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Invasão da Embaixada

Apoiadores de Guaidó deixam Embaixada da Venezuela, em Brasília, após 12 horas de ocupação

Saída foi acompanhada pelo Itamaraty, Polícia Militar do DF e pela Polícia Federal. Durante todo dia houve confusão e duas pessoas detidas.

Apoiadores do presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, deixaram o prédio da embaixada do país, em Brasília, após uma ocupação que durou mais de 12 horas .

O grupo, formado por 14 pessoas, estava no local desde as 5h desta quarta-feira (13).

Pela manhã, manifestantes que apoiam o presidente Nicolás Maduro fizeram protestos em frente ao prédio e denunciaram que o local foi invadido. Os seguidores de Guaidó afirmam que as portas foram abertas para que eles assumissem a Embaixada (entenda abaixo).

A saída dos apoiadores de Guaidó foi acompanhada pela Polícia Militar do Distrito Federal e coordenada pela Polícia Federal e pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE).

As negociações para que o grupo deixasse o local foram feitas pelo coordenador-geral de Privilégios e Imunidades do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Maurício Correia, e pelo ministro-conselheiro da embaixada da Venezuela no Brasil, Tomás Silva, reconhecido pelo governo brasileiro e por Juan Guaidó.

De acordo com o encarregado de negócios da Embaixada Freddy Meregote, que é ligado ao presidente Maduro, “parte da negociação foi que os invasores não seriam detidos”. Segundo Meregote, eles foram apenas identificados e liberados.

Vestidos com camisas brancas, o grupo formado por homens e mulheres deixou primeiro o prédio e se posicionou no jardim da Embaixada. Em seguida, saiu do local por um portão lateral e entrou em um ônibus.

A imprensa não teve acesso ao grupo e também não houve informações sobre para onde eles foram.

Mais cedo, o regime de Nicolás Maduro classificou a ocupação da embaixada como um “ataque cometido por grupos violentos” e criticou o que classificou de “atitude passiva das autoridades policiais brasileiras, em desatenção de suas obrigações de proteção das sedes diplomáticas e seu pessoal”.

A ocupação da embaixada da Venezuela ocorreu no momento em que Brasília é sede da cúpula do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Brics: líderes de Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul se reúnem em Brasília

Ocupação
Na manhã desta quarta (13), os apoiadores de Juan Guaidó entraram na Embaixada da Venezuela em Brasília.

Apesar de o governo brasileiro reconhecer o líder da oposição como presidente venezuelano, a sede diplomática em Brasília é administrada por funcionários do presidente Nicolás Maduro (entenda abaixo).

O ato causou confusão entre defensores e críticos do governo Maduro na porta da representação venezuelana. Um vídeo (veja abaixo) mostra dois manifestantes brigando. Um deles – de boné e camisa branca – é agredido com um chute e cai no chão.

Os homens foram contidos pela Polícia Militar e levados à 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul. Após registro de ocorrência, eles foram liberados.

Em outro momento, a Polícia Militar usou gás de pimenta na tentativa de dispersar parte dos manifestantes.

Embaixada da Venezuela no Brasil
Em janeiro deste ano, o governo brasileiro reconheceu Guaidó como presidente da Venezuela. Guaidó nomeou, então, María Teresa Belandria como embaixadora no Brasil.

Ela vive em Brasília e improvisou um escritório em um hotel.

Nas primeiras horas desta manhã, Belandria disse que um grupo de funcionários da embaixada da Venezuela no Brasil entrou em contato com a sua equipe para informar que reconhecem Guaidó como presidente.

“Eles começaram a abrir as portas e entregar voluntariamente a sede diplomática à representação legitimamente credenciada no Brasil”, afirmou Belandria em nota.

Em outro comunicado, divulgado à tarde após a saída dos apoiadores da Embaixada, Bellandria disse que orientou o grupo a deixar o local por questões de segurança.

Ela disse ainda que iniciou negociações com o governo brasileiro para passar a ocupar o prédio.

A sede diplomática venezuelana em Brasília está sem embaixador desde 2016, quando Alberto Castellar foi chamado de volta ao país como resposta de Maduro ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Atualmente, o responsável pela representação é Freddy Meregote.

Meregote negou que o grupo que invadiu a embaixada tenha sido ajudado por funcionários.

“Chegaram na madrugada e violaram a nossa segurança. Entraram dentro das nossas instalações violentamente. Se uma pessoa tem prerrogativa legal não chega às 4 horas da manhã sem bater à porta”, afirmou.

À imprensa, Meregote disse que o local

“foi invadido irresponsavelmente por um grupo delitivo, de pessoas uniformizadas e não reconhecidas.” Ele afirmou que a ação de apoiadores de Juan Guaidó “violenta a Convenção de Viena” e também falou em “violação dos direitos das famílias que moram na embaixada”.

Meregote aponta que, embora o presidente Jair Bolsonaro tenha reconhecido Belandria como embaixadora, a representação do governo de Maduro não foi declarada como “non grata”.

“A Convenção de Viena diz que precisamos ser declarados ‘non gratos’ para sair do país” ,

afirma Freddy Meregote.
A Convenção de Viena, estabelecida em 1961, diz que

“as premissas da missão diplomática são invioláveis. Os agentes do Estado receptor não podem entrar nelas, exceto com o consentimento do chefe da missão”.

O documento ainda aponta no segundo item do artigo 22 sobre relações diplomáticas que

“o Estado acreditado tem a obrigação especial de adotar todas as medidas apropriadas para proteger os locais da Missão contra qualquer intrusão ou dano e evitar perturbações à tranquilidade da Missão ou ofensas à sua dignidade. “

O ministro de Relações Exteriores do governo Maduro também citou o documento internacional ao denunciar a invasão da embaixada.

“Responsabilizamos o governo do Brasil pela segurança de nossa equipe e instalações. Exigimos respeito pela Convenção de Viena sobre relações diplomáticas”.

O que diz o governo federal
Nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que

“diante dos eventos ocorridos na Embaixada da Venezuela, repudiamos a interferência de atores externos”.

“Estamos tomando as medidas necessárias para resguardar a ordem pública e evitar atos de violência, em conformidade com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”, continuou.

Em nota, o Gabinete de Segurança Institucional disse que o presidente Jair Bolsonaro

“jamais tomou conhecimento e, muito menos, incentivou a invasão da embaixada da Venezuela, por partidários do Sr. Juan Guaidó”.

“As forças de segurança, da União e do Distrito Federal, estão tomando providências para que a situação se resolva pacificamente e retorne à normalidade”, afirma nota do GSI.

Polícia Militar em frente a embaixada da Venezuela, em Brasília. Durante madrugada, grupo que defende Guaidó ocupou prédio; defensores de Maduro protestam — Foto: Luiza Garonce/ G1

Link original da matéria:

https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2019/11/13/apoiadores-de-juan-guaido-deixam-embaixada-da-venezuela-em-brasilia-apos-12-horas-de-ocupacao.ghtml

 

Atualização: Estadão

Após ocupação, grupo de aliados de Guaidó deixa Embaixada da Venezuela em Brasília

Representantes do presidente autoproclamado Juan Guaidó entraram na representação diplomática e enfrentaram reação de funcionários e de parlamentares brasileiros de oposição

BRASÍLIA – Após mais de 12 horas, um grupo ligado ao autoproclamado presidente venezuelano, Juan Guaidó, deixou a Embaixada da Venezuela em Brasília. Na madrugada desta quarta-feira, 13, representantes de Guaidó tiveram acesso às instalações da representação diplomática e enfrentaram uma reação de funcionários da embaixada e de parlamentares brasileiros de oposição.

O grupo de Guaidó deixou o local pelos fundos por volta das 17h30, saindo por um portão atrás do prédio administrativo e entrando em um ônibus. Eles foram escoltados pela Polícia Militar. Em frente à embaixada, militantes de partidos e movimentos de esquerda cobravam a saída e punição jurídica do grupo.

O Itamaraty garantiu aos apoiadores de Guaidó que eles poderiam sair em segurança e sem punições, como prisão ou detenção policial. No local, o coordenador de Privilégios e Imunidades do Itamaraty, Maurício Corrêia, negociou a saída com o ministro conselheiro acreditado pelo Brasil, Tomas Silva, representante de Guaidó.

A manifestação do presidente Jair Bolsonaro repudiando a interferência e a pressão contra a ocupação foram apontados como determinantes para a resolução do impasse.

Link original da atualização:

https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,apos-ocupacao-grupo-de-aliados-de-guaido-deixa-embaixada-da-venezuela-em-brasilia,70003088377?utm_source=webpush_notificacao&utm_medium=webpush_notificacao&utm_campaign=webpush_notificacao

Daniel Weterman, O Estado de S.Paulo

Deputada Maria do Rosário esteve presente na porta da embaixada.

[caption id="attachment_75227" align="alignnone" width="1024"] Apoiadores de Nicolás Maduro e Juan Guaidó se agridem na frente da embaixada da Venezuela em Brasília Foto: Dida Sampaio/Estadão[/caption]
[caption id="attachment_75228" align="alignnone" width="1024"] Apoiadores de Juan Guaidó e representantes do Itamaraty na Embaixada da Venezuela em Brasília — Foto: Afonso Ferreira/G1[/caption] [caption id="attachment_75229" align="alignnone" width="1024"] Manifestantes brigam em frente a embaixada da Venezuela, em Brasília após grupo pró-Guaidó ocupar prédio; defensores de Maduro denunciam invasão — Foto: REUTERS/Sergio Moraes[/caption] [caption id="attachment_75230" align="alignnone" width="1024"] Polícia Militar em frente a embaixada da Venezuela, em Brasília. Durante madrugada, grupo que defende Guaidó ocupou prédio; defensores de Maduro protestam — Foto: Luiza Garonce/ G1[/caption]
https://youtu.be/CwtX0Ctl9ds https://youtu.be/gXRKAkn0avQ https://youtu.be/C51n004CHME  
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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