Operação contra Bolsonaro
Atuação de Eduardo nos EUA motivou ação contra Bolsonaro, diz Moraes
O despacho que determinou o cumprimento de mandados de busca e apreensão e de medidas cautelares contra o ex-presidente foi tornado público no meio da manhã.

A operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta (18), pela Polícia Federal, foi motivada pela atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
nos Estados Unidos e um suposto risco de fuga do país, de acordo com a decisão do ministro Alexandre de Moraes.
O despacho que determinou o cumprimento de mandados de busca e apreensão e de medidas cautelares contra o ex-presidente foi tornado público no meio da manhã.
O mérito da decisão foi referendado por maioria dos demais ministros da Primeira Turma do STF na tarde desta sexta (18), em uma sessão do plenário virtual até a próxima segunda (21).
As graves condutas ilícitas demonstram que Jair Messias Bolsonaro está atuando em conjunto com seu filho Eduardo Nanes Bolsonaro nos atentados à Soberania Nacional, com o objetivo claro de interferir no curso de processos judiciais, desestabilizar a economia do Brasil
e pressionar o Poder Judiciário, notadamente o Supremo Tribunal Federa, através de imposição de sanções em face de autoridades públicas brasileiras,
escreveu Moraes ao atender a argumentos apresentados pela Procuradoria-Geral da República
A operação cumpriu mandados de busca e apreensão e determinou medidas cautelares contra o ex-presidente, como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno e proibição do uso de redes sociais, contato com diplomatas estrangeiros, se aproximar de embaixadas, e outras pessoas investigadas – o parlamentar cita ele mesmo e o irmão, Carlos.
A apuração foi pedida pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, para apurar o que chama de “conduta delitiva” de Eduardo Bolsonaro junto a autoridades norte-americanas.
São citados crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Desde o início do ano, o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro vem, reiterada e publicamente,
afirmando que está se dedicando a conseguir do governo dos Estados Unidos a imposição de sanções contra integrantes do Supremo Tribunal Federal, da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal,
pelo que considera ser uma perseguição política a si mesmo e a seu pai, escreveu Gonet.
O procurador-geral da República sinalizou, ainda, uma concreta possibilidade de fuga do réu e a manutenção de ações para obstruir o curso da ação penal,
o que justificaria a imposição de medidas cautelares de monitoramento com o uso de tornozeleira eletrônica, além das demais cautelares.
É essencial, enfim,
que as medidas pleiteadas sejam deferidas o quanto antes, para garantir a aplicação da lei penal e assegurar o curso seguro da ação penal em referência, completou.
Na justificativa para autorizar a operação, Moraes cita apurações da Polícia Federal como falas de Jair e Eduardo Bolsonaro sobre sanções a autoridades brasileiras, a censura e bloqueio de empresas dos Estados Unidos pelo magistrado, a aplicação da chamada “Lei Magnitsky” e o que teria sido, na visão dele, a confissão do ex-presidente de que teria enviado R$ 2 milhões para o filho se manter no país.
Entre as sanções que estariam sendo articuladas por Eduardo nos Estados Unidos está a taxação de 50% imposta pelo presidente Donald Trump contra os produtos brasileiros exportados para lá, determinada apenas dois dias antes de Moraes aceitar o pedido da PGR para abrir esta nova ação no STF.
Moraes afirma
que as condutas de Jair e Eduardo Bolsonaro caracterizam
CLAROS e EXPRESSOS ATOS EXECUTÓRIOS e FLAGRANTES CONFISSÕES DA PRÁTICA DOS ATOS CRIMINOSOS e
que a ousadia criminosa parece não ter limites, com as diversas postagens em redes sociais e declarações na imprensa atentatórias à Soberania Nacional e à independência do Poder Judiciário.
Casal de empresários de Santa Catarina comemorando a tornozeleira, são responsáveis pela empresa SHAMBALA PRODUTOS NATURAIS, que são comercializados nas lojas de produtos naturais (franquias) em vários lugares.
Boicote já!
Santa Catarina não tem lugar pra bajulador de bandido. pic.twitter.com/cFdOtEGpAr— Arlete Caetana (@ArleteCaetana) July 18, 2025
O ministro ainda aponta não ter “qualquer dúvida sobre a materialidade e autoria dos delitos” praticados pelo ex-presidente.
A conduta do réu Jair Messias Bolsonaro, em tese,
caracterizadora dos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e atentado à soberania é tão grave e despudorada que na data de hoje (17/7/2025),
em entrevista coletiva, sem qualquer respeito à Soberania Nacional do Povo brasileiro, à Constituição Federal e à independência do Poder Judiciário, expressamente, confessou sua consciente e voluntária atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira,
condicionando o fim da taxação/sanção à sua própria anistia, seguiu Moraes.
Por outro lado,
Moraes justificou a imposição de medidas cautelares em vez de uma prisão cautelar para resguardar a ordem pública, a ordem econômica, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal.
Blogueiros do sistema entram em modo "cu na mão" 😂😂😂pic.twitter.com/2oksRvzejy
— advmoreira (@advmoreira_ue) July 19, 2025
Está plenamente demonstrado o risco de dano grave ou de difícil reparação, em razão dos indícios de cometimento de gravíssimos crimes contra a Soberania Nacional e a independência do Poder Judiciário,
mediante uso de grave ameaça, em razão da existência de uma campanha criminosa cujo objetivo é justamente obstruir o andamento das ação penal, pontuou Moraes.
Bolsonaro teve a tornozeleira eletrônica colocada no meio da manhã na sede da Secretaria de Administração Penitenciária (Seape-DF), em Brasília.
Casal de empresários de Santa Catarina comemorando a tornozeleira, são responsáveis pela empresa SHAMBALA PRODUTOS NATURAIS, que são comercializados nas lojas de produtos naturais (franquias) em vários lugares.
Boicote já!
Santa Catarina não tem lugar pra bajulador de bandido. pic.twitter.com/cFdOtEGpAr— Arlete Caetana (@ArleteCaetana) July 18, 2025
Ele considerou a operação, os mandados e as medidas cautelares como “suprema humilhação”.
The list:
Alexandre de Moraes
Paulo Gonet Branco
Luís Roberto Barroso
Gilmar Mendes
Edson Fachin
Cármen Lúcia
Dias Toffoli
Cristiano Zanin
Flávio Dino
Andrei Rodrigues
Fábio Schor
Ricardo Lewandowski
Rodrigo PachecoAll relatives, close family members, and children…
— Mossad Commentary (@MOSSADil) July 19, 2025
⚠️ #URGENTE Primeira-dama se pronuncia sobre as sanções do governo americano: "Só o passaporte vai ser barrado, e não os ministros do STF". #EquipeJT pic.twitter.com/x7grPevEFe
— Joaquin Teixeira (@JoaquinTeixeira) July 19, 2025
Por Guilherme Grandi e Renan Ramalho
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