Receita detecta
‘Negócios fictícios ou superfaturados’ do sócio de Lulinha
Jonas Suassuna tem empresa que não tem despesa, possui dois empregados e fatura milhões de reais

Em um relatório de 166 páginas anexado aos documentos que deram origem à Operação Mapa da Mina, a Receita Federal chama a atenção para os “negócios fictícios ou superfaturados” de Jonas Leite Suassuna Filho, sócio de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, na Gamecorp.
O documento faz uma análise sobre as várias empresas de Jonas Suassuna. A principal fonte de rendimentos declarada pelo sócio de Lulinha é a distribuição de lucros das empresas das quais é sócio. A Receita cruzou os rendimentos com os números de funcionários de cada empresa.
Na Goal Discos, Suassuna declarou receita de 29,6 milhões de reais entre 2009 e 2013.
As planilhas evidenciam que a empresa “fatura milhões de reais contando com apenas dois empregados (em média)”, diz o relatório da Receita.
No período em análise, a Receita encontrou apenas três notas fiscais de compras da Goal, que totalizam menos de 3 mil reais.
Conclui o relatório da Receita:
“Os fatos relatados mostram que os custos/despesas da empresa são irrisórios quando comparados às receitas declaradas, evidenciando a existência de negócios fictícios ou superfaturados envolvendo a Goal Discos”.
Atualização: O Antagonista
Sócio gastou R$ 4,6 milhões em apartamento para Lulinha
O apartamento que Lulinha passou a ocupar em 2013, ao lado do parque Ibirapuera, custou ao menos R$ 4,6 milhões, mostra o MPF na representação da Operação Mapa da Mina.
A aquisição e reforma do imóvel foram bancadas por Jonas Suassuna, o sócio de Fábio Luís Lula da Silva na Gamecorp, abastecida com R$ 132 milhões da Oi entre 2004 e 2016.
Como mostrou O Antagonista ainda em 2016, detalhes da reforma chegaram a fazer parte da proposta de delação de José Carlos Bumlai.
As investigações da PF, no entanto, mostraram todas as benfeitorias feitas na unidade 231, Bloco B, do Condomínio Hemisphere, localizado na avenida Juriti, 73, Vila Uberabinha, São Paulo.
O apartamento de 335 m², lançado em 2008, foi adquirido por Jonas Suassuna em 2009 por R$ 3 milhões. A escolha da planta coube a Lulinha, mostra um e-mail de agosto de 2010:
As chaves foram entregues em 2012 a Lilian Bittar, arquiteta e esposa de Fernando Bittar, um dos donos oficiais do sítio de Atibaia e também sócio de Lulinha.
Coube a ela fazer a reforma, executada em 2013, e que incluiu decoração, iluminação, climatização, redes de dados, áudio e vídeo, além de armários planejados.
Custo da reforma: R$ 772.762,32. Custo da mobília: 725.811,49. Custo dos eletrodomésticos: R$ 130.889,69. Tudo somado, o apartamento saiu por R$ 4,6 milhões.
Apesar do alto valor investido, Jonas Suassuna alegou ter alugado o apartamento para Fábio Luís por somente R$ 15 mil por mês — o valor de mercado é R$ 40 mil.
As investigações, contudo, identificaram apenas 13 de 28 depósitos no período de outubro de 2013 a fevereiro de 2016.
Link original da matéria:
https://www.oantagonista.com/brasil/socio-gastou-r-46-milhoes-em-apartamento-para-lulinha/?fbclid=IwAR0ZNLVFIfBUApCKVIAUVAI1eATl9zSmXGk5kBF5TbfEjE4BZuE2eJjpuNw
