A liberdade de informação
Tudo o que foi dito nos anos 60 e 70 tem de ser revisto.
Umberto Eco, é o autor de livros como o "Nome da Rosa", escrito em 22 de maio de 1983, tem muito a ensinar

Mas a escola (e a sociedade, não somente para os jovens) deve aprender a fornecer novas instruções sobre como reagir diante dos meios de comunicação de massa.
Tudo o que foi dito nos anos 60 e 70 tem de ser revisto.
Naquela época (e até há alguns anos atrás) éramos todos vítimas (quem sabe até justamente) de um modelo dos mass-media que era uma cópia daquele das relações de poder:
um emissor centralizado, com planos políticos e pedagógicos precisos, controlado pelo Poder (econômico ou político), as mensagens emitidas através de canais tecnológicos reconhecíveis (onda, canais, fios, aparelhos caracterizáveis como um vídeo de cinema ou tevê, um rádio, a página de uma revista) e os destinatários, vítimas da doutrinação ideológica.
Teria bastado ensinar os destinatários a “ler” as mensagens, a criticá-las, quem sabe se teria chegado à era da liberdade intelectual, da consciência crítica. . .”
Esse texto é do filosofo e escritor italiano Umberto Eco, que é o autor de livros como o “Nome da Rosa”.
Esse texto foi escrito em 22 de maio de 1983.
Consta do livro Viagem na Irrealidade Contemporanea, pag. 179.
A nova mass-media prevista há mais de 40 anos por Umberto Eco, a Internet e suas “redes sociais” está provocando uma revolução no modo de fazer as pessoas pensarem e se posicionarem, dificultando a doutrinação e o controle de conteúdo.
O fato é que o desespero das instituições governamentais, em controlar o que se diz nas mídias sociais, não se trata do interesse legítimo de “proteger o cidadão”, mas de controlar o que ele busca, consome, pensa e se posiciona.
Trata-se de tutelar os cidadãos considerando-os incapazes de crítica ou de pensar por si mesmos.
Os poderosos, incluindo os “Grandes Irmãos”- pseudo-socialistas-comunistas-“gente boa”-“do Amor” , que tem “planos políticos e pedagógicos precisos”, na fala de Umberto Eco, estão desesperados porque estão perdendo o desafio de não mais controlar o que se consome de informação (apesar dos imensos recursos jogados em financiamentos de programas de rádio, TV, cinema).
Fato é que há uma crise de confiança da informação num Brasil que muito lutou para ser livre de uma ou de outra forma totalitária de poder.
Mas o cerceamento e a mordaça estão aí, nas mãos de quem se acha “ofendido” pessoalmente ou institucionalmente, porque existem pessoas com pensamento diverso.
A máxima do pensamento liberal conquistada pelos Iluministas, lá no século XVIII, está sendo substituída por uma severa desinformação e censura de quem acha que “somos melhores do que eles”.
No livro O Nome da Rosa, também de Umberto Eco, percebe-se claramente isso, quando os assassinatos no mosteiro medieval estão relacionados aos “livros proibidos” da biblioteca do mosteiro, nada mais do que livros cômicos.
Quem puder, leia o livro ou assista o filme com atuação magistral de Sean Conery.
Que tenhamos a coragem de nos posicionarmos, para não fazer da nossa sociedade o que está tão bem apresentado na série televisiva “Silo” baseado no livro homônimo.
Que Deus nos dê forças e coragem
Por Carlos Marcelo Cardoso Fernandes
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