“Cuide das viúvas!”, disse uma voz. e uma voz.

Quem a escutou foi dona Doralice Ferreira Ramos, 88, antes de decidir fundar a Associação das Viúvas de Anápolis, em 1998.

 

Ela conta

que estava visitando uma igreja quando, durante a pregação, ouviu a ordem vinda de Deus. “Foi algo muito claro pra mim e que, a partir daquele momento até hoje, tem norteado minha vida”, explica.

Isso foi há pouco mais de 25 anos, algum tempo depois de ter perdido o marido, Salomão Santana Ramos, com quem foi casada por quase 30 anos. “Eu tinha 46 anos. Ele, 57. Foi vencido por um aneurisma abdominal, 20 dias antes do casamento do meu filho Rossini”, relembra.

 

Essa e outras histórias

e detalhes são contados no livro escrito por Rossini Gomes Ferreira Ramos, o filho que, desde então, tornou-se um parceiro na vida e no trabalho de Dorinha, como é mais conhecida.

A obra, será lançada nesta sexta, 16, às 19 horas, na sede da Igreja Betesda de Anápolis, no setor Cidade Jardim.

 

O livro “Viúvas do Brasil-

A saga da missionária Doralice Ferreira Ramos (Dorinha) e a luta pelos direitos dos idosos”, conta a história da fundadora da associação, que veio de Ipameri para Anápolis, onde conheceu Salomão, o primeiro dentista formado a trabalhar na cidade.

“Foi durante uma consulta que ficamos próximos. Depois, tornou-se o amor da minha vida”,

conta ela. Nessa época, já estava mais estabilizada.

É que, quando se mudou, a família perdeu tudo. Seu primeiro desafio foi trabalhar aos 12 anos, abandonando os estudos para ajudar a cuidar dos pais e seus quatro irmãos. Já casada, Dorinha perdeu um filho e depois outro. Vítimas de acidentes de carro.

Rossini relata que a mãe ficou muito abalada com todos esses desafios que a vida a impôs, sem trégua e que só encontrou a paz novamente quando se entregou a esse trabalho.

“A vida dela e a de presidente da associação nunca mais se separaram. Ela se dedica 100% à essa causa”, descreve ele.

 

Dedicação

O prédio onde funciona a associação, fica na rua 14 de julho, no centro de Anápolis, e pertence à família. São mais de 300 associadas.

Elas frequentam o local entre as 9h e 17h, de segunda a sexta. Levam problemas para serem resolvidos, se encontram e fornecem apoio uma as outras.

Nas quintas, uma reunião semanal das 14h as 16h leva palavras de incentivo, estudo da bíblia, exercícios e alongamentos.

“Temos sempre alguém para falar com elas, dando atenção e carinho”,

pontua Rossini.

 

Ele as descreve

como pessoas invisíveis à sociedade e que encontram na associação o valor que merecem, interagindo guiadas por sentimentos de amizade e fraternidade.

Repleto de fotos e memórias, Ministério com Viúvas se confunde com a própria história de Anápolis.

Personalidades, lugares e acontecimentos são descritos em detalhes pelo texto de Rossini, que lança a obra em homenagem à mãe e seu legado, no mês do aniversário de 25 anos da associação. “Já tivemos mais de 3 mil viúvas associadas. Fornecíamos atendimento médico e diversos outros serviços sociais.

No ano 2000, a OVG doou uma ambulância para a instituição.

Depois disso, não tivemos mais nenhum apoio do poder público e, com a pandemia, milhares deixaram de frequentar o local. Hoje vivemos de doações e de um bazar de roupas que nos ajuda a cobrir pequenas despesas.

Mas, escrevemos nossa história e ajudamos milhares de viúvas a terem uma vida mais ativa, saudável e feliz”, completa Rossini.

 

SERVIÇO

Lançamento do livro: “Viúvas do Brasil- A saga da missionária Doralice Ferreira Ramos (Dorinha) e a luta pelos direitos dos idosos”

Data: 16/09/2022

Horário: 19 horas

Local: Igreja Betesda de Anápolis

Endereço: Rua D-18, nº 77- Cidade Jardim

By: José Aurélio Soares/