pertencente à Delta Tankers LTD
Empresa grega Delta Tankers é dona de navio suspeito por vazamento no NE
Juiz federal expediu mandados de busca e apreensão em empresas brasileiras relacionadas à embarcação
O navio de bandeira grega apontado como origem do vazamento de petróleo que atingiu as praias dos nove estados do Nordeste se chama Bouboulina e é propriedade da empresa Delta Tankers, também sediada na Grécia.
O juiz federal Francisco Eduardo Guimarães Farias, da 14ª Vara Federal em Natal, autorizou que fossem feitas buscas e apreensões em endereços ligados à Lachmann Agência Marítima e Witt O Brien’s — ambas com endereços no centro do Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, que contam com a colaboração da Interpol, o derramamento teve origem entre os dias 28 e 29 de julho.
A apuração identificou, a partir de imagens de satélite, uma mancha inicial de petróleo cru a aproximadamente 700 quilômetros da costa brasileira no dia 29 de julho, de extensão ainda não calculada.
Isso permitiu identificar um único petroleiro que navegou pela área suspeita na data provável do vazamento.
“A embarcação, de bandeira grega, atracou na Venezuela em 15 de julho, permaneceu por três dias, e seguiu rumo a Singapura, pelo oceano Atlântico, vindo a aportar apenas na África do Sul. O derramamento investigado teria ocorrido nesse deslocamento”, afirma a Polícia Federal.
A PF concluiu não haver indicação de outro navio
“que poderia ter vazado ou despejado óleo, proveniente da Venezuela.” De acordo com a Marinha, que também colabora com as investigações, o Bouboulina chegou a ficar detido nos EUA por quatro dias, devido a “incorreções de procedimentos operacionais no sistema de separação de água e óleo para descarga no mar”.
O blog Radar adiantou que a principal suspeita do vazamento já recaía sobre navios-tanque que trafegam em alto mar sem rastreamento.
É cada vez mais recorrente a prática de se desligar os transmissores para que os navios não possam ser rastreados por satélite com o intuito de burlar as barreiras e tarifas.
É o chamado off transponder, que configura uma verdadeira frota crescente de “petroleiros piratas”.
Nesta sexta-feira, são cumpridos dois mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, expedidos pela 14ª Vara Federal Criminal de Natal, em sedes de representantes e contatos da empresa grega no Brasil, que não teve o nome divulgado. Foram solicitadas diligências para a obtenção de dados adicionais sobre a embarcação e sua tripulação.
“Há fortes indícios de que a empresa, o comandante e tripulação do navio deixaram de comunicar às autoridades competentes acerca do vazamento/lançamento de petróleo cru no Oceano Atlântico”,
afirmam os procuradores da República no RN Cibele Benevides e Victor Mariz. Por isso, pediram os mandados de busca e apreensão.
Segundo o MPF, os responsáveis pelo vazamento devem responder nas esferas cível (com o pagamento de multas e indenização por danos morais) e penal pelo crimes de poluição e por terem deixado de comunicar o incidente às autoridades.
Desastre ambiental
O derramamento de óleo que atingiu as praias de todos os nove estados nordeste é considerado o maior do gênero em extensão.
Até 29 de outubro, foram registradas manchas em 94 municípios e 264 localidades. Foram encontrados 107 animais afetados pelo óleo, com 81 mortes. Cerca de 70% dos animais contabilizados eram tartarugas marinhas.
A reação demorada e confusa ao desastre ambiental faz o governo passar do papel de vítima à condição de vilão do problema.
Foi apenas em 5 de outubro, ou mais de um mês depois do primeiro sinal de alerta, que o presidente Jair Bolsonaro acionou a Polícia Federal, a Marinha e os órgãos ambientais do governo para investigar as causas do vazamento e os responsáveis por ele.
Procuradores do Ministério Público Federal na região foram à Justiça acusar o governo foram à Justiça acusar o governo de omissão e pedir que ele fosse compelido a acionar o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo, uma espécie de protocolo que lista procedimentos a ser adotados em emergências.
Para o MPF, a União foi omissa ao demorar a tomar medidas de proteção ao meio ambiente e não atuar de forma articulada na região.
A crise também ganhou contornos políticos. Enquanto as manchas de óleo se multiplicavam, a conhecida animosidade do Palácio do Planalto com os governadores do Nordeste — quase todos de esquerda — ganhou novo combustível com a cobrança por um apoio efetivo de Brasília.
O ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) trocou farpas com o governador baiano Rui Costa (PT) e ouviu de Paulo Câmara (PSB-PE) que a reação federal era improvisada.
O chefe da pasta também atacou o Greenpeace ao sugerir que a entidade não participa dos mutirões de limpeza.
Atualização:
Encontrada embarcação que derrubou óleo nas praias nordestinas
A Marinha e Ministério da Defesa apontam que uma embarcação grega foi a responsável pelo derramamento de óleo nas praias do Nordeste brasileiro.
A PF (Polícia Federal) realiza uma operação em alvos ligados à empresa Lachmann Agência Marítima, na manhã desta sexta-feira (1).
O navio suspeito se chama Bouboulina, pertencente à Delta Tankers LTD, cujo agente marítimo em 2019 no Brasil foi a Lachmann.
A inteligência da PF concluiu que “não há indicação de outro navio (…) que poderia ter vazado ou despejado óleo, proveniente da Venezuela”.
As investigações seguem para identificar se o derramamento foi intencional ou acidental.
Outra empresa, Witt O Brien’s, que mantém relações comerciais com a Lachmann, também é alvo da operação da PF.
Informações preliminares apontam que satélites identificaram uma mancha de óleo, no dia 29 de julho, distante aproximadamente 700 km da costa do Estado da Paraíba.
O cruzamento inicial dos dados indicou que 1,1 mil navios trafegaram naquela rota durante um período próximo à identificação da mancha e que por isso poderiam estar ligados ao episódio.
Filtros na busca afunilaram para 30 o número de embarcações suspeitas, chegando agora à essa embarcação de bandeira grega.
O governo detalhou que esse navio tanque levava óleo cru do terminal de carregamento de petróleo de “San José”, na Venezuela, com destino à África do Sul. Segundo a Marinha, o navio suspeito manteve o sistema de monitoramento ligado (Automatic Indentification System-AIS).
A embarcação atracou na Venezuela no dia 15 de julho, permaneceu por três dias, e seguiu rumo a Singapura, pelo oceano Atlântico. O derramamento investigado teria ocorrido nesse deslocamento.
Até a última semana de outubro, foram registradas ocorrências de manchas de óleo em 97 municípios e 286 localidades, em todos os 9 estados do Nordeste. Foram encontrados mais de 100 animais afetados pelo óleo, com 81 mortes.
A operação da PF foi revelada pelo presidente Bolsonaro: “Estão sendo feitas busca e apreensão, parece que tem uma suspeita muito grande de uma empresa, suspeita ainda. Ele (Moro) tinha que fazer busca e apreensão para, quem sabe, ter a comprovação disso”, disse.
Atualização 20:13
Giro Veja: Navio grego suspeito de derramar óleo é maior do que Titanic
A Polícia Federal e a Marinha informaram nesta sexta-feira, 1, que chegaram a um único suspeito de derramar o petróleo que atingiu as praias dos nove estados do Nordeste. Através de imagens de satélite, a investigação identificou uma primeira mancha de óleo a aproximadamente 700 quilômetros da costa brasileira no dia 29 de julho, data do provável vazamento, em que um navio da empresa grega Delta Tankers era o único petroleiro que navegava pela área. Ele saiu da Venezuela e aportou na África do Sul. Acredita-se que o óleo tenha sido derramado nesse deslocamento.
Chamada de Bouboulina, a embarcação tem 276 metros de comprimento e é 7 metros maior do que o Titanic, um dos maiores navios do mundo.
Link original da matéria:
https://veja.abril.com.br/videos/giro-veja/giro-veja-navio-grego-suspeito-de-derramar-oleo-e-maior-do-que-titanic/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification
Segundo a PF, o navio Bouboulina é o principal suspeito de ser o pivô do derramamento de óleo que atingiu as praias do Nordeste. (Foto: C. Plagué/FleatMon)[/caption]
Segundo a PF, o navio Bouboulina é o principal suspeito de ser o pivô do derramamento de óleo que atingiu as praias do Nordeste. (Foto: C. Plagué/FleatMon)[/caption]
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Chamada de Bouboulina, a embarcação tem 276 metros de comprimento e é 7 metros maior do que o Titanic, um dos maiores navios do mundo.[/caption]
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Veja rota do navio grego suspeito no caso das manchas no Nordeste. Petroleiro grego Bouboulina carregou 1 milhão de barris de petróleo na Venezuela. Infografico G1[/caption]



