vão pensar.

Além disso, os aparelhos auditivos estão cada vez mais modernos e discretos, oferecendo uma boa qualidade sonora com um bom aspecto estético.

Quanto mais tardio o uso dos aparelhos, mais difícil sua adaptação, uma vez que o cérebro passa a ter mais dificuldades de se adaptar aos estímulos fornecidos pelos aparelhos.

Isolamento social

Hoje é possível ter uma vida plenamente independente aos 70 anos. Entretanto, a perda da audição tem muito impacto na vida do idoso, principalmente em relação à qualidade de vida. Juliana Caixeta, destaca que a condição aumenta o risco de isolamento social.

As dificuldades de comunicação, como a necessidade de repetições, podem levar o idoso a ser isolado, principalmente quando a família não tem paciência.

A presbiacusia pode resumir a convivência da pessoa a pouquíssimas interações. Essa exclusão, que tem poder destrutivo em qualquer idade, na velhice é agravada pela redução das atividades de rotina nesse período da vida.

O isolamento aumenta o risco de desenvolvimento de transtornos de saúde mental, como quadros demenciais, ansiedade e depressão, alerta a médica.

Perda auditiva precoce

Componentes genéticos e fatores de risco específicos – como diabetes, pressão alta, tabagismo e uso excessivo de álcool – podem acelerar o processo de perda da audição na velhice.

Assim como em qualquer especialidade da área da saúde a indicação da otorrinolaringologia é levar uma vida

balanceada e sem exageros, esses fatores também são determinantes no tratamento de surdez.

Outros fatores que têm grande influência no agravamento dos casos da perda auditiva estão relacionados ao mau uso das tecnologias.

A utilização contínua de fones de ouvido, com som intenso acima de 85 decibéis, está para a perda auditiva,

como as várias horas em frente às telas luminosas do celular, estão para a perda da visão, destaca Juliana Caixeta.

Assim, a exposição ao ruído dos fones ao longo da vida, pode estimular a perda auditiva em idade avançada.

A situação é mais grave do que se imagina, o uso inadequado desses aparelhos pode provocar surdez

mesmo antes do envelhecimento, essa ocorrência é determinada como Perda Auditiva Induzida pelo Ruído.

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Os-aparelhos-auditivos-estão-cada-vez-a-e-discretos,-oferecendo-uma-boa-qualidade-sonora-com-um-bom-aspecto-estético—creditos–iStok
Os-aparelhos-auditivos-estão-cada-vez-a-e-discretos,-oferecendo-uma-boa-qualidade-sonora-com-um-bom-aspecto-estético—crédito—iStok
Médica otorrinolaringologista Juliana Caixeta – crédito – divulgação
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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