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doentes pagaram quase R$ 50 mil

Criminosos cobram quase R$ 50 mil por remédio para Covid, diz polícia

Investigação revela que suspeitos superfaturavam em até 23 vezes o valor de remédio para tratamento de pacientes em Goiás

Sete pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil de Goiás (PCGO) por suspeita de
comercializarem, com preço até 23 vezes mais caro que o do mercado, medicamentos de alto
custo usados no tratamento de pacientes com Covid-19 e em estado grave.

Famílias de doentes
pagaram quase R$ 50 mil por caixa de remédio, segundo investigação divulgada neste domingo
(30/5).

A PCGO diz que os suspeitos se aproveitavam do desespero das famílias dos doentes
internados nos hospitais para executar os crimes. Segundo a polícia, os familiares eram
abordados em ambientes virtuais formados com o objetivo de aquisição do medicamento

https://youtu.be/53HrvnjSxRk

 

De acordo com a polícia, a investigação foi iniciada em abril e concluída, na última
semana, pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Consumidor. Os suspeitos não
foram presos nem tiveram seus nomes divulgados pela corporação.

Actemra
A Operação Nisi Facilis desmontou dois supostos grupos criminosos, nos quais os suspeitos
se dividiam tarefas para a comercialização de Tocilizumabe, de nome comercial Actemra, que
está em falta no mercado.

O Actemra não tem indicação na bula para pacientes com Covid, embora seja usado por médicos
no país no tratamento contra a doença.

A investigação revelou que uma caixa de Tocilizumabe, de 200mg, que tem um custo de
aproximadamente R$ 775,42 no mercado regular, era vendida por criminosos por R$ 18.500,
preço 23 vezes maior que o tradicional.

Segundo a polícia, uma caixa de Tocilizumabe com quatro seringas, vendida em média no
mercado convencional por R$ 6.399,00, era comercializada no mercado criminoso por R$ 12 mil
cada seringa, isto é, R$ 48 mil a caixa, preço seis vezes acima do convencional.

“Houve o desabastecimento global do produto no mercado convencional. Tanto o SUS quanto os
planos privados de saúde noticiaram atualmente dificuldades para aquisição do medicamento,
tanto em território nacional quanto no exterior”, disse o delegado Webert Leonardo Lopes.

O medicamento é utilizado a título experimental em pacientes em estado grave e passou a
faltar nos hospitais por causa do aumento da demanda provocado pela pandemia.

Propofol
Além de amostras do medicamento Tocilizumabe (Actemra), também foram localizados e
apreendidos com os suspeitos itens da droga Propovan (Propofol), também em falta no mercado
e que compõe o kit intubação, que reúne analgésicos, sedativos e bloqueadores musculares.

Propofol é utilizado para a sedação de pacientes em procedimentos cirúrgicos e, também, em
determinados procedimentos para tratamento da Covid-19 em casos avançados. Também foram
apreendidos aproximadamente R$ 11 mil em dinheiro e receituários de medicamentos de uso
controlado em branco.

Segundo o delegado, durante as diligências efetuadas pela PCGO, que incluíram cumprimentos
de mandados de busca e apreensão e outras medidas cautelares sigilosas, constatou-se que as
famílias compravam os medicamentos por valores abusivos por causa da situação de desespero.

“Desestruturados pela dor, pelo desespero, desequilíbrio psicológico e emocional, bem como
para evitar a morte de entes queridos, os familiares acabaram aderindo a essas propostas
espúrias, adquirindo o produto por valores abusivos”, afirmou o delegado.

De acordo com a investigação, os supostos grupos criminosos atuavam com divisão de tarefas
consistentes no fornecimento e na intermediação mediante o recebimento de comissão entre
fornecedores e revendedores finais, assim como a própria revenda final da medicação.

Todos os investigados foram indiciados por associação criminosa, que tem pena prevista de 1
a 3 anos de reclusão, e crime contra a saúde pública, que é equiparado à adulteração de
medicamento consistente no comércio ilícito de medicamentos e tem pena de 10 a 15 anos de
prisão.

O Metrópoles não conseguiu localizar contato dos indiciados ou dos advogados deles, já que
os nomes não foram divulgados pela polícia.

By: Cleomar Almeida

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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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