7 DE SETEMBRO
Bolsonaro diz que Moraes faz mais mal ao Brasil do que Lula: ‘Que o Senado Federal bote um freio’
Bolsonaro discursou durante ato na Avenida Paulista, em São Paulo; apoiadores do ex-presidente pediram impeachment de Moraes
BRASÍLIA – Durante o ato de 7 de Setembro na Avenida Paulista, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro cobrou que o Senado Federal, conduzido pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), paute o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento deve ser protocolado na próxima segunda-feira (9).
Temos tudo para sermos uma grande nação, mas devemos botar freio através dos dispositivos constitucionais naqueles que rompem o limite das quatro linhas da nossa Constituição.
Que o Senado Federal bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil do que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva, disse.
Parlamentares de oposição ao governo Lula recolheram assinaturas nas manifestações em São Paulo e em outras cidades do país para reforçar o pedido de impeachment contra o ministro do Supremo. Pacheco já indicou que não vai dar andamento ao processo, que se aberto seria inédito no país. Diante disso, parlamentares da oposição apostam na ajuda popular.
Em seu discurso em cima de um carro de som, Bolsonaro sugeriu ainda que as eleições de 2022 foram conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes, na época presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e que ele somente foi eleito em 2018 por uma falha no sistema.
“As eleições foram conduzidas pelo Alexandre de Moraes para beneficiar o lado de lá. Eu não podia mostrar o 7 de setembro, não podia associar (Lula) com ditadores, não podia mostrar ele (Lula) defendendo roubar celular para tomar cervejinha. Do outro lado podia me chamar de genocida”, afirmou.
A gente estava atrapalhando o sistema.
Sou o ex mais amado do Brasil. Mas esse divórcio não foi feito pelo povo brasileiro. Incomodava o sistema porque eles não estavam roubando mais.
(…) Disseram que eu tinha que passar a faixa para aquele lá. Eu não passo a faixa para ladrão, completou o ex-presidente.
Anistia, Trump e a facada
Bolsonaro pediu ainda em seu discurso a anistia dos presos pelos atos de 8 de janeiro, em Brasília.
Ele considera que os atos foram uma “catarse” do povo brasileiro, e não uma tentativa de golpe.
Temos que, através de uma anistia, beneficiar essas pessoas que foram injustamente condenadas, afirmou, durante seu pronunciamento.
Ele ainda se emocionou ao lembrar da facada que levou há seis anos, em 2018, durante comício em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais, pouco antes de ser eleito. Após isso, citou o ex-presidente norte-americano Donald Trump, que tenta voltar ao poder nas eleições nos EUA neste ano.
“Dependemos e agradecemos a participação externa de algumas pessoas. Tenho certeza que as eleições de novembro deste ano nos Estados Unidos, fazendo com que Trump volte ao poder, será um recado para ditadores de todo mundo.
E, em especial, para o nosso Brasil”,
discursou.
Eduardo Bolsonaro chama Moraes de ‘psicopata’
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) foi quem iniciou os discursos no ato de 7 de Setembro. O filho do ex-presidente chamou Moraes de “psicopata” ao mencionar decisões do ministro relacionadas aos presos do 8 de janeiro.
Um psicopata é capaz de colocar velinhas em uma cadeia por anos por capricho pessoal.
Um psicopata é capaz de separar uma mãe de seus dois filhos,
disse o deputado, acrescentando ainda que Moraes tinha um plano de colocá-lo na cadeia.
O filho 03 de Bolsonaro
ainda endossou o pedido de impeachment contra Moraes cobrando do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que dê andamento ao pedido.
Prezado presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, preste atenção nas minhas palavras: preferimos as lágrimas da derrota à vergonha de não ter lutado, completou.
Tarcísio pede a volta de Bolsonaro
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também discursou neste sábado. O ex-ministro de Bolsonaro disse em sua fala sentir saudade do governo do ex-presidente e defendeu anistia para os presos pelos atos de 8 de janeiro.
Anistia é um remédio político. O Congresso pode nos dar esse remédio político. Nós merecemos isso, disse.
O governador paulista, no entanto, não citou o magistrado em seu discurso. Ele falou de forma ampla sobre a importância de preservar
aquilo que é mais caro para nós, a liberdade.
Ao finalizar seu discurso, Tarcísio puxou um coro de “volta, Bolsonaro”.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Bolsonaro inelegível até 2030 em duas decisões proferidas no ano passado.
Nikolas chama Moraes de ‘tirano’ e ‘criminoso’
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) se referiu ao ministro Alexandre de Moraes como um “tirano” e “criminoso” durante seu discurso. O mineiro também chamou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de “covarde”, por não pautar o impeachment de Moraes.
Os homens do passado teriam vergonha de você, Pacheco.
Os homens do presente sentem vergonha de você, Pacheco. E nós assegurarmos que os homens do futuro também sintam vergonha de você, Pacheco.
Paute o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, seu covarde.
Em seu discurso, o parlamentar ainda pediu anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro.
Além disso, afirmou que o apoio da bancada do PL ao candidato que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), escolher como sucessor estará condicionado à inclusão do projeto de Lei da Anistia na pauta do plenário.
O partido conta com 92 deputados na Casa.
Atos do 7 de Setembro pedem impeachment de Moraes
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro reúnem-se, neste sábado, na Avenida Paulista, em São Paulo, em uma manifestação que tem como alvo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
As manifestações foram convocadas no mês passado, após a publicação de mensagens de assessores de Moraes que mostraram que o ministro usou aparato do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fora do rito tradicional de pedido de serviços, para embasar decisões contra aliados do ex-presidente.
O protesto ganhou mais força depois da decisão do juiz de suspender a rede social X, do bilionário Elon Musk, no Brasil. A medida foi tomada após a empresa descumprir uma determinação de Moraes para indicar um representante legal no país, conforme previsto na legislação.
Em um carro de som, Bolsonaro participa ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e de seu filho Eduardo Bolsonaro. Também estão presentes no caminhão o pastor Silas Malafaia e parlamentares como os senadores Magno Malta (PL-ES) e Marcos Pontes (PL-SP), além dos deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Mario Frias (PL-SP) e Ricardo Sales (Novo-SP).
Pela manhã, o ex-presidente esteve em um hospital na capital paulista após sentir-se mal devido a uma gripe que o deixou sem voz, segundo seus assessores.
Ele apresentou sintomas após retornar a São Paulo, depois de cumprir uma série de compromissos em Minas Gerais
Por Ana Paula Ramos
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O TEMPO
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