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Fiscalização de deputados no hospital do Anhembi gera tumulto e prefeitura diz que ‘invasão’ expôs funcionários e pacientes

'Invasão' expôs funcionários e pacientes.O local é administrado pelo IABAS, instituto investigado no Rio e em São Paulo por problemas na gestão de unidades de saúde e hospitais de campanha para Covid-19.

Prefeitura afirma que parlamentares “gravaram pacientes sem autorização prévia, que estavam sendo higienizados”.

A visita de um grupo de deputados estaduais de São Paulo ao Hospital de Campanha do Anhembi gerou tumulto na tarde desta quinta-feira (4) na capital paulista.

A fiscalização, segundo a prefeitura, não foi comunicada às autoridades de saúde municipais com antecedência e, na entrada, houve confusão entre os parlamentares e os seguranças da unidade.

O Hospital de Campanha do Anhembi é administrado pelo Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (IABAS), que é investigado por problemas de gestão de unidades de saúde no Rio de Janeiro e em São Paulo (leia mais abaixo).

A visita, segundo os parlamentares, tinha o objetivo de verificar o funcionamento da unidade que recebe pacientes com sintomas de Covid-19 na Zona Norte de São Paulo.

Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde informou que

“cinco deputados e assessores invadiram o HMCamp do Anhembi de maneira desrespeitosa, agredindo pacientes e funcionários verbal e moralmente, colocando em risco a própria saúde porque inicialmente não estavam usando EPI e a própria vida dos cidadãos que estão internados e em tratamento na unidade.”

Ainda de acordo com a nota da prefeitura “além da invasão e das atitudes violentas, os parlamentares filmaram as alas do HMCamp do Anhembi que ainda não foram ativadas, mas que estão prontas para serem colocadas em funcionamento caso seja necessário. E também gravaram pacientes sem autorização prévia, muitos dos quais estavam sendo higienizados em seus leitos.”

Os deputados que participaram da ação fazem parte do grupo Parlamentares em Defesa do Orçamento (PDO), da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Nas redes sociais, o deputado Márcio Nakashima (PDT), confirmou o tumulto na entrada do hospital, mas disse que o grupo conseguiu fazer a fiscalização que pretendia.

“Após princípio de tumulto, pudemos conferir mais um exemplo de má gestão dos recursos públicos no Hospital de Campanha do Anhembi. O governo quer alugar leitos de hospitais privados e vemos esta estrutura inoperante. Detalhe, é administrado pela IABAS, investigada pelo MP do RJ”, afirmou.

Em uma transmissão nas redes sociais, o deputado Coronel Telhada (PP) disse que ficou 40 minutos esperando na entrada antes de conseguir autorização para a fiscalização.

“Aqui são 1.200 vagas e, se bem me consta, são [atualmente] cerca de 200 internos. A última vez que eu vim e também não entrei, eram uns 300 internos. Ou seja, não tem necessidade dessa baleia branca aqui. A princípio nós vamos respeitar todo mundo, só que se nós não formos respeitados na condição de deputados eleitos, nós vamos forçar a entrada para averiguar”, declarou.

A deputada Adriana Borgo (Pros) disse que

“o PDO está fazendo um trabalho para valorizar o dinheiro que é descontado do contribuinte. Os deputados deram um cheque em branco para o governo para equipar as prefeituras municipais, e o que vemos aqui é o dinheiro jogado fora.”

 

https://www.facebook.com/adriana.borgo/videos/10218308278764443/UzpfSTEwMDAyMzM2OTc2Mjg1Nzo3MDUwODI0NzY5NDc0MDU/

 

Outro lado
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o

“HMCamp do Anhembi foi preparado para atender 1.800 mil pacientes, atualmente está com 397 pacientes na enfermaria, 10 em estabilização e, desde que entrou em funcionamento, já atendeu 3.700 mil paulistanos, dos quais 2.800 foram curados e tiveram alta.”

A Prefeitura de São Paulo repudiou a ação dos deputados e disse o grupo que outras visitas parlamentares ao espaço já foram feitas com marcação e obedecendo as normas sanitárias do hospital.

“Vários veículos de imprensa nacional e de outros países já visitaram as instalações, respeitaram as regras sanitárias para garantir a própria saúde, dos pacientes e dos profissionais, bem como parlamentares que respeitaram as regras vigentes também já foram atendidos. A Prefeitura de São Paulo reitera total repúdio a atitudes violentas e ações deliberadas para tentar enganar a opinião pública”,

argumenta a nota da administração municipal.

ONG investigada
O Hospital de Campanha montado no Centro de Exposições no Anhembi, na Zona Norte de São Paulo, é administrado por duas organizações sociais: a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e o IABAS, investigada por irregularidades em outros contratos de administração de hospitais no Rio de Janeiro e São Paulo.

Na capital paulista, o IABAS é alvo de dois processos no Tribunal de Contas do Município e da Controladoria-Geral da prefeitura. Os inquéritos correm simultaneamente e apuram supostas irregularidades em contratos municipais de saúde. Segundo o TCM, os processos no órgão estão em fase final de apuração.

No Rio de Janeiro, a Organização Social foi contratada de forma emergencial pelo governo do estado para construir e administrar sete hospitais de campanha, em um contrato no valor de R$ 835 milhões cercado de irregularidades, segundo investigadores da Polícia Federal.

No dia 26 de maio, o instituto foi alvo da operação Placebo, que apura justamente as irregularidades nesses contratos.

Desde que o hospital de campanha no Anhembi foi implantado, pacientes e familiares denunciaram problemas no hospital, como falta de medicamentos, cobertores, exames e até itens de proteção individual.

Entro os problemas, o teto do pavilhão do Anhembi, onde foi montada a estrutura pra receber os pacientes da Covid-19, apresentou problemas e teve um pedido emergencial de uma verba de R$ 1,2 milhão para emendas emergenciais liberada pela prefeitura.

Em 2017, a TV Globo mostrou os problemas enfrentados por pacientes em algumas UPAs e AMAS da cidade de São Paulo administradas pelo IABAS.

A denúncia era de falta de materiais básicos e falta de manutenção nas unidades. São justamente esses contratos que estão em apuração no TCM e na Controladoria-Geral do Município de São Paulo.

[caption id="attachment_82349" align="alignnone" width="1024"] O Hospital de Campanha do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo. — Foto: Divulgação/SPTuris[/caption]
https://youtu.be/M3yNk8gGAiA https://youtu.be/5uFMLjOjbFA https://youtu.be/2d0d-iupetg https://youtu.be/q9aKFKDPJZ0 https://youtu.be/wRW0Oi7DZu4    
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  • Gildo Ribeiro

    Gildo Ribeiro é editor do Grupo 7 de Comunicação, liderado pelo Portal 7 Minutos, uma plataforma de notícias online.

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